Imóveis residenciais registram queda de 2p.p. na intenção de compra no 1º tri, aponta Raio-X FipeZAP+

Percepção de que os preços estão elevados, por outro lado, voltou a crescer entre os respondentes e é a maior desde 2015
 

A pesquisa Raio-X FipeZAP+ do 1º trimestre de 2022 oferece dados inéditos a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário, incluindo informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos negociados sobre o valor anunciado; percepção e expectativas com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazo, entre outros tópicos de interesse.
 

A seguir, são apresentados os destaques desta edição, elaborada a partir da participação de 1.537 respondentes entre os dias 11 e 28 de abril de 2022:

  • Participação de compradores: a participação de compradores — respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses — manteve-se praticamente inalterada entre o 4º trimestre de 2021 e o 1º trimestre de 2022 (13% da amostra), superando em três pontos percentuais o patamar no 1º trimestre de 2021 (10%). Em relação ao tipo do imóvel adquirido, uma parcela crescente dos compradores declarou preferência por imóveis usados (68%), ao passo que, entre os objetivos declarados, o uso do imóvel como “moradia” declinou (de 58% para 53% dos compradores) em contraste ao uso do imóvel como “investimento” (de 42% para 47%). Considerando aqueles que compraram o imóvel para “moradia”, a opção “morar com alguém” foi prevalente (70%), enquanto, entre os investidores, destacou-se a renda com o aluguel do imóvel (78%).
     
  • Intenção de compra: a proporção de respondentes que declarou intenção de adquirir imóveis nos próximos três meses permaneceu, declinou de 43%, no 4º trimestre de 2021, para 41%, no 1º trimestre de 2022, distanciando-se ainda mais do patamar registrado no início de 2021 (46%). Entre aqueles que declararam intenção de adquirir um imóvel no futuro próximo, a maior parcela dos respondentes declarou indiferença entre novos ou usados (48%) ou preferência por imóveis usados (43%). Já em termos de objetivo, a maior parte dos compradores potenciais destacou a intenção de utilizar o imóvel pretendido para “moradia” (90%), superando o objetivo “investimento” (10%).
     
  • Descontos nas transações: o percentual de transações efetivadas com desconto sobre o valor anunciado permaneceu praticamente estável nos primeiros meses de 2022, encerrando março de 2022 com uma incidência média de 65% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses — patamar marginalmente superior à média histórica da pesquisa (64%). Considerando as transações que envolveram alguma redução no valor anunciado, o percentual médio de desconto negociado entre as partes também não sofreu modificação ao longo dos primeiros meses de 2022, consolidando-se no menor patamar observado na série histórica da Pesquisa Raio-X FipeZAP+ (9%).
     
  • Percepção sobre os preços atuais: com respeito à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, a parcela de respondentes que classificavam os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” escalou de 66% no 1º trimestre de 2021 para 76% da amostra no 1º trimestre de 2022, estabelecendo assim o maior percentual para esse trimestre desde o início de 2015 (período em que essa percepção foi compartilhada por 85% dos respondentes da amostra). Paralelamente, o percentual de respondentes que creditam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” recuou de 24% pra 16% no mesmo horizonte temporal. Finalmente, a percepção de que os preços atuais encontravam-se em níveis “baixos ou muito baixos” declinou de 5% da amostra para apenas 4% dos respondentes no último trimestre. Os resultados colaboram para consolidar a percepção — majoritária entre compradores, compradores potenciais e proprietários — de que os preços dos imóveis encontram-se em patamares elevados.
     

Expectativa de preço: em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última pesquisa revela um crescimento expressivo do percentual de respondentes que projetam alta nominal no valor dos imóveis — de 30%, no 1º trimestre de 2021, para 40% da amostra da pesquisa, no 1º trimestre de 2022. No mesmo horizonte temporal, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais recuou de 32% para 27%, comportamento espelhado pelo grupo de respondentes que apostam na queda para os preços dos imóveis (de 16% para 12% da amostra). Em termos de variação esperada, a maior alta nos preços foi projetada por compradores que adquiriram imóveis recentemente (+7,8%), seguida pela expectativa média informada pelos proprietários (+4,3%) e pela opinião dos compradores potenciais (+0,5%). Combinando as declarações de todos os respondentes, a expectativa média da amostra indica uma alta nominal de 2,8% nos próximos 12 meses – resultado similar ao percentual no trimestre imediatamente anterior (+2,7%) e superior à expectativa média calculada entre os respondentes no 1º trimestre de 2021 (+0,6%).