De acordo com o levantamento “Impactos da covid-19 no mercado imobiliário brasileiro”, produzido pela KPMG, a expectativa de recuperação de ativos de incorporação residencial será entre seis meses e um ano. Segundo a pesquisa, entre as principais tendências para este segmento, estão questões relacionadas aos condomínios que tendem a realizar mudanças em infraestrutura e oferecer espaços compartilhados para coworking e homeoffice.
Com relação ao mercado de incorporação residencial, o estudo aponta que a redução da taxa básica juros (Selic) devem contribuir para que investidores enxerguem oportunidades de bons retornos na aquisição do ativo residencial. Além disso, os incentivos de financiadoras também devem impulsionar a recuperação do setor, oferecendo mais opção à quem quiser comprar imóveis para moradia.
“Como os ativos em incorporação residencial tem como característica ser um segmento que causa impacto no bem-estar social, através da redução do déficit habitacional, isso ocasiona uma maior atratividade para este setor no período de recuperação da pandemia. Com isso, o segmento tem uma readequação de preços mais rápida aos efeitos de mercados dentro desse período”, explica o sócio-líder da prática de investimentos em infraestrutura na América Latina da KPMG, Eduardo Redes.
Segundo a pesquisa, os ativos de indústria e logística também têm uma expectativa de recuperação rápida, menor que seis meses. De acordo com o estudo, o principal efeito causado pelo impacto da pandemia está relacionado ao crescimento da demanda de espaços para atender expansão do comércio virtual. Como tendência, aponta-se que as empresas que trabalhavam com estoques reduzidos tendem a repensar nessa estratégia. Com relação ao produto, o levantamento mostra que existe a expectativa de aumento da demanda por galpões mais urbanos e próximos aos clientes para atender em prazos mais curtos, além da renovação dos ativos do setor, com a priorização de imóveis mais eficientes.
Recuperação lenta para lajes corporativas e setor hoteleiro
A pesquisa mostra que, houve um impacto no mercado de lajes corporativas, que tem uma expectativa de recuperação mais lenta e que pode levar mais de 18 meses. Segundo o estudo entre as principais, tendências estão o fortalecimento de demanda por espaços flexíveis que facilitem os momentos de interação e colaboração entre funcionários, além de uma menor quantitativo de profissionais em espaço que não existe a presença do cliente e adoção de rodízio no trabalho presencial devido ao fechamento de escritórios e a necessidade da implementação de trabalho remoto pelas empresas.
Outro setor apontado na pesquisa com uma expectativa de recuperação mais lenta é o setor hoteleiro, que foi um dos primeiros e principais afetados durante a crise causada pela pandemia. De acordo com a análise realizada, o turismo voltado a eventos corporativos e culturais deve ter uma recuperação ainda mais lenta. Além disso, empresas tendem a priorizar reuniões por videoconferências de modo a cortar custos, gerando impactos em cidades que dependem do turismo de negócios.
“Os segmentos de escritórios corporativos e hotéis sofreram mais com os impactos da crise gerada pela covid-19. Além disso, existe a incerteza que cerca a retomada dessas áreas. São necessários planejamento e busca de parcerias para manter os negócios estáveis”, pondera o sócio-líder em infraestrutura para mercados no Brasil da KPMG, André Marinho.
Com relação aos ativos dos shoppings centers, tiveram como principal efeito do impacto da pandemia, o fechamento a partir da segunda quinzena de março, a pesquisa aponta que a expectativa de recuperação é de mais de seis meses. O estudo também mostra que a tendência e incertezas do setor passam pela aceleração de maior convergência entre as experiências de compras virtual e física, além da expectativa de recuperação mais rápida devido à existência de demanda reprimida.