Com dívida líquida de 13%, frente a um limite de 80% estabelecido pelo convenentes do período, companhia registrou zero desvios de custos no orçamento desde 3T21
A Construtora Tenda (B3: TEND3), uma das principais construtoras e incorporadoras com foco em habitação popular no Brasil, registrou receita líquida de R$ 783,3 milhões no terceiro trimestre de 2023, uma alta de 37,3% na base de comparação anual, e +10,7% em relação ao 2T23. Foram 15 novos empreendimentos lançados no consolidado, movimentando R$ 880,6 milhões – um crescimento de 134,1% em relação ao mesmo trimestre de 2022, sendo R$ 195,5 mil o preço médio por unidade no período.
Em sua unidade de construção off-site, Alea, houve o lançamento de 743 unidades no período, e no acumulado do ano as 1.205 unidades lançadas superam as 826 unidades lançadas nos anos anteriores.
O período teve importantes marcos globais e internos que contribuíram para os avanços para o setor habitacional de baixa renda no Brasil e para a companhia. Entre as mais importantes, o Programa Minha Casa Minha Vida anunciou mudanças significativas que entraram em vigor, a exemplo do novo teto de subsídios de até R$55 mil reais por família; além da redução das taxas de juros cobradas das famílias de menor renda, e da ampliação do prazo de financiamento para até 35 anos (Price 420), que passou a representar algo em torno de 90% das vendas da empresa (até o primeiro semestre situava-se entre 10% e 20%).
A emissão do primeiro Follow On da história da companhia, com a emissão subsequente de 18.750 mil ações a R$12,50 por ação, representando uma captação bruta de R$234 milhões de reais; e sequentes séries de três debêntures, com vencimento no curto e médio-prazo (TEND14, TEND15 e TEND16) ao total aproximado de R$ 240 milhões entre principal e juros, junto a emissão de uma nova série (10ª emissão) no valor de R$150 milhões e taxa de CDI + 2,75%.
Esses eventos, juntos, representam a virada de página da Construtora Tenda em relação ao processo de reestruturação da empresa, acelerando a redução da alavancagem. Com isso, a empresa encerra o 3T23 com dívida líquida corporativa de 13% do Patrimônio líquido vs. 42% no 2T23, que possibilita a retomada do crescimento, diante da melhora do cenário para habitação popular no país.
“No processo de retomada pela rentabilidade, o 3T23 confirmou o que já havíamos sinalizado no 2T23: pela primeira vez desde o 2021, não tivemos desvios de custo identificados em nossos orçamentos, que se mostram, portanto, aderentes à estrutura de custos atual. Diante desse cenário e de uma mudança no nosso mix de lançamentos para famílias de menor renda (faixa 1), nosso preço tende a ter uma evolução mais gradativa à frente, o que não significa dizer que não continuaremos melhorando a margem dos projetos”, pontua o CFO da Tenda, Luiz Mauricio Garcia.
O trimestre deu sequência também à evolução da margem bruta de novas vendas, com aumento de 130 bps no 3T23 em comparação ao 2T23. Como consequência, a margem REF sem financeiros melhorou 0,6 p.p. no 3T23 em comparação com 2T23, alcançando 35,5%, refletindo a melhora contínua nos resultados da companhia. “Esperamos que nossos custos voltem a andar em linha com INCC e estamos trabalhando em importantes projetos de ganhos de eficiência, para voltarmos a ter variações de custo ainda melhor que o INCC à frente”, ressalta Garcia.
Off-site
Em relação a Alea, o 3T23 representa o trimestre em que se observou uma forte aceleração no número de lançamentos, atingindo 743 unidades lançadas no período e 1.205 unidades lançadas no ano, o que já supera o montante de 826 unidades totais lançadas nos anos anteriores (2021 e 2022), desde o início da operação da Alea. O landbank da Alea já alcançou R$ 2,9 bilhões de VGV, o que reforça que o CasaPatio representou a grande virada da Alea.
Futuro
Diante desses resultados operacionais e financeiros significativos, a expectativa da Tenda é que no 4T23, menos de 20% da receita seja oriunda de projetos lançados em 2021 ou antes.
“A forte velocidade de vendas, de 30,2% no 3T23 (VSO líquido), corrobora a enorme demanda pelos nossos empreendimentos e nos deixa confiantes de voltar a crescer no segmento Tenda. Medidas como FGTS futuro, previsto para fim do 4T23, e o RET 1%, previsto para 1T24, podem acelerar ainda mais nossa retomada no resultado consolidado, o que nos deixa confortáveis para enfrentar os desafios e oportunidades que se apresentam”, diz o CFO da companhia, que completa: “Continuamos comprometidos em direcionar nossos esforços para alcançar o sucesso e prosperar no mercado. Estamos ansiosos para o futuro e para compartilhar essas conquistas com todos os nossos colaboradores, parceiros e investidores. juntos, alcançaremos nossos objetivos de trilhar um caminho de crescimento sustentável”, conclui.