Construção civil dribla falta de insumos e prevê maior crescimento em oito anos

Por Wanderson Leite, CEO da Prospecta Obras

A quantidade de insumos na construção civil foi drasticamente afetada pela pandemia, o que acarretou principalmente no aumento do preço dos produtos pela baixa oferta e alta demanda. Mesmo diante de um cenário altamente preocupante, o setor vem se recuperando com o aumento da produção e as perspectivas são de conquistar seu maior crescimento histórico dos últimos oito anos.

Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o Produto Interno Bruto do segmento deve avançar 4%, após ter sofrido um grande baque em 2020, com uma queda de 11,4%. Se transformarmos esses dados em valores, podemos ver claramente as consequências que geraram tanto temor e preocupação entre os profissionais do ramo. Em todo o país, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), registrou uma alta de 17,72% nos valores dos insumos entre janeiro e novembro. O estado do Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi um dos mais afetados por essa alta, com um reajuste de 40% no preço do cimento e de 150% nos fios de cobre, segundo a Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul).

Além de impactar diretamente o funcionamento do setor, a falta de insumos também pode afetar o consumidor final, que poderá pagar um valor maior pelo imóvel. Felizmente, o segmento vem lutando bravamente para contornar essa crise com ações que busquem o reequilíbrio da balança entre a oferta e demanda dos produtos e, principalmente, em aumentar os locais de venda de insumos. Afinal, somente a construção civil é responsável por 7% do PIB brasileiro – uma grande parcela da nossa economia que deve ser bem cuidada para evitar ainda mais consequências negativas.

Como solução, vários estabelecimentos estão apostando em diversas ações estratégicas para se recuperarem dos efeitos da pandemia em 2020, como investir na digitalização para possibilitar o atendimento online e o aumento das vendas de seus produtos para todo o país, flexibilizando as negociações e adotando preços diferenciados para que consigam crescer e se destacar diante da grande concorrência que será criada e estimulada.

Com tantas ações empreendedoras, é notável o aumento da percepção positiva para os profissionais do ramo, que antes se viam extremamente preocupados, sem uma luz no fim do túnel. Os efeitos causados pela pandemia ainda serão sentidos por muito tempo, mas com a volta da produção em massa – e especialmente o início da vacinação – as perspectivas para o crescimento do setor são animadoras.

As conquistas econômicas dessa volta agressiva na produção serão enormes, especialmente com o aumento do interesse de diversas pessoas em investir na movimentação do setor. Inclusive, essa pode ser uma grande estratégia para os empreendedores que estão buscando se recuperar. Será um processo lento, mas que a longo prazo, trará resultados positivos para a construção civil – e principalmente para a economia do país. Vamos todos trabalhar a todo vapor para fazer de 2021 um dos melhores anos da história da construção civil no Brasil.

Vitacon supera R$ 1,3 bilhão no Valor Geral de Vendas em 2020

Vitacon , incorporadora que trabalha com o propósito de reinventar a cidade, alcançou R$ 1,35 bilhão no VGV (Valor Geral de Vendas), em 2020. Para atingir esse resultado a empresa apostou em disponibilizar multicanais de atendimento para fortalecer a experiência do consumidor. Com ampla presença digital, a companhia registrou 76% de vendas online, sendo que 60% dos leads nunca visitaram um stand de vendas para efetuar a compra. Ao mesmo tempo, disponibilizou um espaço físico, em São Paulo, para fortalecer a experiência de marca e o relacionamento com o cliente.

“Foi um ano muito desafiador em todos os sentidos, mas conseguimos alcançar excelentes resultados. Apesar de totalmente atípico por conta da pandemia, cumprimos o planejamento dos empreendimentos previstos que resultaram em um lucro líquido projetado de 90 milhões, sendo um ROE (retorno sobre o patrimônio) de 19%”, explica Ariel Frankel, CEO da Vitacon.

