Venda de imóveis no Rio fecha semestre com queda de 10%

Após 2021 apresentar níveis de comparação altos, a alta na SELIC dificultou bons resultados para o setor em 2022

O mercado imobiliário do Rio de Janeiro fechou o primeiro semestre de 2022 com queda, que se configurou de formas variadas em cada região da cidade. Em geral, houve no município uma pequena alta de 2,1% nas vendas em comparação a junho e maio deste ano. Entretanto, o comparativo com junho do ano passado mostrou uma queda de 8,6% nas vendas. Os dados foram divulgados pela imobiliária figital HomeHub, que analisou a venda de imóveis na cidade ao longo do mês de junho, como foram os fechamentos do semestre e as expectativas para o segundo semestre do ano.

A cidade do Rio como um todo apresentou queda tanto na comparação trimestral quanto na semestral. O segundo semestre de 2022 registrou 13,4% menos unidades vendidas do que no mesmo período de 2021. O primeiro semestre que se encerrou teve uma queda de 10,7% em unidades vendidas em relação ao primeiro semestre do ano passado. Nesse momento vale lembrar que 2021 estabeleceu níveis altos de vendas e que 2022 está vivenciando altas taxas de juros.

Ao analisar as regiões separadamente, o destaque positivo foi o desempenho do mercado na Zona Sul e o destaque negativo foi na Zona Oeste. A Zona Sul registrou estabilidade nas comparações com 2021, mesmo o ano passado tendo colocado altos níveis de comparação, o que demonstra um ótimo desempenho. A região também apresentou o terceiro mês seguido de alta na média móvel de três meses, chegando às 770 vendas de imóveis por mês. É possível que essa movimentação reverta a tendência de queda da média móvel de seis meses a partir do mês que vem, enquanto a média móvel de 12 meses deve permanecer estável na casa dos 800 imóveis vendidos por mês.

Já a Zona Oeste registrou uma queda de 11% em comparação com o mês anterior e 25,4% em comparação com junho de 2021. Os registros de queda seguem também nas comparações do segundo semestre deste ano em relação ao ano passado (27,5%) e do primeiro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período em 2021 (25%). A média móvel que apresentou alta em maio mostra agora um movimento de estabilidade, sem dar um sinal claro da reversão de tendência de queda das médias móveis de seis e de doze meses.

A Zona Norte apresentou uma atuação intermediária, com estabilidade em relação a maio e 13% de queda em relação a junho de 2021. Ao comparar o segundo trimestre e o primeiro semestre com os mesmos períodos de 2021, houve uma queda não tão expressiva quanto na Zona Oeste: 11% e 9%, respectivamente. Assim como a Zona Sul, a Zona Norte apresentou alta na média móvel de três meses pelo terceiro mês seguido, superando a média móvel de seis meses pelo segundo mês seguido. Seguindo esse movimento, a média móvel de seis meses deve apresentar alta a partir do mês que vem, assim como a média móvel de 12 meses deve alcançar uma estabilidade em torno das 345 vendas por mês.

De todos os bairros analisados, só seis apresentaram alta em relação a 2021, sendo eles: Flamengo, Botafogo, Méier, Copacabana, Leme e Jardim Guanabara. Santa Teresa registrou estabilidade e todos os outros bairros registraram queda na venda de imóveis.

Considerando que a Taxa SELIC saiu de uma média de 2,57% ao ano no 1º semestre de 2021 para 11,14% no 1º semestre deste ano e que o ano de 2021 teve resultados altíssimos, os resultados da Zona Sul e da Zona Norte são bastante positivos mesmo sem apresentarem altas.

Já o segundo semestre pode apresentar altas mesmo reservando grandes acontecimentos como as eleições presidenciais e a Copa do Mundo. “Em 2018, que foi o último ano eleitoral que tivemos, os resultados do segundo semestre tiveram alta de 13% em comparação com o primeiro semestre. Guardadas as diferenças entre 2018 e 2022, onde cada ano tem seus trunfos e dificuldades, é possível que o semestre que se inicia agora apresente um crescimento de mercado entre 15 e 20% em relação ao que acabou de se encerrar”, afirma Fred Judice Araujo, sócio e cofundador da HomeHub.