O projeto do Edifício Borges 3647, da Cité Arquitetura, adotou como premissas a valorização das vistas – de alguns pontos do prédio pode se enxergar o Cristo Redentor – e a integração com a paisagem marcante da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, um dos locais mais adequados para a contemplação e a prática de exercícios na cidade.
“O edifício se mimetiza na paisagem e, quando você se aproxima, os detalhes são ricos. O desenho se encaixa, visto de dentro, com a delicadeza desse projeto. que se integra de forma potente a partir dos detalhes. Como tem muito vidro, torna a lagoa muito próxima do ‘morar’. Entre a cidade e a paisagem buscamos fundir interior e exterior”, afirma o arquiteto Celso Rayol, sócio da Cité Arquitetura.
Em busca de qualidade das vistas, além da solução de implantação na direção exata do Cristo Redentor, o projeto buscou grandes vãos, em franca aproximação visual com a paisagem circundante, composta também por generosas copas das árvores da rua, elementos usados parar se integrar de forma elegante com o entorno. Ainda em relação ao diálogo com o exterior, a edificação busca através dos seus detalhes interpretar o Skyline da Lagoa, aproveitando os cheios e vazios para emoldurar vistas, como grandes quadros do cotidiano. Se destaca o uso de materiais discretos: além do vidro, uma primeira camada que forma a fachada é composta por concreto e chapas metálicas perfuradas, enquanto uma segunda camada, a das varandas, é composta por perfis de madeira em desenhos assimétricos e variados.
“Usamos concreto aparente em todas as vigas, cimentado que acaba de alguma forma fazendo a textura que parece um chapisco fino. O gradil de alumínio com acabamento amadeirado e o cinza perolizado das esquadrias formam um pano de fundo para tudo, conferindo coesão. O recorte do gradil faz o detalhe especial, com o caminho das linhas percorrendo toda a fachada até a matriz volumétrica e detalhes que finalizam a mesma”, afirma o arquiteto Fernando Costa, sócio da Cité Arquitetura.
O Borges 3647 tem seis andares e é composto por dois apartamentos em cada pavimento tipo, sendo um de três e o outro com dois quartos. Nas plantas, o posicionamento de banheiros e cozinhas foi pensado de maneira a garantir o maior número possível de variações, atendendo as necessidades de transformação da casa ao gosto e necessidades do morador. As unidades do primeiro andar têm jardins privativos, devido a configuração do pavimento de acesso, enquanto as unidades do sexto andar possuem dependências na cobertura com terraços de vista panorâmica.
Este projeto, assim como o Edifício Carmela Dutra e Lygia Reisen, faz parte do Cité Design 360, onde a Cité Arquitetura participa ativamente de todas as etapas de projeto, desde os estudos de viabilidade até a criação do nome do empreendimento, de seu material de divulgação e o projeto executivo.