O digital tornou-se peça fundamental na estratégia da marca. O tráfego orgânico do site registrou um aumento de 44% na quantidade de novos usuários. Além disso, a interação para compra online via chat e WhatsApp cresceu 15% entre março e novembro de 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019.

“Existiu uma aceleração da transformação digital e o mercado imobiliário pegou carona nas mudanças. Na venda online, é possível fazer tudo de forma digital, da negociação até a assinatura do contrato. O processo é seguro e as informações são protegidas por meio da criptografia. Esse mercado está vivendo um novo momento e nós conseguimos interagir com o cliente em todos os canais”, comenta Stephanie Dornelles, gestora de marketing da Vitacon.

Novo conceito de espaço físico

Para Alexandre Frankel, Presidente do Conselho da Vitacon e CEO da Housi, spin off responsável pela administração dos imóveis, o digital é parte importante do negócio, mas a conexão física entre pessoas não pode ser totalmente substituída. “Não construímos prédios apenas para vender apartamentos, mas buscamos soluções inteligentes de moradia, que sejam rentáveis aos investidores e que promovam qualidade de vida ao morador usuário”, afirma.

Para intensificar essa experiência de marca e o relacionamento com o cliente, a Vitacon disponibiliza seu espaço Store Oscar Freire. O local, que conta com três pisos, tem como propósito fomentar as relações, tanto com clientes e investidores, quanto dos parceiros de vendas.

Seguindo todas as medidas sanitárias, o Store Oscar Freire tem uma área no rooftop com café, bar, mesas e sofás, onde acontecem todas as ativações e reuniões. No piso intermediário, temos o coworking gratuito aberto para clientes e parceiros, com total infraestrutura e wi-fi. Outra interação disponível é um ambiente digital no térreo, com uma calculadora touch que traz estudos de rentabilidade, termômetro de ocupação e levantamento de demandas por bairro, tendo como base análises estatísticas e de mercado.

“Essa jornada híbrida se tornou fundamental em decorrência de toda a transformação que a empresa vem promovendo no mercado imobiliário. Somos a primeira incorporadora a operar o conceito multifamily no Brasil, sendo a única que trabalha no sistema de pré-demanda, por isso, o relacionamento com o investidor se torna essencial para o nosso negócio”, define Alexandre.

Novo posicionamento e lançamentos focados no público investidor

A Vitacon apresentou em dezembro seu novo posicionamento focado no público investidor. Com o mote ‘Vitacon: expert em rentabilidade’, a empresa apostou em campanha que incluiu mídia online, TV fechada, mídia indoor, out of home e influenciadores nas mídias sociais.

Segundo Stephanie, a empresa tem inovação em seu DNA e vem se adaptando rápido às mudanças para oferecer empreendimentos adequados às necessidades da moradia de hoje. “Para o mundo pós-pandemia, desenvolvemos espaços dedicados para home office e recebimento de delivery de forma segura. Tudo para atender a um público que não quer mais passar anos pagando por um financiamento de imóvel, mas sim morar pelo tempo necessário no lugar mais conveniente, o que torna nossos empreendimentos grandes oportunidades para investidores. O mercado está muito aquecido e nosso principal target são investidores”, ressalta.

Os quatro lançamentos apresentados no último trimestre do ano passado já tiveram seu foco no público investidor. Com rentabilidade projetada entre 4.101,37/mês e 4.890,03/mês, os empreendimentos ON Augusta ON Brooklin ON Jurupis ON Domingos de Morais tornaram-se uma excelente opção para investidores que buscam lucratividade acima da média e alta valorização do imóvel.

Como em todos os lançamentos da Vitacon, os prédios são preparados para atender as mudanças de hábito provocadas pela pandemia e que devem permanecer no futuro. O empreendimento é entregue com espaço coworking pro, totalmente equipado com TV, impressora, cabo de rede, internet, salas de reunião e operação com parceiro em formato de pay-per-use. Além disso, há a oferta de serviços plugados dentro do prédio, preparado para receber todos os serviços de aplicativos, como Ifood, Singu, lavanderia operada pela OMO, ferramentas compartilhadas com Leroy Merlin, bike sharing com Lev e muito mais.

