Especialistas debatem PPP da Habitação da cidade de São Paulo

Na próxima terça (12/04), às 19h, no Infra Live, a especialista em PPPs e concessões, a fundadora do Infracast Isadora Cohen, e o diretor de desenvolvimento da TEEN Imobiliário, o arquiteto e urbanista Gustavo Partezani, debatem sobre a primeira Parceria Público-Privada (PPP) da habitação municipal do país.

O Infra Live é uma iniciativa do Infracast, com transmissão pelo Instagram da plataforma @_infracast (Clique aqui).

A TEEN é responsável pela construção de mais de 2,7 mil moradias habitacionais nos bairros da Mooca e Anália Franco, na capital paulista. São unidades com até 50m², voltadas às famílias com faixa de renda entre um e dez salários, que têm enquadramento nos programas habitacionais da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).

Com um déficit habitacional de 5,9 milhões de domicílios, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), o Brasil tem um longo caminho para resolver o problema da falta de moradia, principalmente nos grandes centros urbanos. A capital paulista, por exemplo, contabiliza déficit de 474 mil domicílios, segundo dados da administração municipal.

O diretor de desenvolvimento da TEEN Imobiliário, Gustavo Partezani, cita que: “assim como nos setores de saneamento básico e iluminação pública, por exemplo, as parcerias público-privadas (PPPs) também apresentam soluções efetivas para a redução do déficit de moradias no Brasil.”


O executivo destaca também o bate-papo com a especialista Isadora Cohen. “Sem dúvida, é uma ótima oportunidade para compartilhar informações sobre o tema junto aos vários atores que compõem esse ecossistema, como gestores públicos e privados, bem como a população.”

A fundadora do Infracast, Isadora Cohen, que atuou como secretária de Desestatização, sendo responsável pela Unidade de PPPs do Estado de São Paulo, entre 2014 e 2019, cita: “Atuei na estruturação e gestão de um projeto de PPP na área de habitação social e acredito que a modalidade expressa uma tendência que veio para ficar”, disse.

A TEEN também atua com outro lote da PPP em São Paulo (SP), no bairro de Heliópolis, com expectativa de construir mais 1,1 mil unidades habitacionais.

Qual o benefício da PPP para o cidadão?

Além da localização privilegiada, com proximidade à estações do Metrô e da CPTM, corredores de ônibus e infraestrutura para a mobilidade ativa, os projetos da TEEN se diferem do habitual quando se trata de habitação popular que, no geral, são disponibilizados nos extremos dos grandes centros e sem muita ou com pouca infraestrutura.

Dos quatro complexos que a empresa irá construir na Mooca, um dos bairros mais tradicionais da cidade de São Paulo, três têm o Parque da Mooca ao centro, onde as concepções arquitetônicas, urbanísticas e de paisagismo são diferenciadas, principalmente no que tange aos padrões verificados em moradias populares.

Os empreendimentos atenderão às melhores práticas do ecossistema de cidades, inclusive do conceito de cidade com mix de usos, nas quais a mobilidade ativa e o acesso à infraestrutura de transporte já em operação são priorizados.

Serviço

Infra Live — Iniciativa da plataforma Infracast

PPP da Habitação da cidade de São Paulo

Quando: terça-feira (12 de abril)

Horário: 19h (ao vivo)

Local: Instagram Infracast (@_infracast)

Mesmo com alta dos juros, maioria dos compradores de imóveis segue com o negócio

Levantamento mostra que 69% dos entrevistados manteriam a compra em caso de aumento de 0,5% na taxa de juros

O aumento da taxa Selic para 11,75% a.a. definido na última reunião do Copom, realizada dia 16/03, é um ponto de atenção para o mercado imobiliário. Afinal, o financiamento imobiliário SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) é um dos grandes impulsionares do setor.

Uma prova disso é que em 2021, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) divulgou novo recorde na contratação de financiamentos imobiliários (R$ 205 bi), e os Indicadores ABRAINC-Fipe também registraram recorde histórico da série em relação a vendas e lançamentos. No comparativo com 2020, as vendas cresceram 4% e os lançamentos tiveram alta de 27%.

Para o ano de 2022, investidores têm se mostrado apreensivos com o possível desempenho do mercado imobiliário em função do aumento na Selic.

