Especialistas apontam caminhos para crédito imobiliário em evento do Secovi-SP em Campinas

Evento reuniu empresários do setor imobiliário, que puderam entender mais sobre alternativas de funding em um cenário econômico desafiador


Especialistas e diretores do Secovi-SP ministraram palestras que apontaram prognósticos e novos caminhos para o crédito imobiliário e fundings alternativos. O evento, realizado na última quinta-feira (3/7), em Campinas, reuniu empresários do setor imobiliário, investidores e agentes públicos, que tiveram a oportunidade única de entender mais sobre os rumos do mercado em um cenário econômico desafiador, com elevação dos custos operacionais e escassez de funding.
 

O encontro foi coordenado pela diretora regional do Secovi-SP em Campinas, Kelma Camargo, que destacou a importância de os empresários do setor se reunirem para enfrentar o momento difícil da economia. “As altas taxas de juros trazem incertezas ao mercado imobiliário. Por isso, é importante que os empresários mantenham o vínculo com entidades fortes como o Secovi-SP, a fim de buscarem alternativas para o crédito imobiliário”, ressaltou Kelma Camargo.
 

Além das palestras, houve também a apresentação e lançamento da Cartilha da Reforma Tributária, um material de orientação para o setor imobiliário. O presidente-executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim, comentou que as mudanças no regime tributário exigem muito conhecimento para que sejam evitados erros contábeis. “É importante que o setor imobiliário fique atento. Serão 10 anos de mudanças e uma transição árdua entre os sistemas tributários atual e as novas regras, que irão impactar de maneira significativa os segmentos de locação, incorporação, administração de imóveis e loteamentos”, afirmou o presidente-executivo.

Fundings tradicionais e alternativos

Um assunto latente e bastante discutido durante as palestras foi a busca por novas opções de funding, como maneira de contornar um ambiente de altas taxas de juros e incertezas do mercado. O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, acredita na força do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), porém, afirma que a alta na Selic faz com que as empresas do setor imobiliário tenham custos operacionais mais altos para produção. “Acreditamos que seja uma situação momentânea. As previsões dos bancos apontam para uma queda na taxa de juros ainda no final de 2025, o que trará mais facilidades para financiamento à produção imobiliária”, comentou Petrucci.
 

Raul Gomes, superintendente nacional de Habitação Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, marcou presença no evento com palestra esclarecedora sobre a atuação do banco no sentido de proporcionar mais facilidade de acesso ao crédito à população e ao setor produtivo. “A alta na Selic não impacta tanto, pois a Caixa Econômica tem mantido as taxas de juros mais baixas, além de criar, por meio do Minha Casa, Minha Casa, crédito imobiliário para outras faixas de renda e que possa atender o público da classe média que deseja financiar um imóvel”, explica.
 

Raul Gomes também comentou sobre novas linhas de crédito imobiliário para pessoas físicas e para fomentar a produção imobiliária.


Encerrando o ciclo de palestras, o diretor executivo de Real Estate do BTG Pactual e diretor de Fundos Imobiliários do Secovi-SP, Fernando Crestana, falou sobre o crescimento dos fundings alternativos, que surgem como nova opção para que as empresas possam alavancar capital a produção imobiliária. “Atualmente, temos no Brasil uma gama diversa de fundings. Em 2024, contávamos com 2.712 milhões de investidores em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e 543 fundings. Vivemos um novo cenário, em que o empresário do setor imobiliário pode buscar recursos não só no SBPE, mas também em fintechs, debêntures, além da LCI (Letra de Crédito Imobiliário)”, explanou Crestana.
 

O evento contou ainda com palestra de Filipe Pontual, diretor executivo da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A abertura do encontro ficou por conta do vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes Cesar.