Vedacit realizou segunda edição do Vedacit Labs e cria conexões e novos negócios entre a indústria da construção e startups

 Proporcionar conexões entre grandes players da construção civil e startups que proponham soluções para o setor. É com essa premissa que a Vedacit , marca líder em impermeabilização, realizou a segunda edição de seu programa de aceleração, o Vedacit Labs .

Com todo o apoio e know-how da Liga Ventures , plataforma que transforma inovação aberta em resultado real, o Vedacit Labs foca em iniciativas que tornam o ciclo de vida de uma edificação saudável e sustentável, mas também na aceleração da indústria de materiais e do varejo da construção, tudo isso por meio da criatividade, eficiência e velocidades das construtechs e proptechs (startups do setor da construção civil).

“Queremos que os empreendedores e fundadores de startups enxerguem o Vedacit Labs como um verdadeiro laboratório de ideias destinado para as empresas que desejam buscar parceiros, tecnologias e recursos que tenham um match com seus projetos, serviços e produtos. Afinal, para se construir um futuro melhor é preciso criar conexões entre empresas, empreendedores e a sociedade”, explica Luis Fernando Guggenberger, executivo de Inovação e Sustentabilidade da Vedacit.

No primeiro ciclo de aceleração, realizado em 2019, o Vedacit Labs gerou negócios com cinco startups: Lógica.e Inovação, Obra Azul, Construcode, NETResíduos e Programa Doce Lar. Em 2020, as selecionadas foram omni-eletrônica, Elixir AI, Prevision, ConnectData e Construct In. As construtechs escolhidas recebem investimentos, conexões para novos negócios, mentorias com experts, acesso à rede de contatos da Liga Ventures e Vedacit, além do laboratório e linhas de produtos da Vedacit.

“Por mais um ano estamos lado a lado com a Vedacit promovendo conexões e geração de negócios entre a grande indústria da construção civil e as startups que oferecem soluções para o setor. Atuando de forma estratégica, temos certeza que conseguiremos levar, juntos, a transformação digital que toda a cadeia precisa, fomentando ainda mais um segmento tão relevante à economia de nosso país”, comenta Rogério Tamassia da Liga Ventures.

Ao longo dos anos, a Liga Ventures auxiliou na implementação de estratégia de inovação aberta nos principais players de diversos setores do mercado brasileiro, tais como Porto Seguro, Banco do Brasil e Unilever. Em seu portfólio, soma mais de 250 startups aceleradas e mais de 450 projetos realizados entre essas e grandes corporações.

Construção industrializada, retorno garantido

Uso de sistema monolítico permite uma construção mais rápida, o que garante celeridade nos lançamentos além de retorno maior e mais rápido para o investidor nos EUA

O processo de industrialização da construção civil nos Estados Unidos tem sido o principal atrativo para investidores no mercado imobiliário americano, especialmente brasileiros.

Um dos principais fatores que atraem os investidores é a utilização do sistema  monolítico, o que torna o levantamento de andares inteiros muito mais rápido, garantindo celeridade no lançamento dos empreendimentos e, consequentemente, retorno mais rápido para quem investe.

Gabriel Souza, sócio e diretor imobiliário da IBC – International Business Consulting, consultoria especializada em negócios imobiliários nos Estados Unidos, detalha a parceria com a BDG – Brickless Developers Group, construtora que desenvolve sistemas monolíticos e a Odagled Investment, plataforma de investimentos imobiliários, no lançamento de um novo projeto na Flórida, o Napoli Towers, dois edifícios de seis andares, com 152 apartamentos e um espaço comercial.

Segundo Souza, a obra deve ser entregue em um ano e a IBC junto a BDG vai operar o condomínio no modelo de locação por mais quatro anos.