Primeiramente, vale dizer que para o mercado Casa Verde e Amarela, que corresponde a 80% das unidades produzidas nos últimos anos, o financiamento habitacional é proveniente do FGTS, sendo assim, as taxas de financiamento não apresentam correlação com a Selic.

Já para o mercado de Médio e Alto Padrão (MAP), cujo financiamento depende dos recursos da poupança, deve haver um aumento nas taxas. Porém, a magnitude desse aumento tem sido bem menor do que a elevação da Selic. Enquanto a Selic subiu 8,75% de jan./21 a jan./22, as taxas médias de financiamento habitacional subiram apenas 1,95%.

Como existe um teto para a remuneração da poupança (0,5% a.m.), é esperado que a elevação das taxas de financiamento seja ainda menor. A Abecip estima que as contratações de crédito imobiliário neste ano devem apresentar um ritmo similar ao de 2021. A expectativa da entidade é que 2022 seja o segundo ano com maior volume de contratações da história (apenas um pouco inferior a 2021).

Compradores de imóveis pretendem manter negócios mesmo com aumento da taxa de juros

Uma pesquisa sobre a jornada de compra de imóveis realizada em 2021 pela Brain, a pedido da ABRAINC, com mais de 800 de pessoas que compraram um imóvel no ano passado, mostra que a maior parte desses compradores pretendem manter o negócio mesmo com aumento da taxa de juros. Veja abaixo alguns dados da pesquisa:

  • 71% dos entrevistados disseram que a taxa é um item fundamental na compra do imóvel;
  • Quando questionados sobre qual o item mais importante para efetivar a compra, o valor da taxa apareceu em 3º lugar.

Pesquisa realizada com mais de 800 compradores de imóvel em 2021

Foi também perguntado se o comprador manteria o negócio com possíveis aumentos na taxa do financiamento:

  • 69% manteriam a compra se a taxa aumentasse 0,5%;
  • 65% manteriam a compra se a taxa aumentasse 1,5%.

Atualmente os bancos oferecem financiamento em até 40 anos, o que permite reduzir o valor da parcela inicial. Além disso, a portabilidade possibilita que a taxa seja reduzida ao longo do contrato.

  • 58% dos entrevistados disseram que aceitariam alongar o tempo do financiamento para manter o valor da parcela.

A agilidade para conseguir o financiamento foi também um dos itens perguntados na pesquisa:

  • 74% dos compradores disseram que conseguiram obter o financiamento no tempo adequado.

Preços dos imóveis em São Paulo sobem no primeiro trimestre de 2022, de acordo com o Imovelweb

O Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País, divulga seu relatório mensal de preços em São Paulo. O levantamento é baseado nas buscas realizadas pelos usuários no site durante o mês de março.

Seguindo a tendência do último relatório, elaborado em fevereiro, os valores para locação e compra de imóveis na maior cidade do Brasil continuam em alta.

Quando se trata de aluguel, o índice do Imovelweb mostra que o preço médio do aluguel mensal em São Paulo ficou em R$ 3.221 para os apartamentos de 65m² com dois quartos, subindo 1,0% em comparação ao mês anterior. No primeiro trimestre de 2022, os valores de aluguel tiveram um incremento de 1,9%, ou seja, abaixo da inflação e do reajuste do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

Na análise por região, a Zona Oeste aparece como a mais cara da cidade, com um valor médio de aluguel de R$ 3.837 por mês.

Confira os demais valores de aluguel em outras regiões de São Paulo:

RegiãoValor do aluguel (R$)Variação MensalVariação Anual
Noroeste1.780-0,3%3,3%
Leste1.7992,5%9,2%
Nordeste1.9480,5%9,2%
Sudeste2.2730,2%7,4%
Sul2.332-0,1%3,1%
Centro2.8940,8%-12,0%
Centro-Sul3.4650,8%-4,9%
Oeste3.8371,4%-6,0%

Ao buscar por bairros, Itaim Bibi tem o maior preço médio de aluguel, custando
R$ 4.708 por mês. Cidades Tiradentes fechou o mês como o bairro mais econômico (R$ 969 mensal).

