Expansão recorde da Compagas e estudos de mercado projetam avanço acelerado do gás canalizado, com amplos benefícios em eficiência e sustentabilidade
O uso do gás natural em novos projetos residenciais vem ganhando força e se consolidando como tendência de mercado, alinhada a soluções modernas, eficientes e sustentáveis na construção civil. Levantamento da Compagas – Companhia Paranaense de Gás, aponta que cerca de 70% dos novos empreendimentos construídos em Curitiba em até 150 metros da rede de distribuição de gás canalizado já são entregues com conexão à infraestrutura, que abastece atualmente mais de 62 mil residências no Paraná.
Segundo estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda por gás natural nos segmentos residencial, comercial e industrial deve crescer 37,5% na próxima década. Para o Diretor Comercial da Compagas, Luiz Carlos Kuns Passos, os números refletem a expansão do mercado paranaense. “Os resultados deste ano mostram que o Paraná está cada vez mais adepto às vantagens do gás natural, tanto pela eficiência operacional quanto pelo custo-benefício. A expansão em 2025 já atingiu marcas históricas e refletem o dinamismo que estamos impondo ao mercado local”, afirma.
Vantagens do Gás Natural na construção civil
O gás natural oferece diversas vantagens tanto na fase de obra quanto na operação dos empreendimentos. Entre as vantagens técnicas e operacionais estão a facilidade de instalação e o menor espaço para a infraestrutura. Como o GN é distribuído por rede subterrânea, a sua instalação exige apenas uma estação de Gás Natural (de 1 m² a 1,5 m²) para reduzir e limitar a pressão de entrada, ocupando muito menos espaço do que uma central de GLP (cerca de 3 m², no mínimo), que ainda precisa respeitar afastamentos da edificação, espaço que varia de acordo com o volume de gás armazenado.
Destaca-se ainda a economia, com menor custo de logística com sistemas de transporte de gás, o menor impacto ambiental proporcionado pelo gás natural, contribuindo para certificações ambientais dos empreendimentos, além da valorização imobiliária, com o aproveitamento maior dos espaços, principalmente nas áreas comuns dos condomínios.
Expansão recorde no Paraná
De janeiro a junho de 2025, a Compagas conectou mais de 3,5 mil novos clientes à rede de distribuição, o que representa praticamente o mesmo volume de todo o ano de 2024, o que impulsiona a expansão da malha de distribuição e amplia a integração com o mercado consumidor. Para os próximos anos, a meta é aumentar a presença nos municípios paranaenses. “Ao conectar cinco novas cidades, chegaremos com nossa infraestrutura de gás canalizado a um total de 21 municípios que, juntos, representam 47% do PIB do Estado”, frisa Luiz.
Potencial de conversão do GLP para GN
Estudo da Hoff Analytics, empresa especializada em inteligência de dados para o setor de construção e infraestrutura, divulgado recentemente, revelou elevado potencial de conversão de empreendimentos imobiliários que utilizam GLP para o gás natural. A análise, baseada em dados regulatórios, urbanísticos e técnicos, mapeou milhares de imóveis com viabilidade técnica e geográfica para migração, tendo como objetivo apoiar o setor na transição energética e no alinhamento às diretrizes ESG (ambiental, social e de governança). Para Wesley Bichoff, fundador da Hoff Analytics, “o crescimento previsto na demanda por gás natural evidencia a necessidade de mapear as áreas com potencial de conversão e orientar estrategicamente os investimentos em infraestrutura”, afirma Bichoff.
Papel do gás natural na transição energética
O gás natural é reconhecido como fonte essencial na transição para uma economia de baixo carbono, tendo sido destacado na COP 21 como alternativa para reduzir emissões sem comprometer a confiabilidade energética. Quando comparado a outros derivados do petróleo, o gás natural apresenta menores emissões de gás carbônico*, emitindo até 30% menos CO² do que o óleo combustível (largamente empregado nas indústrias), 16% menos do que o GLP, 23% menos que a gasolina e 25% a menos que o óleo diesel, contribuindo de forma significativa para metas ESG e compromissos ambientais.
(*) Estudo de emissões de gás carbônico de acordo com estudo Professor Doutor Dmitri Vlassov, 2002.