Ele apresenta alguns dados para justificar esse modelo de investimento com retorno em médio prazo:

– Frente a pandemia, a tão falada “inadimplência em massa” não aconteceu, devido ao pacote de estímulo econômico da administração Trump. Percebemos um leve aumento na taxa de vacância, mas é devido à novas ofertas.

– A procura por imóveis de locação continua forte, e por bom motivo, o Sul da Flórida continua um bom lugar para se morar e trabalhar. A população cresceu em mais de 300 mil habitantes nos últimos cinco anos, com 75% desses vindos de outros estados e países. Nos próximos três anos, a região deverá ter uma migração média de 5,7% ou cerca 350 mil novos moradores. A formação de novos lares para os próximos cinco anos tem uma expectativa de aumento de 45 mil por ano, e se mantermos a relação atual de 60% novos proprietários e 40% novos locatários, a expectativa é de 18 mil novos inquilinos por ano para os próximos cinco anos.

O empresário acrescenta que há uma tendência de construção de edifícios de apartamentos para locação em Miami para uma faixa de renda equivalente à classe média baixa brasileira, e o empreendimento que está sendo construído pela BDG tem custo de médio de US$ 570 o m² isso simboliza metade do custo e metade do tempo de construção no modelo tradicional.

As três empresas envolvidas no projeto estão criando um fundo de investimento Crowdfunding no valor de US$ 8,3 milhões, com injeção inicial de capital a partir de US$ 25 mil. O investidor tem um percentual de retorno em cima do projeto todo. “Ele não adquire uma unidade do empreendimento, ele se torna sócio de 70% dele. Os 30% restantes são relativos à participação das três organizações que estão erguendo os prédios”, detalha.

Durante a fase de construção, o investidor vai receber 1% ao mês do valor investido, a ser pago a partir do terceiro ano de operação do projeto. “É uma contrapartida ao investimento para que o dinheiro não fique parado”, justifica.

Souza recomenda a quem pensa em investir no mercado imobiliário americano filtrar as oportunidades que apresentam os melhores números para atender aos anseios. “Nosso grupo tem trabalhado com parceiros sólidos para garantir investimentos cada vez mais seguros, produtivos e atrativos para nossos clientes”, atesta.

Alta tecnologia de construção

Gabriel Souza destaca que a IBC firmou parceria com a BDG devido à alta tecnologia empregada no sistema monolítico. Tudo é feito por meio de concreto monolítico desde a fundação até as estruturas elétricas e hidráulicas.

Ele garante que, com esse modelo de construção industrializada, é possível erguer um andar inteiro em apenas cinco dias. “É a industrialização ao máximo do que se pode fazer em um projeto e não paramos por aí. A cada prédio novo que vai sendo construído, buscamos otimizar e melhorar”, salienta Souza.

O empresário compara os prédios do lançamento que está sendo construído para citar um exemplo. O Modern Towers, é um projeto em andamento que está na quarta torre da primeira fase, com o processo de otimização, está levando 25% a menos de tempo para ser erguida em comparação à terceira torre, com um custo também 25% menor.

Souza prevê que a parceria com a BDG e a Odagled gere uma rentabilidade do empreendimento em torno de 248% em cinco anos. “É algo nada visto no mercado americano, pois a rentabilidade do método tradicional é em média 6-8% ao ano, enquanto o nosso gera 29% ao ano”, estima.

Trabalhadores da construção civil criam soluções para melhorar processos e aumentar segurança nas obras

Ademir Portela, mestre de obra da A.Yoshii
Foto: Bruno Ferraro

Programa do Grupo A.Yoshii possibilita que funcionários apresentem ideias para os canteiros de obras; em 2020, propostas também tiveram relação com a pandemia

No dia a dia de um canteiro de obras podem surgir inúmeras ideias para otimizar os processos, trazer mais segurança às equipes ou, até mesmo, gerar menos impacto no meio ambiente.