Mais baratos (R$)Variação MensalVariação Anual
CIDADE TIRADENTES969-2%-10%
LAJEADO1.3244%-1%
SÃO RAFAEL1.381-8%-4%
Mais caros (R$)Variação MensalVariação Anual
PINHEIROS4.1492%-5%
MOEMA4.1561%-1%
ITAIM BIBI4.7081%-4%

Imóveis à venda em São Paulo

O preço médio do m² na cidade no mês de março ficou em R$ 9.679, 0,5% acima do mês anterior. No primeiro trimestre de 2022, os valores acumularam uma alta de 1,2%  abaixo da inflação e do aumento da BOVESPA. Pinheiros é o bairro mais caro da cidade, registrando um preço médio de R$ 14.064 por m². Cidades Tiradentes fecha março com o valor mais em conta (R$ 2.650 por m²).

Mais baratos (R$/m²)Variação MensalVariação Anual
CIDADE TIRADENTES2.650-0,5%0,2%
LAJEADO3.827-0,3%0,1%
JOSÉ BONIFÁCIO3.9920,0%2,3%
Mais caros (R$/m²)Variação MensalVariação Anual
MOEMA14.1780,8%7,2%
ITAIM BIBI14.5240,6%5,4%
PINHEIROS14.6040,2%2,9%

Na análise de variação de preços, Cidade Ademar e Guaianases são os bairros com maior incremento interanual. Já o Bom Retiro e Itaim Paulista ficaram com o maior retrocesso.

BairroValor do m² (R$/mês)Variação anual
BOM RETIRO6.533-3,7%
ITAIM PAULISTA4.518-3,0%
ANHANGUERA5.332-2,5%
PARQUE DO CARMO4.97310,4%
GUAIANASES4.38311,7%
CIDADE ADEMAR7.14512,0%

Rentabilidade

O índice de rentabilidade imobiliária relaciona o preço de venda e valor de locação do imóvel para verificar o tempo necessário para recuperar o dinheiro utilizado na aquisição do imóvel. O relatório de março apontou um índice anual de 5,45% bruto anual, o que significa que são necessários 18,3 anos de aluguel para reembolsar o investimento de compra, 1,5% a mais que um ano atrás.

As regiões Sul e Leste são as que oferecem o maior retorno para os investidores. Já a Vila Jacuí e São Miguel Paulista são as melhores regiões para quem busca investir.  

Rentabilidade por região

RegiãoRentabilidade
Nordeste5,1%
Centro-Sul5,3%
Oeste5,5%
Sudeste5,5%
Centro5,5%
Noroeste5,5%
Leste6,3%
Sul6,3%

Índice ABRAMAT indica estabilidade no faturamento da indústria em março

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulga nessa quarta-feira, 06, a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE, apresentando os dados de faturamento do setor. O estudo indica que em março de 2022, o faturamento deflacionado das indústrias de materiais se estabiliza em comparação com o mês anterior, com crescimento de 1,1%. Apesar da estabilidade, o primeiro trimestre do ano registra queda de 9,4% na comparação com o mesmo período de 2021 e queda de 8,3% na comparação com o mesmo mês de 2021.
 

A nova edição da pesquisa também aponta os dados consolidados de fevereiro de 2022. No período, a indústria de materiais de construção teve faturamento 9,3% menor que o observado em fevereiro de 2021. Registrando a sexta redução seguida na comparação interanual.
 

Para 2022 a previsão da ABRAMAT permanece, estimando crescimento de 1% no faturamento da indústria de materiais de construção em relação a 2021. “A queda no faturamento neste primeiro trimestre continuará a ser observado por mais alguns meses, pois reflete a base de comparação mais elevada do primeiro semestre de 2021. No período tivemos a retomada da economia e dos setores produtivos no segundo ano de pandemia já com as flexibilizações em diversos Estados e no Distrito Federal. Certamente nos últimos meses do ano o sinal deve voltar a se inverter. O que vai ao encontro de nossa perspectiva de recuperação do setor com crescimento de 1%, mostrando estabilidade.”, comenta Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT.

