A sociedade assiste a uma verdadeira revolução de costumes nos últimos vinte anos. Uma transformação rápida na forma que as pessoas consomem, vendem, financiam, entregam e promovem produtos e serviços. Novos modelos de negócios estão surgindo e a indústria que ousar não se atentar a essas mudanças irá sucumbir. Terá o mesmo destino que as sempre lembradas Kodak dos filmes e papéis fotográficos, a Olivetti das máquinas de escrever – ou quem não se lembra, da Blockbuster, locadora de fitas de vídeo. Todos esses exemplos foram ultrapassados pela tecnologia e afundaram seu barquinho na insistência de manter o mesmo modelo de negócio que os tornou conhecidos e referências em seus segmentos, e que ao final, ficaram obsoletos.
Recentemente, a indústria automobilística virou protagonista em uma dessas transformações. Montadoras de veículos como Toyota, Audi, Volkswagen e Nissan anunciaram novos investimentos em um modelo de compartilhamento e locação de veículos, adequando sua realidade à nova cultura da mobilidade com foco na sustentabilidade e eficiência. O cliente paga uma mensalidade para ter acesso desde a modelos de luxo até versões mais simples, de acordo com suas expectativas e bolso. Ele só vai se preocupar em andar com o veículo e abastecer o tanque com o combustível. O restante – impostos, seguro, manutenção, entre outros – fica por conta da empresa. É um sinal dos novos tempos, já que nos planos da Geração Z não está a compra de um carro – e até mesmo de – um imóvel, no início da vida financeira. Eles valorizam mais o acesso facilitado aos bens do que a sua posse.
O propósito das empresas que querem fazer parte da vida dos consumidores está mudando, à medida que, o comportamento dessas pessoas se altera a partir das tendências e das soluções que chegam no mercado, a cada ano. A nova ordem mundial acena para a experiência que será proporcionada pela empresa, para o serviço que será oferecido por essa ou por aquela companhia. Ou seja, o serviço está se tornando o novo produto.
Diante disso, o modelo de negócio de inúmeros segmentos está sendo virado do avesso. Uma empresa que, há 10 anos, construía prédios para venda das unidades, se, hoje não apresentar uma nova solução de habitação estará fadada ao mesmo destino da Kodak, Blockbuster, entre outras. Um dos exemplos do setor imobiliário que ilustra essa virada de chave está nas mãos da SKR, empresa que há mais de 35 anos busca melhorar a cena urbana de São Paulo e que hoje prefere ser reconhecida como um grupo de desenvolvimento imobiliário e inovação do que estar associada à imagem somente de uma construtora e incorporadora.
A SKR tem em sua essência o conceito de Arquitetura Viva e busca sempre sair da imobilidade – faz questão de ir sempre além da entrega de imóveis. Por isso criou uma startup dentro do grupo focada em pensar inovação 24 horas por dia, para fazer de cada empreendimento que entrega um núcleo central de serviços. E, para isso, conta com o aplicativo Compass, que reúne inúmeras tarefas e ajuda o morador: desde levar seu pet para o banho e tosa, programar a visita de um técnico para ajustar o aquecedor do apartamento, autorizar a entrada de um visitante, alugar um carro ou uma bicicleta, ou até mesmo receber avisos sobre a chegada de uma encomenda, indicando o locker que está armazenada para o morador.
Um empreendimento que tem a assinatura SKR traz a tecnologia de serviços que podem ser contratados seguindo as necessidades de cada morador. Um exemplo disso é o SAO 2222, que além de contar com o Compass, será entregue também como outras novas comodidades, como a possibilidade de locação e a administração feita por um aplicativo.
Para isso, a SKR tem hoje uma área de inovação que tem seu foco principal de atuação promover e desenvolver novas tecnologias para transformar o prédio em um polo de serviços para o morador. “Acredito que o que vai nos mover a partir de agora serão os serviços que o nosso produto pode oferecer. Logo, o serviço é o novo produto”, avalia Silvio. Ele relembra como exemplo o crescimento dos aplicativos de locação de filmes e séries, que vendem serviços de alta procura. “Todo mundo gosta de ver um filme ou maratonar sua série preferida em um momento de lazer ou descanso, e não se preocupa com estoque ou sazonalidade. A estrutura de locação fica na nuvem e o serviço é cobrado via cartão de crédito. O produto pode ser assistido em qualquer tela: no celular, no computador, no tablet e até no aparelho de TV, a qualquer hora. Esse caminho não tem mais volta e a moradia terá que se encontrar nesse novo modelo de serviço. Os empreendimentos serão verdadeiros polos de serviço e facilities para quem precisar. Estamos caminhando para isso”, explica Silvio Kozuchowicz, CEO da empresa.
“Não estamos mais simplesmente construindo prédios. Estamos incorporando soluções nos empreendimentos que lançamos. Nossa ideia é oferecer o serviço como um produto adequado às necessidades de cada unidade habitacional. Queremos ampliar a vocação dos prédios”, complementa.