Cadeia da construção prevê movimentar R$ 2,7 trilhões em projetos no Brasil até 2030, aponta estudo da ABRAINC e Deloitte

Os três setores que compõem a cadeia de construção (infraestrutura, infraestrutura de base e construção civil e incorporação imobiliária) devem somar investimentos da ordem de R$ 2,7 trilhões até 2030, é o que aponta o estudo Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil elaborado pela Deloitte e divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), nesta quinta-feira (9/2), em São Paulo.
 

O trabalho prevê que, deste montante, R$ 312,8 bilhões devem vir diretamente das obras de construção e incorporação imobiliária. O levantamento ainda destaca alguns dos principais avanços da cadeia produtiva da incorporação imobiliária e como ela deve se desenvolver nos próximos anos.
 

Estes novos investimentos serão construídos a partir de uma interface cada vez mais alinhada às novas tecnologias e práticas sustentáveis, com os primeiros reflexos já aparecendo. Atualmente, 38% das empresas do setor da construção e incorporação investem em parcerias com startups e 83% delas têm colaboração com as construtechs. Neste caminho sem volta, as empresas do setor ainda devem aumentar em 10% os investimentos em tecnologia.
 

Um outro destaque do estudo foi a constatação do aumento da escolaridade dos profissionais da construção civil. Para manter os ganhos de produtividade e estimular novos investimentos, o setor deve adotar cada vez mais métodos e parâmetros ao mensurar seus ganhos de eficiência.
 

Na avaliação do presidente da ABRAINC, Luiz França, o trabalho desenha ferramentas e parâmetros que vão mensurar ganhos de eficiência e produtividade em projetos do setor. Ele lembra que a incorporação imobiliária e a construção civil envolvem múltiplos processos produtivos e medir a produtividade envolve compreender os fatores que impactam o setor para buscar melhorias, já que este eixo é fundamental para o sucesso dos projetos e investimentos. “O estudo é uma forma de entender mais sobre a produtividade do setor, medir novos indicadores. Trata-se de um trabalho de grande valia para a incorporação imobiliária e a construção civil, pois a troca de informação e o diálogo com todos os elos que nos envolvem são caminhos para aumentar a competitividade e oferecer serviços de qualidade”, afirma.
 

Ao longo do evento, foram destacados quais devem ser os comportamentos do setor nos ambientes digital e regulatório. O documento ainda agrega dados importantes sobre inovação, qualidade e sustentabilidade dos projetos.
 

Painéis – Após a abertura, o diretor de pesquisa e inteligência da Deloitte, Giovanni Cordeiro, ponderou que o trabalho permite a previsibilidade do comportamento da cadeia produtiva da construção para os próximos anos, incluindo o montante em investimentos. Ele ainda destacou que o setor caminha cada vez mais na vanguarda tecnológica. “Nos últimos anos, foram registrados grandes avanços no campo tecnológico com a busca de parcerias junto a empresas de tecnologias como startups e construtechs”, destacou.
 

Após uma análise dos dados da pesquisa para o público, o evento abriu um debate fundamental: como tornar as nossas cidades mais sustentáveis de forma a preservar o ecossistema ambiental e melhorar o bem-estar humano. Isto significa pensar sobre a construção das nossas cidades e como a mobilidade deve ser organizada em ambiente urbano. Na oportunidade, o líder de Infraestrutura, Governo e Serviços Públicos da Deloitte, Elias de Souza, e a Coordenadora do Centro de Excelência de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte, Danielle Avila, discorreram sobre cidades sustentáveis e resilientes.
 

A dupla destacou que a pandemia da Covid-19 impôs uma série de desafios aos municípios brasileiros e que eles não podem ser solucionados apenas com adjetivos como “cidade do futuro”. Souza, inclusive, reforçou alguns dos obstáculos: “Temos três matrizes para olhar na cidade: econômica, social e ambiental. Acordamos com a pandemia para ver que temos um problema de urbanização, porque a população está vindo cada vez mais para a cidade e precisamos estar preparados para isto”, afirmou.
 

Ao fim do evento, as novas tendências do mercado de Real Estate no Brasil foram apresentadas por Claudia Baggio e Rafael Camargo, respectivamente sócia e diretor de soluções em Real Estate, da Deloitte.
 

Na oportunidade, eles detalharam como incorporadoras e construtoras podem atender às necessidades evolutivas dos investidores e futuros moradores, priorizando as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) e às exigências regulatórias e mudanças recentes do comportamento de novos consumidores. “Com relação a moradia ainda é forte o desejo do jovem. Mas, hoje, o que ele busca é ter independência financeira e profissional antes da aquisição do seu primeiro imóvel. Isto quer dizer que a decisão vai ser um pouco mais tardia para estas novas gerações, o que faz com que sigam alugando um imóvel, e tende a criar um novo mercado. Ou seja: há um espaço gigantesco para empreendedores imobiliários criarem grandes espaços para locações”, finalizou.

