Empréstimo com garantia de imóvel: PROTESTE explica o que é e indica cuidados

A busca por crédito é comum entre empresas, comerciantes ou mesmo pessoas físicas que precisam de dinheiro para realizar objetivos, como investir, adquirir bens ou para realizações pessoais. Uma das possibilidades que os consumidores possuem é pedir um empréstimo com garantia de imóvel .

Essa modalidade de crédito tem uma série de vantagens e desvantagens que devem ser consideradas na hora de escolher o empréstimo. São várias opções de crédito no mercado que funcionam de maneiras diferentes e têm riscos diversos. No caso do empréstimo que utiliza o imóvel como garantia, é necessário avaliar se o valor obtido compensa o risco que será assumido.

Vamos abordar o que é o empréstimo com garantia de imóvel, quais as vantagens e desvantagens, cuidados que consumidores devem tomar na hora de pedir dinheiro emprestado por essa modalidade e as semelhanças e diferenças em relação à hipoteca.

O que é empréstimo com garantia de imóvel?

O empréstimo com garantia de imóvel é aquele que utiliza uma propriedade, como uma casa e apartamento, para garantir que um determinado empréstimo será quitado. Ou seja, se uma pessoa precisa de crédito e possui um imóvel em seu nome, ela pode oferecer esse bem como garantia de que a dívida será paga, caso não consiga quitar as prestações.

O processo para conseguir esse tipo de crédito pode ser mais demorado do que outras modalidades de empréstimo, portanto é importante analisar se há urgência ou não na solicitação. Ao mesmo tempo, ele conta com taxas de juros mais atrativas em comparação com outros tipos de crédito.

Como funciona?

Depois de pesquisar quais são as instituições financeiras que oferecem empréstimo considerando imóvel como garantia, o consumidor deve solicitar o crédito em uma instituição e apresentar documentos e outras informações que serão avaliadas pela empresa. Em geral, são solicitados documentos pessoais, registros do bem (matrícula do imóvel ou capa de IPTU) e comprovantes de renda, como holerite/contracheque.

Com os documentos, a empresa credora vai realizar avaliações como a análise de crédito e avaliações físicas, do próprio imóvel, e jurídicas para verificar se não há pendências na justiça.

Se a credora concluir que o imóvel regularizado pode ser usado como garantia para o empréstimo solicitado e que as informações pessoais do solicitante estão de acordo com seus critérios, o empréstimo é liberado e um contrato é assinado , o Cédula de Crédito Bancário (CCB) .

É possível utilizar tanto imóveis residenciais quanto comerciais para solicitar o crédito. Ao mesmo tempo, o bem pode ser usado para moradia ou aluguel, então não é necessário desocupar o imóvel durante o pagamento.

A propriedade continua a ser utilizada pelo proprietário, porém ela ficará alienada à instituição financeira enquanto o contrato de empréstimo estiver vigente (ou seja, pertencerá à empresa credora até que a dívida seja paga).

Vantagens do empréstimo com garantia de imóvel?

A vantagem de usar um imóvel como garantia para um empréstimo são os juros mais baixos do que outras linhas de crédito e o prazo maior para a quitação da dívida. Os juros mais amenos ocorrem em função de uma lógica básica: quanto maior o risco do negócio, maiores os juros e vice-versa.

Assim, quando a garantia do crédito é um imóvel, o risco para quem concede o empréstimo é menor. “Nesta situação, há uma vantagem para a instituição financeira que oferece a linha de crédito”, diz Rodrigo Alexandre, especialista da PROTESTE.

Outro benefício para os clientes é o prazo longo de pagamento. Alguns bancos oferecem até 240 meses, por exemplo.

Essa modalidade de crédito ainda permite contratar um empréstimo de valor elevado, pois é possível obter até 60% do valor do imóvel como crédito. Ao mesmo tempo, as parcelas podem ter valor fixo mensal ou mesmo serem decrescentes durante o contrato.

Por fim, o valor do empréstimo pode ser utilizado da maneira que o consumidor desejar, sem precisar ser direcionado a um objetivo específico, ao contrário do que acontece em financiamento de veículos ou imóveis, por exemplo.

Desvantagens do empréstimo com garantia de imóvel?

Como a garantia do contrato se dá pelo registro em cartório, é fundamental ter ciência de que o banco tem direitos relativos ao seu bem caso as prestações do empréstimo não sejam pagas. Portanto, caso surja qualquer imprevisto e a pessoa que recebeu o crédito fique inadimplente, o risco de perda do imóvel é realmente muito grande.

