Leblon se destaca com aumento da quantidade de imóveis para alugar e Recreio pelo crescimento dos aluguéis. Já Botafogo, Copacabana, Leme e Centro enfrentam baixa nos valores
A APSA – empresa líder em gestão de propriedade urbanas – realizou um estudo que mostra o cenário de imóveis para aluguel na cidade do Rio de Janeiro começando a melhorar. A taxa de vacância média foi de 16,9%, percentual mais abaixo do que a dos meses anteriores. Em setembro, o percentual era de 17,8%, em outubro 17,2%. A taxa de vacância mostra a quantidade de imóveis residenciais vagos, disponíveis para aluguel. Ou seja, a cada cem imóveis do mercado de locação, 17 estariam vagos, à espera do inquilino.
Como impacto da pandemia, pelo sexto mês seguido, a taxa se manteve na faixa de 17%. O nível ideal é de 8% e 10%, ou seja, os estoques ainda estão 80% maiores do que o nível esperado pelo mercado para se manter os valores de alugueis nos patamares mais altos.
Porém, cada bairro tem uma vacância diferente do outro. E resultado médio tem sido impactado fortemente pela alta vacância de bairros da Zona Norte e Centro. Na Zona Sul do Rio, por exemplo, há vários bairros com redução de taxa de vacância.
No Flamengo, com uma redução frente ao mês anterior de 13,33%, está com desocupação de 11,7%. O resultado já traz até leve aumento de 2,94% nos valores anunciados para os aluguéis no bairro, que passaram de R﹩ 34,03 para 35,03, por metro quadrado.
Outro bom desempenho na vacância está em Laranjeiras, com uma redução frente ao mês anterior de 13,7%, chegando a taxa de 6,3%. Em seis meses, a vacância do bairro diminuiu em 31,52%. O que explica maior ocupação em Laranjeiras é o valor do metro quadrado do imóvel para aluguel, mais baixo do que o Flamengo, de R﹩ 32,93.
O Leblon continua com aumento no número de imóveis disponíveis frente ao mês anterior de 7,39%, chegando à taxa de 18,9%. Em seis meses, a disponibilidade dos imóveis aumentou 85,29%. O valor médio do aluguel está em R﹩ 59,10, valor 0,30% menor do que o verificado em outubro e 1,73% abaixo do que estava há seis meses.
Ipanema, teve leve aumento de 2,26%, ficando com taxa de vacância em 13,6%. Mas no acumulado dos últimos seis meses, a redução da vacância no bairro é de 43,80%.
Já o Leme, tem aumento frente ao mês anterior de 3,38%, chegando a taxa de vacância de 15,3%. Aumento de 21,43% nos últimos seis meses. O valor médio do aluguel está em R﹩ 37,36, valor 4,25% menor do que o verificado em outubro. Copacabana também tem queda de 3,25%, com o metro quadrado caindo de R﹩ 36,61 para R﹩ 35,42. A vacância ficou em 19,1%, com leve queda de -3,05%. No acumulado dos últimos seis meses, o aluguel no bairro já caiu 8,26%.
Botafogo tem vacância de 16,0%, após reduzir 3,03%. Nos últimos 6 meses, o aumento da taxa é de 30,08%. E o valor do metro quadrado está em R﹩37,62, 0,27% maior que o mês passado, mas 7% menor do que há seis meses.
Na Zona Norte, a Tijuca e o Méier também apresentam reduções na vacância. No primeiro, a redução em relação ao mês anterior é de 5,8%, chegando a taxa de 13%. O metro quadrado na Tijuca está na faixa de R﹩ 22,96, 0,43% menor que o mês passado.
No Méier, a diminuição foi de 14,69%, chegando a taxa de vacância de 12,2%. O metro quadrado está em R﹩ 18,20, 0,66% maior que o mês passado.
Já Vila Isabel enfrenta aumento frente ao mês anterior de 16,98%, chegando a taxa de 12,4%. Com isso, o aluguel sofre redução 2,57% frente ao mês anterior, passando de R﹩ 21,79 para 21,23 o metro quadrado.
E o Maracanã se destaca pelo forte aumento em relação a outubro, de 29,24%, chegando a taxa de 22,1% e o metro quadrado a R﹩24,01, 1,82% maior. Em seis meses, a vacância cresceu 90,52%.
O Rio Comprido, também sofre aumento de 16,8%, chegando a taxa de 14,6%. É um incremento de 75,90% nos últimos seis meses. O aluguel também caiu 2,68%, de R﹩ 20,49 para R﹩ 19,94, em média, por metro quadrado.
O Centro é um dos bairros mais impactados com os funcionários em home-office e segue aumentando sua taxa de desocupação. Com 8,88 % a mais, alcança a vacância de 28,2%. O metro quadrado está em R﹩ 28,02 – valor 0,14% menor.
O Recreio teve aumento de 5,47% nos preços em novembro, com o metro quadrado passando de R﹩ 25,78 para R﹩ 27,19. O bairro tem o maior aumento médio dos últimos seis meses, entre os bairros pesquisados, de 15,11%.
Redução de unidades alugadas chega a 31,7%
Outro importante indicador feito pela APSA em sua carteira é o Índice de Velocidade de Locação (IVL), que mostra o percentual de crescimento ou redução de unidades alugadas, dentro de um determinado período. No mês de novembro, houve redução de 22% na quantidade de imóveis alugados com relação ao mês de outubro e também de 22% com relação a novembro de 2019. No acumulado do ano, a média do IVL é de -31,7%. Em maio, devido ao isolamento obrigatório, chegou-se a uma redução de -82,8% frente ao mês anterior, no volume de locações.
Tempo desocupado varia por bairro
Já o indicador Indice Médio de Vacância (IMV), que mostra o tempo que as unidades ficam, em média, desocupadas, vem melhorando em alguns bairros, outros não. Em Botafogo, por exemplo, em 2017, no período de janeiro a novembro, um imóvel residencial de 1 a 3 dormitórios levava em média 42 dias para ser locado. Hoje leva 51 dias, em média. Na Barra da Tijuca, levava 99 dias e hoje leva 110. Ao contrário, Copacabana levava 93 e hoje leva 61 e Tijuca também passou de 93 para 74 dias.
A pesquisa sobre valores de metro quadrado da APSA é feita com base em cerca de 16 mil ofertas de apartamentos de 1 a 3 dormitórios.