Último trimestre de 2023, subiu 23,6% a margem bruta ajustada em relação ao entregue no ano
A Construtora Tenda (B3: TEND3), uma das principais construtoras e incorporadoras com foco em habitação popular no Brasil, registrou venda líquida consolidada de R$3,1 bilhões no consolidado de 2023, além de alta na receita líquida de 20,3% na base de comparação anual, fechando em R$709,7 milhões, 5,7% de redução com relação ao 3T23. Foram 21 novos empreendimentos lançados no consolidado, com unidades negociadas ao preço médio de R$208,8 mil por unidade, movimentando R$1.149,2 milhão – um crescimento de 52,4% em relação ao mesmo trimestre de 2022.
Em sua unidade de construção off-site, Alea, houve o lançamento de 911 unidades no último trimestre de 2023, acumulando no ano 2.116 unidades lançadas, que superam as 826 unidades de todos os anos anteriores.
O período foi marcado por movimentações importantes na companhia e no mercado da construção civil, que contribuíram para os avanços para o setor habitacional de baixa renda no Brasil e para a empresa. Entre eles, dois pontos ganham destaque: a operação liquidada referente à venda de carteira pró-soluto, realizada no âmbito de operação de securitização de certificados de recebíveis, os quais foram distribuídos por meio de oferta pública de distribuição, no valor de R$ 173,3 milhões, sendo o montante total líquido recebido pela Companhia de R$ 167,7 milhões.
Em março, por sua vez, foi publicada Instrução Normativa RFB, que dispõe sobre os regimes especiais de tributação e pagamento unificado de tributos aplicáveis às incorporações imobiliárias e às construções de unidades habitacionais contratadas, que passa a ser de 1% (RET 1), às famílias cuja renda se enquadre na Faixa 1 no âmbito dos Programas Minha Casa Minha Vida.
Em dezembro de 2023, a Tenda firmou contrato para a venda de unidades habitacionais referentes ao Programa Habitacional Pode Entrar, com contrato assinado referente a venda do projeto Estação Tolstoi, totalizando 216 unidades, corresponde a um valor de R$45,3 milhões. A empresa segue aguardando desdobramentos na Prefeitura de São Paulo, quanto à eventual assinatura de novos projetos.
“O ano de 2023 ficou marcado como o nosso ano da virada, em que tínhamos desafios muito claros no que dizia a retomar a rentabilidade no segmento Tenda; reduzir nossa alavancagem (que estava em 112%, medida pela dívida líquida/PL); e acelerar os lançamentos da Alea, que conseguiu entregar um forte crescimento, em função da introdução do projeto Casapatio. Fechamos o ano com a sensação de que fomos bem-sucedidos e ‘viramos a chave’, indo além, em vista que conseguimos atingir venda líquida consolidada e superar o teto da meta de lançamentos de Alea. No geral, foi um ano positivo e de recuperação em nossa margem bruta, mesmo tendo ficado 40bps abaixo do limite inferior da meta de margem bruta ajustada”, destaca o CFO da Construtora Tenda, Luiz Mauricio Garcia.
Segundo o executivo, a principal razão para tal foram os desvios de custo reconhecidos no 1S23, cujo efeito foi sanado a partir da metade do ano, e que vem permitindo evoluções constantes de margem, como refletido na melhora de 220bps na margem bruta do segmento Tenda no 4T23, em comparação com o 3T23, que atingiu 27,2%. “Tudo isso é reflexo de uma profunda mudança em nosso time de operações, o que inclui não só processos e controles, mas principalmente a mudança de diversas posições-chave, com um time de excelência e voltado para resultados. Cabe destacar, por exemplo, a impressionante taxa de concretagem de 99% dos dias trabalhados que atingimos em alguns meses do 2S23, refletindo nosso compromisso com a excelência”, ressalta Garcia.
No geral, o preço de vendas se manteve praticamente em linha com o trimestre anterior, devido à menor porcentagem de unidades vendidas em São Paulo no período analisado, seguindo a estratégia de evolução gradativa em que se persegue a melhora na margem dos projetos. Quanto ao VSO, a Construtora Tenda segue com média que considera “saudável” – em torno de 25% a 30%.
Vale ressaltar que, por mais um trimestre consecutivo, não foi verificado desvios de custo, evidenciando a retomada da eficiência operacional da companhia, com custos seguindo em linha com INCC, que, por sua vez, ficou em 3,2% nos últimos doze meses até janeiro/24.
Off-site
Em relação a Alea, fechou-se 2023 com 2.116 unidades lançadas, montante superior à quantidade de 2mil divulgada como teto da meta para o ano. O landbank na categoria off-site alcançou R$3,1 bilhões de VGV, e essa operação encerrou o ano de 2023 com oito canteiros de obras ativos, sendo cinco Alea e três Casapatio.
Futuro
Para 2024, a prioridade da companhia é manter o foco em relação a eficiência e rentabilidade no segmento de habitação popular no Brasil. “Para isso, seguimos buscando continuar nossa trajetória de recuperação de margens; com foco em atingir a eficiência operacional em todas as etapas do ciclo construtivo da Alea, tornando essa operação rentável já a partir de 2025; além de aumentar a Margem Bruta Rasa; e perseguir nossa meta, de longo prazo, de dívida líquida próxima a zero. Seguimos otimistas em relação às oportunidades e desafios que surgirão, especialmente com a entrada em vigor do FGTS Futuro e do RET 1%, eventos que têm o potencial de impulsionar ainda mais nosso crescimento de forma sustentável e lucrativa”, conclui o diretor financeiro.
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