Pesquisa da Abrainc aponta principais fatores para compra de imóveis no Brasil

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), juntamente com a Brain Inteligência Estratégica, divulgou, recentemente, um levantamento sobre os aspectos que os consumidores levam em consideração na hora de escolher um imóvel para compra. A pesquisa revelou que o fator que mais influencia é a localização. João Ximenes Fiuza, Diretor Comercial e de Novos Negócios do Grupo Diagonal, comenta que o direcionamento ao comprador deve ser um diferencial para assertividade na hora da aquisição. 

“Quem dita o mercado é o cliente e comprovamos, dia após dia, o quanto a exigência do consumidor cresceu. Enquanto ponte entre as pessoas e seu sonho de moradia, é nosso dever entregarmos obras que atendam essas expectativas”, cita João X. Fiuza. 

A pesquisa “Jornada de Compra do Imóvel” ouviu pessoas que compraram imóveis em 2021 e o bairro onde o imóvel está foi apontado no topo das motivações de compra de 60% delas – os serviços mais procurados por esses compradores são os supermercados, citado por 40% dos que priorizam localização, seguido das farmácias, preferência de 28%. O segundo critério de escolha, visado por 19% do total dos proprietários, foi o valor. 

Para o especialista, a pandemia mudou os desejos do cliente com relação ao imóvel desejado. “Com a consolidação do home office, as pessoas começaram a passar mais tempo em casa e estão ainda mais exigentes com as opções de lazer e conforto acessíveis, escolhendo com critério a região para priorizar serviços próximos”, analisa.

Em relação às opções além da moradia que os imóveis oferecem, 66% das pessoas ouvidas falaram que estariam dispostos a pagar mais para ter energia solar; 47% para ter academia; 45% para ter churrasqueira na varanda; 40% para ter piscina; e 32% pagariam a mais para ter playground e espaço pet. “A pesquisa é muito importante para nós do setor, porque nos dá um panorama das tendências do mercado, fazendo com que nossos empreendimentos estejam sempre atualizados”, reflete o diretor do Grupo Diagonal. 

Além disso, o estudo observou que, para 80% dos entrevistados, o local onde se mora influencia diretamente na qualidade de vida. “A moradia não é mais um espaço que se vai apenas para dormir e descansar, é onde você quer estar com sua família, criar momentos, isso justifica as pessoas estarem dispostas a pagar mais pela qualidade de vida que o empreendimento proporciona. Já estávamos atentos a essa tendência”, finaliza João. 

Um em cada 3 moradores da região Sul do País querem comprar imóveis

Um em cada três moradores dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão em busca de um novo imóvel, seja para investimento, sair do aluguel ou simplesmente ter um novo lar. É o que indica um levantamento feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Brain Inteligência e Estratégia. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (6), durante um webinar sobre Expectativa do Mercado Imobiliário no Sul do Brasil.
 

A pesquisa aponta que 33% dos habitantes da região buscam um novo lar. Dos moradores dos três Estados, 7% começaram a visitar stands de vendas, 11% realizam buscas pela internet e 15% ainda não começaram a procura necessariamente. Os moradores de Curitiba lideram as pretensões, com 35% de intenções de compra, seguidos por Florianópolis (32%) e Porto Alegre (31%).
 

O levantamento também destacou que 45% deles optam por casas ou sobrados, enquanto 41% por apartamentos e uma minoria por imóveis em condomínio fechado (10%) ou terrenos (4%).
 

Obstáculos – Apesar do propósito de comprar um imóvel, alguns obstáculos do cenário macroeconômico brasileiro podem ser determinantes na hora da tomada de decisão. Para 41%, o aumento da inflação pode ser um empecilho; e outros 22% acreditam que o cenário econômico complicado em um ano eleitoral impõe cuidados na hora da compra; enquanto apenas 6% creditam a dificuldade a um aumento na taxa de juros para financiamentos.
 

Fabio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência e Estratégia, alertou que, apesar das expectativas de compra, os juros altos e o comportamento inflacionário podem limitar novas aquisições. ” Ainda que o número de famílias se mantenha constante, temos menos interessados podendo comprar: o tamanho do funil diminuiu”, afirmou.

Na transmissão do webinar estavam presentes alguns dos principais players do setor, que comentaram sobre os desafios para o Sul e analisaram o perfil de alguns compradores.
 