Porto Alegre tem prédio residencial mais sustentável do Brasil

O IDEA Bagé, edifício localizado no Bairro Petrópolis de Porto Alegre, recebeu a certificação GBC Brasil Condomínio® Platina, do Green Building Council Brasil. Este é o primeiro empreendimento residencial do Brasil a receber a validação na categoria Platina, a mais elevada, que contempla critérios rigorosos em oito aspectos, que são Implantação, Uso Racional da Água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade Ambiental Interna, Requisitos Sociais, Inovação e Projeto e Crédito Regionais.

O reconhecimento inédito torna o IDEA Bagé a maior referência do Brasil em sustentabilidade residencial. O empreendimento atingiu 91 dos 110 pontos possíveis na análise, como conta Mauro Touguinha, engenheiro e sócio da Capitânia, incorporadora que desenvolveu o conceito IDEA, de edifícios focados em sustentabilidade desde a concepção e construção até o dia a dia dos moradores.

Quem reconheceu o diferencial foi o GBC Brasil, organização sem fins lucrativos que faz parte do movimento global World Green Building Council, presente em mais de 70 países ao redor do mundo. O GBC tem a missão de fomentar o desenvolvimento da indústria nacional da construção civil, com foco na sustentabilidade socioambiental.

A Certificação GBC Brasil Condomínio® é voltada para o mercado imobiliário residencial do país e visa promover a transformação do setor da construção por meio de estratégias desenvolvidas para alcançar objetivos como mitigação dos impactos da mudança climática, melhoraria da saúde humana e bem estar do morador, proteção e restauração de recursos hídricos e desenvolvimento da economia verde.

Mauro Touguinha explica que esta certificação comprova diferenças deste prédio para outros, como a melhor gestão e controle dos processos operacionais e gerenciais, com instrumentos para verificação de desempenho e melhoria contínua, o que, ainda, qualifica o edifício para descontos fiscais, subsídios de zoneamento e outros incentivos financeiros por parte do poder público.

É crescente o entendimento de que a sociedade precisa endereçar a crise climática através de mudanças de atitude e atentando ao impacto que geramos. Porém, esta ainda não é uma realidade do mercado de construção como um todo, que ainda está engatinhando no quesito sustentabilidade, de acordo com o engenheiro. Ainda existe muita desinformação sobre o tema, o que faz com que certos players do mercado se aproveitem dessa crescente ‘onda verde’, ‘pintando de verde’, ou seja, colocando alguns equipamentos e acessórios, sem seguir à risca princípios importantes qualificando o empreendimento e a cidade.

“Em contraste com alguns empreendimentos que colocam meia dúzia de painéis fotovoltaicos ou uma cisterna para recolher água da chuva e se dizem prédios sustentáveis, no IDEA Bagé houve um grande comprometimento entre as pessoas envolvidas com o intuito de ir a fundo na busca por soluções ecológicas. Cada detalhe foi pensado e foi isso que garantiu o recebimento do selo GBC Platina. Essa certificação máxima é o reconhecimento, feito por um órgão com credibilidade internacional, de que o IDEA Bagé é um edifício sustentável”, elucida Touguinha.

O selo GBC Platina é uma garantia de qualidade para o consumidor e comprova que a empresa está preocupada com as práticas ambientais, sociais e governança corporativa. 

O IDEA Bagé 

A arquiteta Mauren Neutzling, da MON Arquitetura, responsável pela Certificação GBC Brasil  Condomínio®  do IDEA Bagé, explica que o empreendimento está próximo de recursos, transportes e praças e é favorecido pela vegetação nativa presente na fachada e demais áreas do prédio: “O IDEA Bagé um condomínio sustentável de alto padrão onde criamos um ecossistema aliando tecnologia com o  uso inteligente de recursos e energia e gerando valorização patrimonial”.

O edifício conta com uma seleção de materiais sustentáveis: são 15 itens entre materiais certificados e declarações ambientais de produto informando sobre seu ciclo de vida e baixo impacto ambiental. Além disso, a redução de custos pelo uso eficiente da água, fontes de aquecimento solar e iluminação natural e outras tecnologias geram valorização patrimonial e receita extra para o condomínio. 

“O IDEA Bagé agrega elementos como a localização do empreendimento alinhado com a otimização dos recursos naturais, tecnologia de materiais e benefícios econômicos”, afirma Neutzling.

O condomínio alia tecnologia, automação e internet das coisas, com diferenciais sustentáveis exclusivos: sistema de painéis fotovoltaicos com capacidade de gerar toda a energia elétrica necessária para manter a área condominial do edifício e ainda abastecer em torno de 30% da energia dos apartamentos, sistema de aquecimento de água central através da energia solar, aplicação de Internet das Coisas (IoT), sensores inteligentes que medem instantaneamente os consumos de água, energia e gás e controlam  sistemas do prédio, para o consumo consciente de água e energia, fachada autolimpante e termicamente eficiente, coleta da água da chuva e da gerada pela condensação dos aparelhos de ar-condicionado para utilização em irrigação e espera individual para carro elétrico em todos boxes-estacionamento. Também tem sacadas e brises móveis na fachada, para melhor aproveitamento da luz e melhoria do conforto térmico, vidros que reduzem a entrada de calor e bloqueiam os raios ultravioleta, e oferece bicicletário, portaria autônoma virtual e iluminação 100% em LED. 