“É o seu imóvel que está sendo dado como garantia, ou seja, caso não pague, você o perde. É por este motivo que o consumidor precisa ficar atento e somente fazer o financiamento em caso de extrema importância”, destaca Rodrigo.

Logo, é preciso muita cautela ao contratar um empréstimo com imóvel em garantia. “Nessa modalidade de empréstimo, caso o cliente fique inadimplente e não tome nenhuma atitude visando renegociar a pendência , o banco pode reivindicar o imóvel e colocá-lo em leilão para saldar a dívida contratada”, alerta o especialista da PROTESTE.

Outra desvantagem é que o processo de obtenção de crédito pode ser mais demorado do que outros tipos de empréstimos, afinal há o tempo de análise de crédito, avaliação de imóvel e outros trâmites burocráticos que fazem aumentar o prazo para o dinheiro cair na conta do solicitante.

Cuidados

“Se o consumidor estiver sobreendividado , não deve usar esta modalidade. O ideal é tentar priorizar o pagamento de suas dívidas de outra forma, pois, ao usar esta modalidade, o indivíduo passa a ter uma nova dívida e, caso não consiga pagá-la, perderá o imóvel”, afirma Rodrigo Alexandre.

Para solicitar essa forma de crédito, o consumidor tem que ter um planejamento muito claro de seus objetivos, não utilizando a alternativa para cobrir dívidas já existentes.

“Se a ideia é abrir um negócio ou investir, que costuma ser uma finalidade comum para esse tipo de empréstimo, ainda assim o ideal é que o consumidor procure seu banco e analise outras linhas de crédito específicas ou soluções para seu projeto, pois podem existir outras opções, sem colocar o imóvel em risco”, orienta Rodrigo.

“Mas, se mesmo assim esse financiamento se tornar a única saída, por seus juros mais baixos, indicamos só fazer caso seus projetos gerem resultados no futuro que permitam pagar as parcelas consequentes deste financiamento. E também que o contratante considere se seu empreendimento trará retorno em médio e longo prazo, para que seja garantido o pagamento das parcelas em dia”, recomenda.

Também é necessário analisar, criteriosamente, o que é oferecido pelas instituições financeiras, quais taxas e qual o montante que consegue tomar e, o principal, comparar o Custo Efetivo Total (CET), cálculo que inclui todos os tributos, encargos e taxas envolvidas na contratação. Opte sempre pelo menor CET, que corresponde ao custo mais baixo.

O especialista destaca a importância do consumidor avaliar o valor das parcelas para ele não ficar inadimplente, perdendo o imóvel, ou precisar atrapalhar o orçamento familiar para pagar a dívida.

Ele ainda orienta que o solicitante “observe a renda familiar para não ter uma dívida maior que 30% de sua renda. Já que as parcelas podem durar anos, no caso do empréstimo com garantia de imóvel”.

Outra dica, segundo Rodrigo, é não contratar essa linha de crédito para valores baixos, pois essa modalidade é voltada para o longo prazo e quantias mais altas. “O objetivo do empréstimo com imóvel em garantia é contratar valores para realização de grandes projetos ou resolver todas as pendências da sua vida financeira”, observa.

Outra ação que ajuda a prevenir a inadimplência é utilizar o seguro prestamista, que auxilia no pagamento de parcelas e dívidas em situações imprevistas que provoquem a perda de renda e impossibilitem quitar prestações de empréstimos ou financiamentos.

Empréstimo com garantia de imóvel e hipoteca

O empréstimo com imóvel em garantia, também conhecido como home equity, é similar a uma hipoteca. Porém, existem algumas diferenças básicas. Na hipoteca, por exemplo, o credor só pode pedir o imóvel em caso de inadimplência, por meio de uma ação judicial .

Com isso, muitos bancos não oferecem a hipoteca porque o processo para obter a propriedade do imóvel e conseguir comercializá-lo, para conseguir a renda que pagará a dívida, é demorado.

Já quando o bem é uma garantia de empréstimo, o credor fica com a propriedade do imóvel e, em caso de inadimplência, pode reivindicar sua posse diretamente no cartório de imóveis.

Nessa situação, o inadimplente pode perder seus direitos sobre o bem em menos de um mês. Isso significa que, para quem contrata esse empréstimo, o risco é muito alto – especialmente se o imóvel em garantia for a sua residência.