Interessada nessas possíveis soluções, o Grupo A.Yoshii, empresa paranaense com 55 anos de atuação no mercado de construção civil, vem a cada ano implementando as melhores ideias propostas pelos colaboradores, por meio do Programa Melhoria Contínua.

Desde 2013, serventes, operadores e mestres de obras são incentivados a apresentar suas sugestões, que são validadas pelos engenheiros das obras e pelo departamento de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da construtora.

Ao longo desses anos, cerca de 120 soluções já foram implementadas. Os colaboradores de Londrina, Maringá, Curitiba e Campinas – cidades onde a construtora atua – que derem as ideias mais criativas e funcionais recebem um certificado, além de troféu e uma premiação em dinheiro.

Vencedores de 2020

A sugestão de criar uma plataforma de poço de elevador para que equipes executassem os serviços de forma ainda mais segura, ficou em primeiro lugar entre as dez melhores propostas.

A plataforma é feita de estrutura metálica e tela, e traz praticidade, além de aumentar a segurança de quem precisa trabalhar nesse espaço. O mestre de obra Ademir Portela, que criou a solução junto com o encarregado de pedreiro Rogério Becari, para a obra da Atsushi Yoshii Tower, em Londrina, conta que é gratificante saber que a ideia foi aprovada pela comissão avaliadora. “Estou muito feliz com essa conquista. O Programa Melhoria Contínua é uma motivação para todos os colaboradores e uma forma de participarmos da evolução da empresa e, ainda, sermos reconhecidos”, conta o colaborador.

Em segundo lugar, a comissão avaliadora considerou que o suporte de metal para instalar forcado, sugerido pelos colaboradores João Carlos Sena e José Guedes para o canteiro do Maison Constantine, em Maringá (PR), trará mais agilidade na execução da obra e segurança, pois permite que as equipes trabalhem do chão, dispensando o uso de andaimes.

Em Curitiba, a ideia do poste “linha de vida” passantes, sugerida pelos colaboradores Emerson de Oliveira e Josiel Fitz, também foi selecionada e será implementada na obra do Artsy. Com a ideia, as equipes terão mais agilidade para a fixação dos postes que sustentam os cabos de aço.

Rogério Becari, colaborador da A.Yoshii

Soluções em meio à pandemia

Ao todo, 29 propostas foram enviadas ao departamento de P&D da A.Yoshii e as 19 selecionadas serão implementadas neste ano nos canteiros de obras. Devido à pandemia da Covid-19, algumas ideias consideraram medidas de higiene e prevenção contra o coronavírus como, por exemplo, uma cabine de aferição de temperatura e um dispenser para copos descartáveis acionado pelos pés.

“O Grupo A.Yoshii busca sempre fomentar iniciativas dos colaboradores, valorizando, inclusive, as ideias que possam somar e trazer inovação para os canteiros de obras. São propostas que ao longo desses seis anos do Programa de Melhoria Contínua têm dado um retorno significativo em todas as praças da construtora na questão de segurança, otimização dos processos e redução de resíduos”, destaca o diretor executivo da A.Yoshii, Sandro Sadao Nagata.

ABRAMAT: Indústria de Materiais de Construção mantém boas expectativas

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulga nessa segunda-feira, 01, a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção. A pesquisa de opinião realizada com as lideranças do setor indica que as empresas associadas esperam resultados positivos em janeiro. Para 29%, os resultados obtidos no mês devem ser muito bons e o mesmo percentual de 29% espera resultados bons. Para 35%, os resultados devem ser regulares, e apenas 7% indicaram esperar resultados negativos.

Para fevereiro, a expectativa positiva se mantém na pesquisa, com 12% indicando que será um mês muito bom, 47% considerando que o mês será bom, e 41% esperando que fevereiro seja um mês regular

“Os dados coletados junto a nossos associados confirmam a manutenção até o momento de um sentimento de otimismo, ainda que moderado, com muitas expectativas do que irá ocorrer com o início da vacinação contra o COVID-19, o andamento das reformas de maneira a reduzir o Custo Brasil, e a efetiva retomada da atração de investimentos e geração de empregos, tão necessária para o país”, explica Rodrigo Navarro, Presidente Executivo da ABRAMAT.

