Como os algoritmos ajudam a entender o novo estilo de morar

Consumir nos dias de hoje é bem diferente do que era há alguns anos. Vivemos um grande momento de transformação, impulsionada, principalmente, pela geração Z pessoas nascidas entre 1994 e 2009 — que praticam novos valores em sua relação com produtos e serviços. De acordo com o estudo True Gen: Generation Z and its implications for companies, produzido pela McKinsey, eles valorizam princípios como a singularidade, ética, liberdade e verdade, além da prática da economia compartilhada. A influência desses aspectos, segundo o levantamento, estão se expandindo e impactando o estilo de vida das pessoas, incluindo o de morar.

Com a ajuda da tecnologia — aplicação de algoritmos — hoje é possível desvendar uma série de pontos que ajudam as empresas do setor imobiliário a atender às necessidades dessa nova demanda, fornecendo informações sobre os melhores locais para se construir empreendimentos, metragens adequadas das unidades, equipamentos presentes na área comum e até mesmo a aplicação do melhor preço. “Esse conhecimento é fundamental para ajudar as empresas do setor a obter um alto VGV, velocidade de venda e rentabilidade de seu negócio”, explica Marcus Araujo, presidente fundador da Datastore, empresa especializada em pesquisas para o setor imobiliário.

Para obter assertividade com os dados imobiliários, Araujo conta que é preciso trabalhar o processo estatístico de forma ampla. “Quando eu realizo uma nova pesquisa, coloco os dados dentro da minha nuvem de série histórica e, a partir dessa análise comparativa, consigo ter uma margem de acerto maior. A estatística é sempre preditiva”, explica.

Essa mudança de consumo trazida pelos Millennials e continuada pela geração Z ocasionou uma grande mudança no estilo de morar. Os bairros mais bem localizados estão abrindo espaço para empreendimentos — que antes eram caracterizados por alto luxo e grandes metragens — com unidades de tamanhos reduzidos, chegando a menos de 20 m². “São apartamentos menores, porém bem resolvidos e práticos em termos de espaço, onde o morador coloca a sua identidade”, complementa Araujo.

Os dados também ajudam inclusive a entender o perfil desses moradores. “É um público que não pretende ter carro, quer trabalhar perto de casa e para isso utiliza o transporte público, bicicleta, patinete ou o Uber. Se trabalha em casa, utiliza o coworking do condomínio. Pede comida pelo aplicativo, utiliza a lavanderia coletiva do prédio, faz ginástica na academia. Faz a sua vida girar em torno da sua casa”, diz o presidente da Datastore.

A tecnologia auxilia a antecipar as tendências, mas é preciso manter uma base de dados atualizada, afinal, o mundo está em constante transformação. “De acordo com nossas pesquisas, esse mercado deve continuar se consolidando. Porém as empresas devem ficar alertas e se amparar nos dados para tomar suas decisões”, conclui o Mago do Imobiliário.