As incertezas relacionadas ao Coronavírus e a disputa entre Arábia Saudita e Rússia sobre o petróleo tem deixado os investidores de cabelo em pé. Desde a semana passada, observamos uma série de circuit breaker na Bolsa de Valores brasileira. Mas como ficam os Fundos Imobiliários diante desse cenário? Preocupações com o Coronavírus, por exemplo, geraram 7% de queda do Ibovespa, logo após o Carnaval. No mesmo período, o IFIX registrou queda de apenas 1,5%, mostrando ser menos volátil do que as ações.
É importante lembrar que os imóveis dos fundos imobiliários são localizados no Brasil, ou seja, não possuem relação direta com o mercado externo – dessa maneira, as operações não devem ser afetadas de fato, salvo eventos extremos como um contágio e disseminação do Coronavírus em larga escala no país, o que não é o caso.
“Outro ponto relevante é que em 2019, o balanço da B3 mostra o índice IFIX no topo, com retorno de 35,98% e o Ibovespa, em segundo lugar, com 31,58%. Espera-se que mesmo com o cenário atípico vivido nesses primeiros meses de 2020, os juros e inflação permaneçam em patamares baixos, favorecendo o crescimento da economia e os bons resultados pelo IFIX e Ibovespa”, afirma Diego Siqueira, CEO da TG Core.
Portanto, ainda que o risco tenha se intensificado nos últimos dias, afetando o desempenho dos mercados ao redor do mundo, ainda existem bons fundamentos para os ativos imobiliários no Brasil. “A indicação para o cenário atual é, inclusive, pensar a longo prazo. As taxas de juros baixas e a inflação controlada, por enquanto, ainda nos dão boas perspectivas. Mas é importante manter o foco no longo prazo, já que essa pode ser uma boa oportunidade para comprar ativos a preços mais baratos”, continua Diego.
Para o CEO, o impacto tanto da queda do petróleo quanto do Covid-19, em uma perspectiva a longo prazo, terá seus efeitos diluídos e os bons investimentos conseguirão um desempenho positivo – lembrando que a volatilidade dos fundos imobiliários foi menor do que a da Bolsa. “A recomendação é moderação. Os investidores devem ficar atentos ao que está acontecendo no cenário global e local, pensar em um rebalanceamento de carteiras pode ser útil. Mas é bom enfatizar que é preciso olhar a longo prazo, ter em mente que retornos rápidos não virão tão cedo”, finaliza Diego.