Mercado Imobiliário: compradores buscam apartamentos até R$800 mil e inquilinos dão preferência a até 90 m² em São Paulo

Propdo, empresa israelense que fornece soluções em software para tomada de decisão no setor, aponta ainda que bairros como Butantã, Mooca e Ipiranga são os locais onde os imóveis mais valorizaram nos últimos seis meses

O perfil de escolha dos investidores e moradores de São Paulo está em constante mudança. Após uma debandada das regiões centrais da cidade e busca por espaços maiores durante a pandemia, o mercado imobiliário agora vê uma mudança no interesse pela localização e tamanho das propriedades. De acordo com a Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisão no mercado imobiliário e chegou ao Brasil com um investimento de U$3 milhões, 55% dos compradores procuram por imóveis na faixa dos R$240 mil a R$800 mil e 51% preferem espaços entre 46m² e 90m². No arrendamento, 81% dos inquilinos buscam apartamentos até 90m².

“Se isolarmos o mercado de imóveis de segunda mão, que é sempre um indicador melhor e mais limpo da salubridade do mercado imobiliário local, analisando nossos dados estatísticos entre janeiro e junho deste ano, podemos detectar que os bairros de periferia de primeira linha como Butantã, Santana, Belém, Mooca, Casa Verde, Cambuci, Água Rasa, Ipiranga e Brás, são os que mais valorizaram, alavancando os preços dessas regiões em 2,63%”, explica Nathan Varda, head da Propdo no Brasil.

O estudo também aponta que bairros centrais como Pinheiros, Itaim Bibi, Moema, Jardim Paulista, Vila Mariana, Alto de Pinheiros, Consolação, Pedizes e Barra Funda, apresentaram uma menor valorização de seus imóveis, com um aumento médio nos valores de apenas 1,73%. “Isso indica duas situações, a primeira é que as pessoas ainda buscam morar perto do centro da cidade, mas como nessas regiões os valores são mais altos, os primeiros a ter mais demandas são os bairros de periferia de primeira linha. Isso também aponta um potencial para aumentos de preços em alguns desses bairros, sendo possíveis lugares para se investir”, aponta Nathan.

Outro ponto do estudo é a procura por apartamentos funcionais ao em vez de grandes espaços. De acordo com dados da proptech, 51% dos compradores buscam apartamentos entre 46m² e 90m² (20% – 46 a 60 m²; 31% – 61 a 90 m²) e para alugar a busca é por menores de 90 m².

Sobre os valores, a empresa cita que 55% dos compradores desejam comprar por R$240 mil a R$800 mil (32% – R$240k a R$500k; 23% – R$500k a R$800k). Além disso, verificou-se que o perfil de imóveis mais comum à venda no mercado, hoje, ou seja, o ativo mais desejável para venda em São Paulo são apartamentos de até 3 quartos com uma média de 140m², fora do padrão buscado pelos investidores e moradores.

Por fim, a Propdo identificou que, no último mês, os bairros que mais aumentaram o número de imóveis à venda são: Higienópolis, Boaçava, Paraíso, Perdizes, Pinheiros. “Detectamos principalmente fortes movimentos de investidores, altas demandas e novas construções que lançam novos apartamentos ao mercado. Estes bairros apresentaram mais de 3,5% de novos apartamentos para venda”, completa Varda.