Em Curitiba, aluguel de microapartamento custa, em média, 20% menos que o de imóvel maior de um quarto, revela pesquisa

Uma pesquisa inédita feita pelo QuintoAndar mostra que o preço de aluguel de um microapartamento em Curitiba é 20% menor, em média, que o registrado para imóveis de um quarto maiores.

Os dados revelam que um microapartamento (ou seja, um imóvel de até 30 m²) tem um valor anunciado para aluguel de R$ 1.308 na capital paranaense, contra R$ 1.625 de um apartamento de apenas um quarto com uma metragem maior.

“Os microapartamentos são um fenômeno global. Nas cidades europeias e asiáticas, esse movimento não é novo e é resultado de mudanças culturais e sociodemográficas. As pessoas estão vivendo mais, demorando mais para casar e ter filhos e morando mais sozinhas. Além disso, há aspectos urbanísticos e ecológicos, como a falta de espaço, a verticalização como norte e o uso consciente do solo”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do QuintoAndar.

O estudo exclusivo, feito com base em dados do QuintoAndar, Imovelweb e Wimóveis, do grupo QuintoAndar, revela o preço e a acessibilidade desse tipo de imóvel em outras sete grandes capitais do Brasil, além de Curitiba.

Na capital do Paraná, de acordo com a pesquisa, o percentual de comprometimento de renda com o aluguel de um studio fica em 18%, ante 23% de um imóvel de 1 quarto maior, 25% de um imóvel de 2 quartos e 41% de um imóvel de 3 quartos – este já acima do limite recomendado por especialistas em finanças.

“Além dos preços mais baixos, esses imóveis têm se tornado cada vez mais atrativos por conta da atual conjuntura econômica do país. No segundo trimestre de 2022, o rendimento médio habitual dos brasileiros registrou queda de 5,1% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Com o preço subindo mais que a renda, muitos brasileiros têm optado por imóveis mais acessíveis e os microapartamentos são uma ótima opção”, afirma Vinicius Oike, economista do QuintoAndar.

Rentabilidade e liquidez

Dados do estudo também mostram que esses imóveis têm a maior rentabilidade entre todas as tipologias (0,54% ao mês). Os imóveis de um quarto, com área maior que 30 metros quadrados, por exemplo, possuem um potencial de rentabilidade de 0,47% ao mês.

A liquidez (ou seja, a rapidez no tempo de negociação) dos microapartamentos também é maior que a de todas as outras tipologias, revela o levantamento.

“O sucesso futuro dos microapartamentos vai depender agora da versatilidade destas unidades em atender as necessidades de públicos diversos. A localização desses empreendimentos, como mostra a pesquisa, é fundamental para manter essa demanda aquecida. O mercado está atento a isso”, afirma Thiago Reis.

Metodologia

No estudo, convencionou-se chamar de microapartamentos as unidades com um dormitório e com menos de 30 metros quadrados. A base de dados analisada é composta por diferentes fontes de informações: dados governamentais, como o IBGE, de entidades da sociedade civil organizada, como o Secovi-SP, instituições de ensino, como a USP, e de empresas privadas, incluindo o QuintoAndar.

No caso dos dados de Navent, empresa integrante do Grupo QuintoAndar, foram analisados todos os anúncios imobiliários dos portais Wimóveis e Imovelweb, publicados entre abril e setembro de 2022. Para padronizar a comparação dos preços, foram selecionados apenas os anúncios de aluguel de apartamentos.

A rotina de processamento e armazenamento dos dados já exclui diversos problemas de ruídos e erros. Foi feita também uma limpeza adicional nos dados para remover valores discrepantes, que inevitavelmente aparecem em bases com volumes desta monta. Foram estabelecidos critérios mínimos de preço e área para remover anúncios com valores extremos. Após esta limpeza, procedeu-se uma criteriosa avaliação estatística para remover outliers com base no preço do metro quadrado, na região/bairro do imóvel e no ano de publicação de cada anúncio.

Para comparação de acessibilidade financeira, utilizou-se dados da Pnad Contínua (IBGE), referente ao segundo trimestre de 2022. O estudo optou por analisar a renda média mensal das famílias, calculada a partir do rendimento médio real, habitualmente recebido por mês e efetivamente recebido no mês de referência, do trabalho principal e de todos os trabalhos.