Luiz Cervi, CEO da EEmovel, plataforma de inteligência imobiliária
A competição entre millennials e a geração Z, que aconteceu, recentemente, nas redes sociais, foi divertida, mas também serviu para nos chamar a atenção para algo que as pessoas mais velhas evitam encarar: os nascidos a partir de 1995 já são adultos. Fazem parte da geração Z, quem nasceu entre 1995 e 2010, logo, muitos desses indivíduos já têm poder de compra e de tomada de decisões. Os que estão na faixa dos 20 e poucos anos, inclusive, estão chegando na fase de sair da casa dos pais, seja pagando aluguel ou adquirindo o primeiro imóvel.
Se por um lado, essa geração é muito mais aberta a novas experiências, por outro, é também muito mais crítica, em relação a gerações anteriores. No geral, esses jovens são pragmáticos, não se sujeitam a rótulos e são, extremamente, comunicativos, mas também são pouco tolerantes à frustração.
Tomar a decisão de morar sozinho, dividir o aluguel com amigos ou comprar o primeiro imóvel, é um passo gigantesco na vida de qualquer pessoa e sabemos que o corretor tem um papel fundamental em todo esse processo. Existem alguns cuidados específicos que este profissional pode ter, para ter sucesso atendendo seus clientes da geração Z.
A primeira coisa que você, corretor de imóveis, deve se atentar é que esse público nasceu em um ambiente hiperconectado e espera que você use ferramentas tecnológicas para oferecer-lhes o que há de mais moderno. Inclusive, quando chegarem até você, essas pessoas já terão pesquisado tudo o que podem e estarão fortemente munidos de informações a respeito do que querem. É importante se manter atualizado e contar com a tecnologia a seu favor.
Outra coisa muitíssimo importante é o tratamento pessoal que terá com esses clientes. Num contexto geral, essa geração defende a quebra de estereótipos e definições de gênero, por exemplo. Mais do que nunca, não deixe transparecer preconceitos e opiniões pessoais.
Como já mencionei, a dificuldade em lidar com a frustração é um traço negativo desse grupo. Sabemos que a busca pelo imóvel ideal pode gerar muita frustração durante o processo. Neste caso, o corretor tem um papel super importante para auxiliar seu cliente a lidar com este sentimento. Por serem muito imediatistas, esperam que as coisas aconteçam, na vida real, na mesma velocidade que no digital. Para driblar este desafio, o corretor pode usar alguns recursos, como contar casos de clientes com perfis parecidos, que tiveram sucesso em suas buscas, não deixar o cliente esperando um retorno por muito tempo, ou seja, fazer-se sempre presente, seja por uma ligação ou uma simples mensagem para acalmá-lo, sempre deixando claro que a espera faz parte desse grande passo.
Pequenas mudanças podem fazer toda a diferença para seu cliente. O corretor não pode esquecer que seu trabalho faz parte do sonho das pessoas e que, cada uma tem personalidades e objetivos específicos.