Por Douglas Strabelli, Fundador e CEO da Sagewood Construction
Sustentabilidade é palavra de ordem nos dias de hoje no mundo todo, principalmente no segmento da construção civil. Aqui nos Estados Unidos, onde a Sagewood opera há 20 anos, desde 2005 vemos o mercado da “construção sustentável” crescer. O país, inclusive, lidera o ranking mundial do Green Building Council (GBC), rede de organizações, presente em 150 países, dedicada a estimular e certificar obras que reduzam o impacto ao meio ambiente, otimizando todos os princípios de reaproveitamento em cada etapa.
O princípio de uma casa sustentável ecológica, no entanto, é relativamente novo. Ganhou força a partir do século XXI, com a percepção de que problemas como aquecimento global estavam tomando uma proporção jamais vista, como uma verdadeira ameaça à Terra. A ideia, então, foi começar a pensar em novas alternativas para acabar com o desgaste de recursos e frear fenômenos naturais perigosos.
Mas é preciso dizer que há muito mais por trás de uma construção sustentável que apenas usar materiais que não agridam o meio ambiente. Estamos falando de durabilidade, economia de recursos, otimização de materiais, reutilização e reciclagem.
Temos que lembrar ainda da eficiência energética graças ao uso de energia solar, de telhados verdes, jardins verticais e iluminação natural. Do reaproveitamento da água das chuvas. E ainda temos a vantagem da geração de pouco lixo e esgoto através do controle de resíduos. Ou seja, além da responsabilidade em preservar e administrar melhor os recursos naturais, sustentabilidade é um bom negócio do ponto de vista econômico.
Nesse sentido, inovações como automação para economia de luz, com cortinas que abaixam para manter a temperatura amena, reduzindo gastos com ar-condicionado, por exemplo, são tecnologias que vieram para ficar.
Exemplo de sucesso
Entre as obras recentes que a Sagewood entregou e que tem foco na sustentabilidade cito uma casa de alto padrão nos Hamptons, região de aldeias e vilas de altíssimo luxo na cidade de Southampton, no estado de Nova York.
O projeto da mansão – que levou dois anos e meio para ficar pronta – foi concebido pelo arquiteto Christopher Coy. O design ficou por conta do premiado designer italiano Massimo Castagna.
Com um estilo moderno e sofisticado, a residência foi criada para receber o máximo de luz natural por meio de paredes retráteis de vidro que oferecem a vista da orla de quase todos os cômodos da casa e, mais do que beleza, garantem uso de iluminação natural durante todo o dia. Foram utilizadas no projeto double glass window, janelas de vidro duplo que fornecem uma barreira maior contra as temperaturas externas, representando uma vantagem significativa no que diz respeito à eficiência energética.
Graças a instalação de geradores de energia geotérmica, a climatização do ar do interior da casa é feita a partir de dutos subterrâneos. No inverno o ar do ambiente fica mais quente graças ao calor da terra, enquanto no verão ocorre o contrário.
Para completar, no rooftop foi instalado um ecotelhado ou telhado verde, mais uma ferramenta que contribui com a redução do uso do ar-condicionado, e painéis solares que garantem 30% da energia da casa. Ao gerar eletricidade limpa, reduzimos de imediato a nossa pegada ecológica, através da redução da emissão de carbono.
O sistema de automação geral do imóvel possibilita ainda o controle de iluminação, som e temperatura, irrigação, acionamento de persianas e diversos outros sistemas, resultando em uso eficiente de energia.
Por fim, quando o assunto é a economia de água, o sistema de cisternas promove o aproveitamento da água da chuva e também da água de reuso, garantindo redução da pegada hídrica .
Tendências para o futuro
Reduzir, Reutilizar e Reciclar. As possibilidades de utilização dos “3 Rs” da sustentabilidade na construção civil são várias. Boa parte dessas tendências já é uma realidade e a expectativa é que, a cada dia, surjam novidades, ferramentas e materiais para o setor.
Uma construção consciente e sustentável, além de evitar todos os prejuízos que uma obra normal traria ao meio ambiente, pode diminuir o custo final do projeto e até o seu tempo de conclusão.
Empresas que atuam com o conceito de sustentabilidade não ajudam apenas a proteger o ecossistema, mas ganham diferencial competitivo, agregam valor à marca. Ser sustentável não é moda, é atitude.