O Termômetro da ABRAMAT também aponta neste momento que 65% das indústrias de materiais pretendem realizar investimentos nos próximos 12 meses, seja para a modernização dos meios de produção, seja para a expansão de capacidade instalada.

A pesquisa indica ainda que em janeiro de 2021 a utilização da Capacidade Industrial está em 77%, na média das empresas.

Ambos os indicadores refletem os esforços feitos pela indústria, de maneira agregada, para realizar ajustes internos e fazer frente ao aumento da demanda experimentada no segundo semestre do ano passado, após a abrupta queda no auge da crise entre os meses de março e maio de 2020.

Startup da construção civil, Juntos Somos Mais cria programa de estágio com foco em negócios e tecnologia

A Juntos Somos Mais, startup de tecnologia fruto de uma joint venture da Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre, promove programa de estágio do setor para estudantes de cursos voltados para negócios e tecnologia.

O +Start Edição 2021, pretende apoiar jovens talentos a trilhar suas carreiras no mercado de trabalho oferecendo mais de 11 vagas de estágio para funções como Operações, Análise de Dados, Comunicação de Marketing, Resgate e Membros, IT Operations, Cultura e Diversidade, Inteligência de Negócios e Data Analytics. “Com o programa, pretendemos atrair talentos conectados com os valores da Juntos Somos Mais para ajudar na missão de mudar a experiência de quem constrói os nossos sonhos”, comenta Bruna Segatto, head de pessoas na empresa.

A proposta é criar oportunidades e possibilidades de desenvolvimento aos estagiários, reforçando o posicionamento da marca como empresa que inova a forma de construir no Brasil.

Com mais de 85 mil varejistas e mais de 28 indústrias do setor, a Juntos Somos Mais é o maior ecossistema do varejo da construção civil no Brasil e está investindo fortemente na digitalização e modernização do segmento. Aliado a isso, está o programa +Start 2021, que totaliza 13 novas vagas

As inscrições estão disponíveis no link e vão até dia 18 de fevereiro, o processo seletivo conta com algumas etapas que vão desde o teste de lógica, dinâmica de grupo e entrevistas online com o resultado final previsto para o início de março de 2021. Os estagiários contratados possuirão contrato de 1 ano e meio, além possibilidade de efetivação na equipe, uma vez que a empresa está em constante crescimento. A intenção da Juntos Somos Mais é que os estagiários comecem a trabalhar presencialmente no escritório, no entanto, isso dependerá das recomendações dos órgãos de saúde.

Após seis altas consecutivas, Índice de Confiança na Construção recua

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, variou -1,4 ponto em janeiro para 92,5 pontos, nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Em médias móveis trimestrais, após seis altas consecutivas, o índice recuou neste primeiro mês de 2021, ao variar -0,9 ponto.

“O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios. Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento dos preços observados a partir desse período. Essa questão deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses”, avaliou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

O resultado negativo em janeiro refletiu a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e redução das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,9 ponto para 90,5 pontos, interrompendo uma sequencia de resultados positivos desde junho de 2020. Os indicadores de situação atual dos negócios e de nível da carteira de contratos recuaram respectivamente 2,3 pontos e 1,4 ponto, para 92,5 pontos e 88,7 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de 95,5 pontos para 94,6 pontos, uma queda de 0,9 ponto. O aumento de 2,0 pontos no indicador de tendência dos negócios no mês não não compensa a queda de 2,6 pontos no mês anterior. As perspectivas tem se tornado mais voláteis nos últimos meses refletindo o aumento das incertezas do setor, corroborado também pela volatilidade, em sentido inverso, da demanda prevista, que caiu 3,8 pontos neste mês.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção subiu1,1 ponto percentual (p.p.), para 74,0%. O resultado positivo foi influenciado tanto pelo aumento de 1,3 p.p. do NUCI de Mão de Obra (de 74,1% para 75,4%), quanto pelo aumento de 0,9 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,6% para 66,5%).

