Marina Linhares propõe uma casa sensorial em ambiente de Portinari na CASACOR SP 2025

Em tempos de hiperconectividade e excesso de estímulos, a casa volta a ser abrigo — físico, emocional, simbólico. Essa é a essência de Alquimia do Morar, ambiente proprietário de Portinari criado pela renomada profissional Marina Linhares para a CASACOR São Paulo 2025 . Instalado em um espaço de 225m² no Parque da Água Branca, o projeto materializa um desejo coletivo de reconexão com o que é essencial: a matéria, a memória e os sentidos.

Inspirada pelo tema da mostra deste ano, Semeando Sonhos , Marina concebeu uma casa que, assim como a alquimia, transforma elementos brutos em experiências sensíveis. Um espaço no qual terra , metal e pedra são revisitados com delicadeza e densidade poética — e onde cada textura, cor e forma é parte de uma fórmula que fala sobre acolhimento. “Essa casa é como uma lembrança antiga que a gente não sabe de onde vem, mas que conforta só de tocar” , define Marina Linhares.

Alquimia do Morar olha para o passado com afeto e para o presente com sofisticação, resgatando a elegância discreta e a integração entre arquitetura, mobiliário e natureza que marcaram O MODERNISMO dos anos 1970. As superfícies contínuas, os tons terrosos e as texturas orgânicas compõem um cenário fluido, no qual tudo se conecta com naturalidade e precisão, criando uma narrativa sensorial sobre o habitar contemporâneo.

O projeto marca também o lançamento de uma nova categoria de produtos da Portinari: as lâminas de pedra sinterizadas Portinari Petra , produzidas pela primeira vez no Brasil, em uma coleção criada em parceria com a designer de interiores, chamada Petra Marina Linhares. Os produtos se integram ao espaço de forma natural, como extensões da proposta estética e sensorial da casa – o equilíbrio entre o rústico e o refinado, entre o calor da memória e o requinte da forma.

Petra Taipa e Petra Bronze , criadas para a coleção, traduzem elementos primitivos da arquitetura brasileira: o barro e o metal. A primeira evoca as construções em taipa de pilão, com textura terrosa e tons orgânicos; a segunda remete ao brilho suave do latão escovado, presença com delicada e sofisticada. Juntas, representam a alquimia central do espaço: o encontro entre a ancestralidade e a inovação, entre a emoção e a técnica. Ambos se unem a outros revestimentos e materiais — como madeira, louças de tons naturais e porcelanatos de aparência pétrea — em composições que equilibram o rústico e o refinado, o artesanal e o tecnológico.

Ao explorar materiais que dialogam com a ancestralidade e com a sustentabilidade — como o uso da madeira em padrões que simulam nogueira, ou porcelanatos que substituem pedras naturais com menor impacto ambiental — Marina toca em uma das tendências mais potentes da arquitetura atual: a valorização da matéria com afeto, responsabilidade e contribuições de sentido.

“Projetar hoje é mais do que criar espaços bonitos: é criar experiências que fazem sentido para quem vive nelas. E isso passa por escolhas que respeitem a memória, o planeta e os sentidos”, afirma Patrícia Zanivan, coordenadora de design de superfícies da Portinari.

Composta por ambientes como sala de banho, área gourmet, bar, living e biblioteca, Alquimia do Morar é uma casa que não se impõe, se revela. Suas superfícies, texturas e volumes criam uma narrativa em camadas — onde cada ambiente revela uma emoção, sussurra uma lembrança, convida a um respiro.

A proposta de Marina, mais do que lançar um olhar sobre tendências, traz um espaço no qual morar ganha forma sensível, apontando um retorno ao essencial, com poesia, materialidade e tempo.

Fotos: Denilson Machado