Pesquisa da Bonard
revela potencial para atender cerca de 90 mil estudantes por ano no Brasil.
Segmento ganha visibilidade e atrai cada
vez mais interesse de investidores para esse
tipo de empreendimento
Já conhecido no
exterior, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, o Student Housing é um
modelo de negócio cada vez mais presente no mercado imobiliário brasileiro.
Apesar da instabilidade do cenário econômico nacional, o setor apresenta
crescimento e atrai cada vez mais interesse de investidores, incorporadores e
operadores da área.
Pesquisa recente
produzida pela Bonard, consultoria especializada no segmento imobiliário de
acomodações estudantis, revela que o setor pode atender cerca de 90 mil
estudantes por ano em todo o Brasil, concentrados em sua maioria entre São
Paulo e Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por uma combinação de
pesquisas conduzidas pela empresa em Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro
entre 2018 e 2019. A pesquisa é a primeira relacionada ao mercado de Student
Housing na América Latina.
“O mercado de Student
Housing é extremamente desenvolvido no hemisfério norte e considerado uma
classe imobiliária de alto retorno. Atualmente, estima-se que menos de 1% dos
estudantes na Argentina e menos de 2% no Brasil tenham acesso ao que o mercado
chama de PBSA (Purpose Built Student Accommodation), empreendimentos
construídos especificamente para alojar estudantes universitários de forma
adequada. Contudo, temos acompanhado uma mudança relevante nesse cenário na
América Latina, o que nos levou a produzir a pesquisa sobre esse mercado”,
explica Samuel Vetrak, CEO da Bonard.
Na Argentina, existem
131 instituições de ensino superior, 10% das quais aparecem entre as 1.002
instituições classificadas no QS World University Rankings 2020. O Brasil, por
sua vez, conta com 2.537 instituições entre públicas, privadas, centros
universitários, faculdades, faculdades integradas e centros federais de
educação tecnológica. Segundo dados da pesquisa elaborada pela Bonard, 88%
dessas instituições são financiadas pelo setor privado.
Como na Argentina e no
Brasil as autoridades locais e as universidades são menos ativas quando se
trata de acomodações estudantis, as empresas privadas ligadas a esse mercado
precisam criar empreendimentos praticamente do zero e promovê-los
individualmente. Entre as vantagens desse tipo de acomodação estão boa
localização, gestão profissional, espaços modernos, bem estruturados e pensados
unicamente para o bem-estar dos estudantes.
“As empresas precisam
estar atentas às necessidades do mercado. Apesar de ser um setor pouco
explorado e ainda em formação no Brasil, é notório o aumento da demanda e a
busca cada vez mais frequente por empreendimentos desse tipo. É inegável que o
futuro do segmento na América Latina tem grande potencial de crescimento, e
pode se tornar uma importante oportunidade de negócio para investidores,
incorporadores e operadores”, ressalta Vetrak.
O mercado imobiliário
para estudantes já é tão desenvolvido na América do Norte que é considerado uma
classe de ativos de base imobiliária de alto retorno. Entre as oportunidades
para empresas e investidores que se interessem por esse tipo de mercado no
Brasil estão a ampliação da notoriedade em virtude de sua baixa demanda, além
da oportunidade de expansão do serviço para a América Latina.
Por ser uma classe de
ativos ainda pouco conhecida e desenvolvida na América Latina, é de extrema
importância que haja cautela na avaliação do investimento e no entendimento de
cada mercado, incluindo as características individuais de cada região,
universidade e perfil do aluno. Além disso, é necessária a conscientização
sobre o setor entre os estudantes, bem como, às escolas de ensino superior.