Expectativa em queda


Desde novembro, o Indicador de expectativas interrompeu o movimento de alta, a despeito das atividades terem recuperado o patamar pré-pandemia. Assim, o setor começa o ano mais pessimista em relação à evolução dos negócios nos próximos meses do que estava em janeiro de 2020. Esse pessimismo atingiu todos os segmentos da construção – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados. “Provavelmente essa reversão do indicador está associada à conjuntura mais adversa dos últimos meses, como evolução da pandemia, elevação dos preços de insumos, incertezas do cenário macroeconômico. De todo modo, o bom momento vivido pelo mercado imobiliário em 2020 deverá contribuir para o crescimento da atividade ao longo do ano, observou Ana Castelo.”

Startup auxilia na geração de empregos no setor da construção civil

Conectar profissionais da construção, empresas e outras pessoas interessadas em obras civis é a proposta da ConstruConnect – startup ligada ao Supera Parque de Inovação e Tecnologia, de Ribeirão de Preto. A empresa tem o objetivo de conectar os atores do mercado da construção que têm dificuldade em encontrar novas obras ou oportunidades de trabalho. Em 2020, a startup contribuiu para a geração de 600 empregos no setor da construção e auxiliou mais de 200 obras a realizarem suas contratações. 

Criada em 2017, a startup oferece uma plataforma que funciona no modelo SaaS (Software as a Service) com operação pela Web, gerenciando informações sobre quais contratações a obra precisará fazer – dando mais agilidade ao processo de tomada de decisão e reduzindo custos nos processos de compra. A plataforma disponibiliza um mapeamento com a localização de obras que estão acontecendo no momento.

“Mapeamos por tipo de construção e região cada empreendimento, assim tornamos mais eficaz a busca por novas oportunidades de negócio ou trabalho”, explica Rafael Kevin, CEO da startup.  De acordo com o CEO, apesar do bom momento vivido pelo setor, contratar profissionais adequados para os postos de trabalho disponíveis ainda é um grande desafio para muitas empresas.

Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor gerou, entre janeiro e novembro de 2020, aproximadamente 157,8 mil postos de trabalho – o que representa um aumento de 34,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Economia

Para ajudar pequenas e médias empresas, além de profissionais autônomos, a startup criou uma versão simplificada e gratuita da sua plataforma. “A pandemia movimentou o setor de construção civil, gerando um aumento da carteira de clientes de quem realmente coloca a mão na massa, ou seja, das empresas e profissionais liberais que realizarão as obras. Isso significa que, mesmo sem um time de vendas, foi possível para eles ampliar a carteira de clientes”, analisa.

Além de contribuir para a geração de empregos, a startup otimiza os investimentos de quem contrata. “Os resultados dependem de algumas variáveis, como o tempo hábil para a contratação, região da obra e a qualidade dos projetos e materiais. Mas com a plataforma, há uma redução média, de modo geral, entre 5% e 15% nas contratações. É uma boa economia em se tratando de obras “, destaca Rafael.

De acordo com o CEO, essa agilidade no processo de contratação permite que as empresas gerem negócios de forma rápida, aumentando a demanda de mão de obras e, consequentemente, contratações para os operários do setor.  A empresa de Ribeirão Preto já foi responsável pela gestão de mais de 260 obras e tem 300 empresas homologadas em sua base. O faturamento da startup triplicou em 2020.

SUPERA PARQUE

 O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, gerido pela Fipase, é resultado de uma parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios. Ao todo, são 71 empresas instaladas no Parque, sendo: 53 delas no Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; e 18 empreendimentos no Centro de Negócios. O Parque Tecnológico está em expansão com a urbanização de lotes para instalação de empresas e a implantação do Container Park, um novo complexo empresarial.

O que esperar da obrigatoriedade do BIM em obras públicas a partir de 2021?

