Com destaque para geração de emprego, estudo da CBIC projeta crescimento de 2% para 2022

De acordo com estudo divulgado nesta segunda (13) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apesar da elevação constante nos insumos e o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%, entre janeiro a novembro deste ano, o setor da construção civil foi um dos grandes destaques de geração de emprego em 2021.

Somente nos primeiros dez meses deste ano, cerca de 285 mil novos empregos formais no setor foram criados. Com isso, a construção chega a quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, número que não era batido desde 2016.

A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, destacou que um fator importante na geração de emprego na construção foi o salário de admissão que chegou a R ﹩1.858,43, ficando atrás do setor de serviços, R ﹩1.924,00.

Uma das empresas que desempenhou esse papel foi a Cavazani Construtora, que empregou colaboradores nas suas obras ao longo do ano de 2021. Cecilia Cavazani, sócia-diretora da empresa, ressalta que esse estudo reflete a variação negativa e positiva de 2021. “Na Cavazani tivemos aumento de mais de 12% nos postos de trabalho em 2021. Este ano, lançamos 880 unidades, mais que o dobro de 2020. Para o próximo esperamos superar esse número e gerar ainda mais empregos no setor. A parte negativa é a diminuição de margem, mas, com visão de longo prazo, isto se torna apenas uma curva ao longo do caminho”, ressalta.

O estudo aponta ainda que, para o próximo ano, o crescimento será sustentado pelos lançamentos já previstos e investimentos públicos e privados em infraestrutura, principalmente em logística e transporte. “O ciclo precisa ser contínuo ou alimentado por novos negócios. Com a elevação dos juros do crédito habitacional, o crescimento do mercado imobiliário será inferior ao deste ano. Esperamos medidas por parte do governo para diminuir essa perda de compra daquelas famílias que mais precisam de moradia”, reforça o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Em relação aos insumos, este ano foi marcado pela alta contínua. Com maior elevação de preços levaram destaque os seguintes itens: vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%). Apesar do destaque da alta dos insumos, segundo o presidente da CBIC, o setor teve o melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos, com 7,6%. “Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. A venda de hoje é o emprego de amanhã. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho do setor se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, afirma. Apesar da elevação, a construção teve melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos: 7,6%,.

Ainda de acordo com o estudo, sobre os créditos imobiliários, em 2021, o número de unidades lançadas está 24,59% maior que em 2019 e cresceu 42,29% a venda de imóveis novos. Já a oferta teve queda -3,39% no mesmo período. O preço dos imóveis, segundo o presidente da CBIC, deve sofrer reajuste nos próximos meses, isso porque o preço não acompanhou o aumento do INCC.