Daniel Dimas, da Dimas Construções, destacou que os imóveis na região seguem sendo uma atração de investimentos para todos os fins. “O aumento na taxa de juros não impede o investimento em imóveis e, de uma forma geral, continua com um interesse bem forte de compra”.
 

O argumento foi referendado por Célia Catussi, da Plaenge Empreendimentos, que destacou que os compradores de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP) têm um perfil que extrapola o senso comum de investidores. “Eles têm mais informações, estão acompanhando o custo da construção civil e viram que os preços vão aumentar. Essa pessoa vai fazer essa conta e, por isso, é um cliente que entende do mercado”.
 

Riscos – Por outro lado, Thales Silva, da Rôgga, revelou que a região teve um boom de imóveis do MAP e que há um risco de que o mercado caminhe em uma direção de mais ofertas do que procura. “Acredito que estamos com um volume muito alto de lançamentos, vai ser uma briga muito grande para poder ganhar espaço. Vai ocasionar uma redução de lançamentos nesse segmento específico e uma lacuna na linha econômica (CVA)”, afirmou.
 

Tal opinião foi compartilhada por Rodrigo Putinato, da Cyrela, que acredita que o setor deve seguir em alta na região Sul, mas alertou que um excedente de lançamentos pode prejudicar o setor. “Temos que adequar o mercado para ele sempre estar sadio”.
 

Por fim, Breno Prestes, da Prestes Construtora, revelou que o setor enfrenta desafios e trabalha para não extrapolar o limite do Casa Verde e Amarela (CVA), mas que os atuais custos da construção civil limitam os movimentos neste sentido e ainda há um grande problema com a queda de renda dos brasileiros. “A renda ainda precisa ser ajustada com o ticket que temos colocado na prateleira. Há um desencaixe que precisa ser ajustado”, disse.
 

Para o presidente da ABRAINC, Luiz França, iniciativas como esta são fundamentais para o bom desenvolvimento do setor como um todo. “A incorporação imobiliária tem um dinamismo muito grande e, em ocasiões como esta, damos luz às ações locais que podem servir como grandes cases para outras regiões, além, é claro, de trazer informações relevantes sobre o mercado imobiliário regional”, finaliza o executivo.

Com demanda em alta, MRV planeja em 2022 o maior volume de lançamentos de sua história no Paraná

Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), o ano de 2021 foi o melhor para o setor desde que existem registros. Seja para realizar o sonho da casa própria ou em busca de um investimento seguro em meio ao cenário econômico incerto, a demanda por imóveis no Paraná tem crescido, na contramão de outros setores da economia. Para a MRV, empresa do grupo MRV&Co que lidera o mercado residencial brasileiro, as boas expectativas em relação ao mercado paranaense refletem em recorde de novos empreendimentos no estado. Até o final de 2022, a empresa deve lançar 4.816 novas unidades habitacionais, o maior volume desde que a empresa iniciou as operações no estado, em 2000.

O número de novos apartamentos que devem ser lançados em 2022 é 43% maior do que o total de lançamentos no estado no ano passado. As unidades habitacionais previstas para este ano estão localizadas em 18 novos empreendimentos, divididos entre as cidades de Londrina, Maringá, Ponta Grossa e da Região Metropolitana de Curitiba. “Ao longo dos anos, temos registrado no Paraná uma demanda grande por moradias que proporcionem conforto, segurança e com localização privilegiada, mas que ao mesmo tempo tenham condições de pagamento facilitadas”, comenta Ítalo Pita, diretor Comercial da MRV. “Essa procura se intensificou bastante com a pandemia, pois o lar ganhou ainda mais importância na rotina de todos nós”, explica.

Segundo Pita, a nova fase de expansão da empresa no estado também vai ampliar o público atendido pela empresa: “Temos hoje no Paraná uma das maiores diversidades de público da MRV em todo o Brasil, no que diz respeito a faixas de renda”. O executivo destaca ainda que há uma lacuna no mercado para os perfis de renda entre R$ 6 mil e R$ 12 mil, público que é pouco atendido pelos produtos ofertados pelas construtoras. “Por isso temos investido em empreendimentos de nossa Linha Class no Paraná.  São os condomínios de mais alto padrão da marca MRV, localizados em regiões nobres, com lazer completo e acabamento diferenciado”, comenta Pita.