De acordo com um decreto assinado em 2018, a utilização do BIM (Building Information Modeling) será obrigatória em todos os órgãos governamentais na execução de projetos e construções brasileiras. A metodologia BIM representa muito mais do que a utilização de uma solução de software e abrange três pilares: pessoas, tecnologias e processos.

Em português BIM significa ‘Modelagem da Informação da Construção’, que representa o conjunto das informações digitais de uma obra em todo o seu ciclo de vida. A partir deste modelo virtual com o mais alto nível de tecnologia em software, todos os departamentos de uma construção estarão totalmente integrados e “falando a mesma língua”.

Além do software, existe uma grande consultoria realizada por um especialista para definir os processos de trabalho e repensar o negócio de dentro para fora. A metodologia inclui a capacitação das pessoas envolvidas, inserindo-as dentro desse novo processo e integrando todas as pontas, desde terceirizados aos funcionários administrativos e o pessoal que trabalha diretamente na obra. Por isso a colaboração entre os profissionais e as equipes é muito importante e um dos pontos em que o BIM mais ajuda.

Essa colaboração e esse trabalho integrado por meio do software, dos processos definidos e das pessoas capacitadas, permitem regularizar processos, reduzir custos, aumentar a produtividade, diminuir possíveis erros, ter maior transparência nas obras públicas e implantar um padrão adotado internacionalmente. No Brasil a implantação desta metodologia será realizada em três fases.

A primeira abrange apenas construções novas e entra em vigor a partir de janeiro de 2021, enquanto a segunda prevê seu uso na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia a partir de 2024. Já na terceira fase, a partir de janeiro de 2028, a tecnologia será obrigatória no gerenciamento e manutenção após o término das construções, cujos projetos e obras tenham sido desenvolvidos ou executados com o uso do BIM.

Essa metodologia permite ainda a criação de simulações digitais com o suporte da realidade virtual na elaboração e execução dos projetos. É possível, por exemplo, criar uma simulação do planejamento de obra e animação das ações para visualização do andamento das atividades de acordo com o cronograma da obra.

A Buysoft, uma das maiores empresas de software e soluções em TI do Brasil e que figura na lista das 500 empresas que mais crescem nas Américas, de acordo com o Financial Times, já contabiliza diversos cases de sucesso na implementação do processo BIM no Brasil. Ela reúne profissionais de engenharia e arquitetura especializados na utilização das plataformas e consegue, assim, demonstrar o quanto essa metodologia agrega valor ao trabalho dos clientes.

Clemilson Correia, fundador e CEO da Buysoft, garante que “o uso do BIM permite revolucionar a forma de projetar, gerenciar e construir. A partir do uso de soluções Autodesk e de uma capacitação técnica de alto nível, é possível evoluir a sua gestão em três áreas: processos, pessoas e tecnologia. Sempre com a mais alta tecnologia, incluindo a centralização e a integração dos dados em nuvem, automatização do quantitativo de materiais e o uso de ferramentas colaborativas”.

O BIM também pode ser usado no licenciamento de empreendimentos, como acontece na capital baiana por meio do BIM Salvador. Com essa metodologia, o licenciamento passa a ser 100% digital, sustentável e muito mais ágil, como zero uso de papel.

A nova plataforma reduz o tempo de análise e concessão de alvarás para empreendimentos de alta complexidade de um ano para, no máximo, 120 dias. O sistema, que automatiza a análise dos parâmetros urbanísticos, identifica possíveis pendências do projeto e permite que os ajustes necessários sejam realizados.

Quando o engenheiro ou arquiteto fizer o projeto e implantar na plataforma, ela já vai dizer, sem a necessidade de dar entrada, se ele está certo ou errado. Com o processo digital, a análise dos dados é otimizada e o especialista fica responsável pela finalização do licenciamento. Com mais eficiência e menos burocracia, a vida do empreendedor é facilitada, favorecendo o ambiente de negócios e a geração de empregos e renda.