As vendas de imóveis usados cresceram 13,73% em setembro comparado a agosto na cidade de São Paulo segundo pesquisa feita com 292 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). Foi o segundo mês seguido de alta, o que elevou o saldo positivo acumulado no ano a 53,13%.
As vendas tiveram predominância de apartamentos (72,52% do total) sobre as casas (27,48%) e preferência dos compradores por aqueles com preço final de até R$ 400 mil, que somaram 53,44% do total de unidades negociadas pelas imobiliárias pesquisadas. Na divisão das vendas por faixas de preços médios, 54,55% custaram aos compradores até R$ 5 mil o metro quadrado.
Os preços do metro quadrado dos imóveis negociados pelas imobiliárias consultadas pelo CreciSP aumentaram 0,94% em setembro em relação a agosto, mas acumulam queda de 21,45% nos 12 meses transcorridos de outubro de 2018 a setembro deste ano.
Os motivos para essa contenção dos preços mesmo com demanda em alta são variados, segundo José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. “A oferta é muito grande em todos os segmentos do mercado de imóveis usados, os lançamentos de imóveis novos vêm crescendo e oferecendo novas facilidades de crédito, a renda de grandes faixas da população continua comprimida e o financiamento bancário ainda custa caro”, afirma.
Os juros caíram nos últimos 30 dias para a faixa média entre 7% e 8% ao ano mais TR, com a Caixa Econômica Federal oferecendo também a correção pelo IPCA, mas Viana Neto lembra que não basta redução dos juros para que haja uma corrida aos financiamentos.
“A exigência de uma entrada média de 30% do valor do imóvel desejado, os custos cartorários e o achatamento dos salários ou o comprometimento da renda das famílias com despesas crescentes contribuem para limitar essa expansão a níveis que não afetam a relação entre oferta e demanda e consequentemente os preços”, justifica.
Em setembro, por sinal, a pesquisa CreciSP apurou que 58,02% dos imóveis foram vendidos à vista. A parcela dos comprados com empréstimo de bancos ficou em 36,64%. Os consórcios imobiliários (3,82% do total) e as compras parceladas pelos proprietários (1,53%) responderam pelo restante das vendas feitas pelas 292 imobiliárias.
Descontos menores
Quem comprou imóvel usado em setembro na Capital obteve dos vendedores descontos menores que os registrados pela pesquisa CreciSP em agosto. Em bairros da Zona A, a queda foi de 41,21% (de 12,4% em média em agosto para 7,29% em setembro). Na Zona B, a redução somou 24,37% (de 7,1% para 5,37%); na Zona C ficou em 17,97% (de 9,85% para 8,08%); e na Zona D foi de 14,03% (de 8,41% para 7,23%).
Os imóveis usados mais vendidos em setembro foram os de padrão médio (60% do total), seguidos pelos de padrão standard (22%) e luxo (18%). As vendas ficaram concentradas em bairros das Zona C (44,27% do total), Zona A (18,35%) e B (17,53%), com o restante dividido entre a Zona D (13,74%) e a Zona E (6,11%).
Aluguel tem aumento
de 5,29% em setembro
Se os preços dos imóveis usados estão em queda, os dos aluguéis novos seguem na direção contrária. Em setembro, na Capital, os aluguéis subiram em média 5,29% em relação a agosto, e nos 12 meses contados de outubro do ano passado a setembro último, acumulam alta de 7,32% para uma inflação medida pelo IPCA do IBGE de 2,89%.
Os números apurados pela pesquisa CreciSP com 292 imobiliárias da Capital apontaram uma redução em setembro de 0,49% no número de imóveis alugados na comparação com agosto. No ano, porém, o saldo acumulado de novas locações está positivo em 28,54%.
Foram alugados em setembro imóveis, dos quais 54,56% eram apartamentos e 45,44% eram casas. Mais da metade das novas locações — 53,05% – tem aluguel mensal de até R$ 1.400,00. O aluguel novo mais barato do mês foi de R$ 550,00 em média por casas de 2 cômodos situadas em bairros como Brasilândia e Lauzanne Paulista, na Zona E.
Os descontos que os donos dos imóveis concederam em setembro sobre os valores inicialmente pedidos por eles foram maiores na Zona A (+ 38,89%, de 7,2% em agosto para 10% em setembro); na Zona B (+ 2,07%, de 8,22% para 8,39%); na Zona C (+ 13,23%, de 9,37% para 10,61%); e na Zona E (+ 18,82%, de 9,14% para 10,86%). Na Zona D, o descontou baixou 8,37%, de 10,63% em agosto para 9,74% em setembro.
No segmento de apartamentos, a pesquisa CreciSP registrou que o maior aumento de aluguel novo foi o dos de 3 dormitórios em prédios da Zona A, como os Jardins. Em média, o aluguel subiu de R$ 1.800,00 em agosto para R$ 2.902,47 em setembro, alta de 61,25%. O aluguel que mais baixou foi o de unidades de 1 dormitório nos bairros da Zona B, como Paraíso e Pompéia. O aluguel médio caiu de R$ 1.890,78 para R$ 1.344,09, redução de 28,91%.
No mercado de casas, o maior aumento foi de 64,02% para as de 4 dormitórios situadas em bairros da Zona E — o aluguel médio subiu de R$ 2.100,00 em agosto para R$ 3.444,40 em setembro. O aluguel que ficou mais barato foi o de casas de 2 dormitórios em bairros da Zona B, cujo aluguel médio inicial de R$ 2.803,33 em agosto baixou 27,18%, para R$ 2.045,00 em setembro.
Segundo a pesquisa CreciSP, as novas locações de setembro distribuíram-se entre as Zona C (43,73% do total), D (17,79%), E (15,86%), B (15,74%) e Z (6.86%).
Depósito como garantia
A pesquisa CreciSP com 292 imobiliárias da Capital apurou que, das seis formas de garantia da locação mais usadas no mercado, o depósito de valor equivalente a três meses de aluguel foi o mais adotado nos novos contratos em setembro — 36,87% dos locadores e locatários optaram por essa modalidade.
Na sequência vieram o fiador pessoa física (33,23%), o seguro de fiança (19,19%), a caução de imóveis (7,12%), a cessão fiduciária (1,82%) e a locação sem garantia (1,71%).
O índice de inadimplência nas imobiliárias pesquisadas foi de 4,93% em setembro, ou 1,4% menos que os 5% registrados em agosto. As imobiliárias receberam as chaves de casas e apartamentos de inquilinos que desistiram de continuar alugando-os, em número equivalente a 92,07% das novas locações. Esse índice foi 6,27% maior que o apurado em agosto, quando os imóveis devolvidos representaram 86,64% do total de novos contratos formalizados naquele mês.
Ações em queda
O CreciSP também apurou que os Fóruns da Capital receberam em setembro 2.292 ações, número 11,75% menor que o de agosto, quando foram propostas 2.484 ações.
Em setembro, foram ajuizadas 1.080 ações por falta de pagamento, 18,18% menos que as 1.320 do mês anterior. As ações de rito ordinário caíram 16,22%, de 74 para 62, e as renovatórias de aluguel 9,38%, de 64 para 68.
As ações de rito sumário somaram 980 em setembro, ou 3,45% a menos que as 1.015 de agosto. Houve aumento – de 9,09% – apenas no número de ações consignatórias, de 11 para 12.