Com a entrada dos residenciais da Linha Class – já com unidades disponíveis em Curitiba e Londrina –, a empresa aumenta o espaço em seu portfólio para projetos que estejam acima das faixas de renda dos programas governamentais de habitação, além de seguir investindo também em empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela.

Vedacit Labs anuncia selecionadas para a 5ª edição

O Vedacit Labs, gerenciado pela Trutec, ecossistema de construtechs e proptechs, anuncia as selecionadas para o 5º ciclo de Aceleração. Já são 17 startups aceleradas desde o início do Programa de Inovação Aberta, em 2019. Os investimentos, que ultrapassam o valor de R$3 milhões, são em projetos que visam trazer tecnologia e sustentabilidade para o setor da construção civil. Nesta edição, as escolhidas foram as paulistas InBuilt e Data Machina e a pernambucana Facilitat.

As startups recebem mentorias com executivos que são referência no mercado de inovação e de construção civil, conexões com parceiros e fornecedores, além de investimento para aplicação de projetos-piloto em grandes empresas do setor chamadas “beta-testers”.

Para Alexandre Quinze, CEO da Trutec, “o Labs é uma porta de entrada para a Trutec. O Programa propõe desafios que encontramos em nosso mercado com o objetivo de buscar novos modelos de negócio para acelerar e transformá-los em oportunidades que atendam às demandas reais”.

As selecionadas:

Facilitat propõe soluções voltadas à digitalização da gestão do pós-obra, atuando desde o manual do empreendimento até o controle das manutenções preventivas. Com a plataforma, é possível acompanhar o plano de manutenção a as garantias prediais do edifício, permitindo fácil acesso às informações do empreendimento e canal de abertura de chamados de assistência técnica.

InBuilt promove experiências únicas por meio de tecnologias de realidade aumentada. O objetivo é potencializar a percepção de valor do cliente sobre os produtos imobiliários de construtoras e incorporadoras, além de trazer maior respaldo técnico para as etapas de execução e de manutenção das obras.

Data Machina fornece soluções em inteligência artificial, aprendizado de máquina, otimização logística e roteirização em painéis web, gerando inteligência para gestão de negócios e suporte nas decisões baseadas em dados. As soluções têm como objetivo principal automatizar processos repetitivos de processamento de dados e verificação de imagens.

O Labs é o centro de pesquisa e desenvolvimento da Trutec, braço de inovação da Vedacit, líder em impermeabilização. Atualmente, o ecossistema conta com seis soluções no portfólio que atendem diferentes etapas do ciclo de vida de uma edificação e também do varejo. Dentre elas, cinco já passaram pelo programa de aceleração e ingressaram no portfólio: ConstruCode, Construflow, Construct In, James Tip e Elixir.Ai. As startups Predialize, Prevision, e Pix Force também estão entre as aceleradas.

Home office: a tendência que mudou o mercado imobiliário nos centros urbanos

A pandemia acelerou diversas mudanças que estavam previstas para acontecer ao longo da próxima década, a exemplo do trabalho remoto e o movimento para fora das regiões metropolitanas. Pesquisa feita pela Bain & Company confirmou essa tendência ao mostrar uma mudança no perfil profissional. De acordo com ela, 30% dos brasileiros preferem continuar trabalhando remotamente durante a semana.

Outros 33% optaram pelo regime híbrido em alguns dias por semana no escritório.  Adotado com o intuito de evitar aglomerações em empresas e escritórios durante o período mais crítico da pandemia, o home office ganhou mais um capítulo nos arranjos trabalhistas com a edição da Medida Provisória 1108/22, que foi publicada no Diário Oficial da União. A nova regulamentação abre a possibilidade de que empresas adotem de forma definitiva um modelo híbrido, além da adoção de um esquema de trabalho por produção. 

Com a nova realidade, diversos profissionais começaram a investir em um ambiente de qualidade para trabalhar partindo de casa. A tendência também puxou os projetos residenciais que agora contemplam um espaço de coworking para que seus moradores, mesmo à distância, consigam exercer suas funções profissionais em um ambiente com infraestrutura e internet de alta qualidade onde seja possível trabalhar e até realizar reuniões particulares. 

