Usinas de aço anunciaram aumento nos preços de seus produtos. O movimento já era esperado como consequência do reajuste no valor dos combustíveis. “O impacto do aumento do valor dos combustíveis no Brasil no frete do aço será imediato”, afirma o gerente de marketing da Açovisa, Giovanni Marques da Costa, pois o material por ser pesado e de grande volume é de difícil transporte, dependendo 100% de caminhão, que usa o diesel como combustível.
Do valor do produto, 12% aproximadamente é frete e, com esse aumento na casa dos 20%, teremos um acréscimo nos preços na mesma ordem, pondera. Vale lembrar que, ainda em meados de outubro de 2020, já houve aumento nos preços do aço: com o preço do quilo do vergalhão de três oitavos passando de R$ 5 para R$ 14 em média. Dois setores impactados no curto prazo são a construção civil e a indústria automobilística.
Entretanto, há pelo menos outros dois fatores tão relevantes quanto o aumento dos combustíveis que impactam do preço do aço: escassez de materiais para composição do aço e a guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o gerente de marketing, diversas matérias-primas importantes para a composição do aço estão em falta no mercado global, o que gera um impacto imediato no custo como resultado da equação oferta x demanda.
“Sobre a guerra Rússia e Ucrânia, são importantes produtores mundiais de aço, porém estão impossibilitados de exportar — fato que isoladamente já altera o valor de diversos produtos — como consequência outros países que produzem aço são mais procurados. O Brasil está nessa lista e, consequentemente, passou a exportar mais, dando menor foco ao abastecimento do mercado interno. O mesmo que tem acontecido há anos com a carne, por exemplo”, compara Costa.
Uma solução indicada pelo gerente de marketing para amenizar o repasse é oferecer materiais já processados: chanfrados, cortados, furados ou tratados. “Essa terceirização para o cliente reduz um pouco o impacto dos aumentos. Agregando serviços ao material bruto”, acrescenta.