Médica e sócia da AG7 explica a tendência, que chegou às moradias de alto padrãocom experiências que inspiram uma maior qualidade de vida
De acordo com um estudo do Instituto Locomotiva, 57% dos brasileiros priorizam aqualidade de vida. No segmento imobiliário de alto padrão, isso se manifesta,principalmente, com o conceito de HealthSpan, que se refere aos anos em que apessoa vive de forma saudável.
Segundo Andressa Gulin, médica e sócia da AG7, principal incorporadora de alto luxo e wellness building do país, esse mercado já não se satisfaz apenas com acabamentos e localização, mas antecipa necessidades futuras de conforto, saúde,longevidade e sociabilidade. “Hoje, vemos cada vez mais famílias menores, a valorização de suítes privativas e a busca por edifícios que oferecem uma infraestrutura capaz de inspirar o morador a viver bem por décadas”, afirma.
Alguns números do setor também já indicam uma forte presença do HealthSpan nosegmento imobiliário. Por exemplo, o estudo “A Economia Global do Bem-Estar: Brasil”, lançado pelo GWI (Global Wellness Institute) e patrocinado pela própria AG7, revela que o mercado de bem-estar movimentou cerca de US$ 5,6 trilhões entre 2020 e 2022 no mundo inteiro. Desse montante, quase US$ 400 bilhões foram referentes ao segmento imobiliário.
Mudança de visão
A tendência do HealthSpan começou a crescer como uma mudança de mentalidade, principalmente em relação à ideia de longevidade. De acordo com Andressa, esse conceito está cada vez menos associado apenas ao fato de uma pessoa ficar mais velha, transformando-se em uma via para estimular hábitos saudáveis diariamente, independentemente da idade.
“Indo de crianças a idosos, a longevidade se inicia a partir do momento que você nasceu e o lugar que você vai viver vai impactar diretamente em como essa jornada acontecerá”, ressalta Andressa. “O acesso às melhores atividades, tratamentos,terapias e facilidades no dia a dia potencializam muito uma trajetória longeva”,completa. Essa mudança de visão também está ligada a diversos desafios além de faixas etárias, que vão desde o avanço tecnológico até à proliferação de doenças queantes não eram tão comuns.
Um bom exemplo é a demência precoce, doença queatinge pessoas com menos de 65 anos e, segundo a Associação Paulista deMedicina (APM), representa cerca de 8% do total de casos do mundo.“Utilizando ainda a demência precoce como exemplo, além de questões genéticas,já se sabe que alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença,como alcoolismo, depressão, diabetes e deficiência de vitamina D”, comenta.
“Olhando para esse cenário, só incorporar uma academia em um prédio, por exemplo, não contribui para essa missão, afinal, é uma mera disponibilização de equipamentos. Já quando uma incorporadora atua como uma construtora dobem-estar, pensando em como esse ambiente atende às necessidades reais domorador, ela deixa de ser apenas uma ‘empilhadora de tijolos’ e atua para contribuircom a longevidade dos moradores, independente da idade de cada um”,complementa.
Perspectivas para o futuro
O conceito de HealthSpan promete continuar tomando força nos próximos anos na ideia de moradia. O próprio estudo do GWI reforça essa tendência: a estimativa éque o setor de bem-estar atinja a marca de US$ 8,5 trilhões até 2027, com um CAGR projetado em 8,6%.
Andressa ainda explica que uma moradia impacta diretamente na rapidez com quese alcança novas demandas relacionadas à qualidade de vida, porque tem o poderde transformar as escolhas a longo prazo. E acrescenta que a oferta de alternativassaudáveis de estilo de vida tendem a estar mais associadas a experiências do quepropriamente a produtos. “Para ir além das paredes de uma casa ou apartamento ,cada detalhe no mercado imobiliário de alto padrão importa. Quem se destacar nãoestará trabalhando no ‘o que’, mas com o ‘como’ e o ‘quem’. Viver bem e viver mais significa estar ao lado de pessoas que têm essa mesma visão de mundo e valoressemelhantes, de maneira que se crie uma sinergia em torno do bem-estar e do morar”, conclui.
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