De acordo com Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil, antes tido como ocasional, o trabalho remoto passou a ser um modelo adotado de forma mais ampla e as incorporadoras precisam repaginar seus projetos para atender essa demanda que veio à tona durante a quarentena. “O consumidor não quer ter mais amarras geográficas. Ele é adaptável e valoriza as novas tecnologias que o setor de construção prioriza – como um espaço mais arborizado com ambiente outdoor para a prática de atividades físicas, contato mais próximo com a natureza e ações voltadas à sustentabilidade que incluem piso drenante, ilha de coleta seletiva de lixo e compostagem comunitária”, explica a CEO. 

 Susanna também comenta que sentiu um aumento no número de novos residentes vindos de outras metrópoles. “Tanto na Smart City Laguna quanto na Smart City Aquiraz a maior parte dos moradores tinham algum tipo de raíz com o Nordeste, agora você encontra pessoas de outras regiões que escolheram morar com maior qualidade de vida para aproveitar as belezas naturais que a região oferece e que são o sonho de consumo de diversos turistas ao redor do mundo”, explica a CEO. 

Nos projetos do Ceará, incluindo a Smart City Natal (RN), há moradores recentes de Brasília e Rio de Janeiro, além de clientes do exterior que compraram uma casa ou lote com o intuito de morar em um futuro próximo. A CEO acredita que as tecnologias disponíveis pesaram na hora da escolha. “A primeira coisa que o nosso morador observa é a qualidade de vida que ele pode ter mudando para um dos nossos projetos, que priorizam tecnologias que vão facilitar a vida, a exemplo da internet pública, espaços arborizados e a economia compartilhada que veio para deixar a rotina mais afetiva com bicicletas que podem ser usadas para o deslocamento e academia ao ar livre para a prática de atividades físicas”, conclui Susanna. O preço médio para morar em uma cidade inteligente começa com valores a partir de  R$ 45 mil para lotes, e R$ 114 mil para casas prontas.

NFT de imóvel passa a ser utilizado como garantia para crédito imobiliário

O universo de NFTs rapidamente se tornou um mercado de bilhões de dólares. De obras de arte até imóveis, qualquer item único pode se tornar um token não fungível com diversas possibilidades de uso, passando por investimento, acesso a benefícios exclusivos, coleções e, agora, até garantia.

Pela primeira vez no Brasil, tokens NFT foram usados como garantia de crédito. A iniciativa, que é uma das primeiras desse tipo no mundo, é resultado da parceria entre a netspaces, PropLegalTech que digitalizou o imóvel, e a Rispar, fintech que estruturou o crédito com garantia no token.
 

Tokenização amplia possibilidades no mercado
 

A novidade cria um novo uso para os imóveis tokenizados ao gerar liquidez aos ativos em um processo rápido e fácil. Além disso, adiciona a facilidade na avaliação, gestão e eventual liquidação do ativo, ao proporcionar benefícios significativos em relação a financiamentos imobiliários tradicionais.
 

“Com nossa parceria contemplamos todos os perfis que financiam um imóvel no mercado tradicional, seja para morar ou investir, de forma mais rápida e com taxas mais atrativas. A grande diferença desse modelo é que conseguimos substituir um processo que pode ser demorado por outro que dura 15 minutos para a aprovação do crédito com garantia no imóvel e NFT” explica o CPO da netspaces, Jonathan Doering Darcie.
 

A primeira transação de home equity tokenizado foi feita com dois imóveis da cidade de Porto Alegre.
 

“A Rispar amplia as possibilidades no mercado de crédito no Brasil trazendo uma inovação em um mercado que movimentou mais de R$200 bilhões em 2021. A netspaces nos apresentou um projeto sólido que garante as principais propriedades de uma garantia imobiliária tradicional adicionando a agilidade e liquidez de um criptoativo”, explica Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar.
 

Com isso, todo o estoque de propriedades digitais da netspaces – ao todo 46 imóveis que totalizam R$30 milhões – ficam disponíveis para operações tanto de financiamento imobiliário como de home equity. Agora a startup inicia a preparação de mais 500 propriedades digitais de imóveis adquiridos em carteira, o que deve totalizar R$ 290 milhões em tokens blockchain aplicados ao setor imobiliário nos próximos meses no Brasil.