O Data Secovi, instituto de pesquisas da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), divulgou, nesta semana, levantamento sobre o desempenho do mercado no primeiro semestre deste ano. Segundo as expectativas, 2022 será o segundo melhor ano para o mercado imobiliário desde 2014, mesmo com a redução de 18,5% no volume de negócios realizados no primeiro semestre de 2022 no comparativo com 2021: foram negociados 12.471 imóveis contra 15.305 no mesmo período do ano passado.
O valor dos imóveis comercializados, no entanto, teve um aumento médio de 7,46%, enquanto a taxa Selic foi de 5,49% nos primeiros seis meses do ano, o que representa um ganho real de cerca de 2 pontos percentuais. O preço médio chegou a R$ 522.028 (em 2021, era R$ 485.809).
O maior volume de vendas continua a ser de apartamentos, com 9.255 unidades comercializadas e com uma elevação média de 11,45% nos preços. Apesar da queda no volume de imóveis comercializados em relação ao ano passado, o setor comemora o desempenho. “O ano de 2021 foi único para a história do mercado imobiliário; as vendas bateram recordes e havia esperança de que 2022 fosse similar. Neste ano, tivemos várias particularidades, como baixa expectativa do PIB no início do ano, guerra na Ucrânia, manutenção da política de aumento da taxa Selic, com consequência no valor do financiamento imobiliário, inflação mundial e um cenário político polarizado em ano eleitoral”, avalia o diretor da CMI/Secovi-MG e responsável pelo Instituto Data Secovi, Leonardo Matos.
O segmento de imóveis comerciais foi o que apresentou o menor desempenho, mas ainda semelhante a 2022, “não performando como no período anterior à pandemia”. Foram vendidas 1.382 unidades no primeiro semestre de 2022 ante 1.328 no mesmo período de 2021, com preço médio 13,09% inferior ao do ano passado. No período, foram comercializadas 487 salas comerciais, mas com um preço médio 29,5% menor que no ano passado. O segmento de galpões teve reduções de 33% no volume de negócios e média de 12% no valor.
Leonardo Matos explica que “os imóveis não residenciais ainda sentem o efeito da pandemia, especialmente salas e andares comerciais com mais de 10 anos de construção.” Segundo ele, “o home office para algumas atividades se consolidou e as compras on-line vieram para ficar”. “Boas oportunidades de negócio certamente poderão ser encontradas”, revela.
Na avaliação de Matos, o aumento na Selic impacta nos negócios, mas ele lembra que a taxa subiu de 2% para os atuais 13,75% ao ano nos 16 últimos meses. Porém, no mesmo período, a taxa de financiamento imobiliário saiu de 7% para 9,5%, ou seja, um reajuste muito mais modesto. “Com um bom planejamento financeiro, é possível fazer bons negócios nesse cenário”, destaca.
O diretor da CMI/Secovi-MG salienta que o comprador de imóvel que possui o dinheiro à vista tem a opção de pagar a entrada e o restante pode ser aplicado, o que geraria ganhos de aproximadamente 13,75% ao ano. “O restante do valor do imóvel poderá ser quitado por meio de financiamento imobiliário, pagando juros entre 7% e 9,5% ao ano + TR. Assim, vale a pena investir o dinheiro que usaria para comprar o imóvel em aplicações que rendam mais que o Custo Efetivo Total (CET) da operação de crédito, que fica em torno de 10,5% ao ano. Dessa forma, é possível investir nos mercados financeiro e imobiliário (comprando o imóvel) ao mesmo tempo, aproveitando o melhor dos dois mundos”, avalia.