A proposta de um novo modelo de financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) busca ampliar a oferta de recursos destinados ao crédito imobiliário. Com mais capital disponível para o setor, o Seguro Habitacional tende a ganhar importância na mitigação de riscos e na redução da inadimplência, consolidando-se como um instrumento relevante para a estabilidade do sistema.
De janeiro a julho de 2025, o segmento registrou R$ 1 bilhão em indenizações pagas, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O produto cobre eventos como morte, invalidez permanente e danos estruturais ao imóvel, assegurando a quitação do saldo devedor e a continuidade dos contratos de crédito. No mesmo período, a arrecadação do Seguro Habitacional cresceu 12,7%, somando R$ 4,6 bilhões.
A expansão do seguro acompanha o desempenho do mercado imobiliário. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o setor movimentou R$ 134,6 bilhões em concessões no primeiro semestre de 2025, aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. O principal impulso veio da aquisição de imóveis usados, enquanto o crédito para construção apresentou retração.
Para o segundo semestre, a Abecip prevê a manutenção do ritmo de concessões, embora os financiamentos para construção devam permanecer em queda. A entidade também prioriza a digitalização das operações de crédito e o aperfeiçoamento do marco regulatório, medidas que podem contribuir para a segurança das transações e o fortalecimento do setor.
O debate sobre o financiamento habitacional ganha destaque com a proposta do Governo Federal de ampliar de 65% para 100% o direcionamento dos recursos da poupança para o crédito habitacional. A iniciativa pode elevar a disponibilidade de recursos, mas especialistas indicam a necessidade de manter o equilíbrio entre acesso ao crédito, custo dos financiamentos e estabilidade do sistema.