Economia para os moradores

Além de ser eco friendly, o edifício também faz diferença no bolso dos moradores. Os engenheiros responsáveis pelo projeto estimam uma economia total para o condomínio de R$8.099.000,00, equivalente a R$933.220,00 para cada uma das unidades, ao longo dos 50 anos de vida útil do prédio.

“O IDEA Bagé avança o conceito IDEA de sustentabilidade, que agrega inovação e diferenciais exclusivos em prol de construções com consciência ambiental”, afirma o arquiteto e sócio da Capitânia Renato Turquenitch. Segundo ele, a tecnologia sustentável é duplamente benéfica, pois garante economia de recursos e de dinheiro para os moradores. Nos apartamentos, os detalhes são pensados levando a sustentabilidade e a economia em consideração. O sistema de aquecimento de água central solar reduz o consumo de gás em mais de 80%. Chuveiros com certificação LEED atendem aos requisitos de construções sustentáveis, reduzindo a metade o consumo de água dos banhos. O  sistema de descarga dos vasos sanitários reduz, em 30%, o consumo de água dos mesmos.

AG7 anuncia Marcela Pfeiffer como nova Diretora de Operações

A AG7, incorporadora de wellness building do Brasil, anunciou a contratação da nova Diretora de Operações da empresa, Marcela Pfeiffer. O objetivo da marca com o novo reforço no time é aproveitar toda a expertise da profissional na gestão de equipes e na construção de empreendimentos voltados para a alta renda, de modo a estruturar projetos marcantes no mercado imobiliário de bem-estar.

Marcela Pfeiffer vem de 14 anos na JHSF, onde foi Diretora de Engenharia da Incorporação e de Aeroporto, responsável pela gestão das áreas de Projetos, Engenharia, Construção, Suprimentos, Relacionamento com Cliente, Planejamento Estratégico, Planejamento Financeiro dos Empreendimentos e Obras, e Assistência Técnica. Arquiteta, Urbanista e Publicitária, Pfeiffer possui uma formação acadêmica extensa em seu currículo, com destaque na Certificação de Project Management Associate, IPMA, Mestre Profissional em Marketing e especialização em Gerenciamento de Obras.

Nas empresas em que passou, Pfeiffer ajudou cada núcleo dos times no engajamento e alinhamento com todas as etapas dos projetos: planejamento estratégico e financeiro, implantação e construção, suprimentos, desenvolvimento, atendimento aos clientes e assistência técnica dos empreendimentos de alto padrão. Ela também foi a responsável em garantir os resultados planejados das estruturas para os consumidores internos e externos quanto à geração de caixa, construção, qualidade, prazo, custo e satisfação.

De acordo com a nova Diretora de Operações da AG7, a sua experiência com empreendimentos únicos e exclusivos, como Fazenda Boa Vista, Las Piedras, Boa Vista Village e Fasano, soma ao que a incorporadora já faz, com foco em inovação e em seus clientes. “Meu propósito é contribuir com os objetivos da AG7, trazendo o dinamismo e pioneirismo de São Paulo, gerando mais eficiência nas ações e resultados, sempre com o foco nos clientes, nas pessoas.”, explica Marcela.

Instituto Mulheres do Imobiliário e Refúgios Urbanos realizam o ‘Capacita’ para mulheres em vulnerabilidade

Edição é exclusivamente para São Paulo e 50% das bolsas serão destinadas para mulheres pretas, pardas, indígenas e trans

O Instituto Mulheres do Imobiliário lança uma edição especial do programa Capacita, iniciativa inédita no mercado imobiliário destinada a mulheres em vulnerabilidade social e financeira e que visa uma nova oportunidade profissional, por meio da área imobiliária.

“No programa focamos o conhecimento, como também oportunidades para que mulheres consigam recolocação no mercado de trabalho. O projeto foi idealizado a partir da necessidade de contribuir para a recolocação e independência financeira dessas mulheres em vulnerabilidade”, menciona a Idealizadora e Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário e do projeto Capacita, Elisa Rosenthal. 

A Edição Especial tem a imobiliária Refúgios Urbanos como realizadora e é exclusivamente para mulheres na Região de São Paulo e 50% das bolsas serão destinadas para mulheres pretas, pardas, indígenas e trans. Para saber mais e se cadastrar na iniciativa, basta clicar aqui!

O Capacita é um programa 360, com grupos de apoio, treinamento complementar, dados de mercado, análises, networking, mentorias com profissionais experientes no mercado de imóveis, parcerias com imobiliárias para oferta de estágio e portfólio de produtos, e muito conhecimento.

“Nosso intuito é criar novas oportunidades de retorno ao mercado de trabalho, por isso nossa atuação vai além da capacitação“ complementa a Diretora do Programa Capacita, Karina Lemos.

Dentre as marcas parceiras do projeto da social Tech, Instituto Mulheres do Imobiliário, estão IBREP – Escola Imobiliária, Curso Técnico em Transações Imobiliárias (TTI); IBRESP, Instituto Brasileiro de Educação Profissional do Estado de São Paulo; Movimento Black Money, Transempregos, entre outras.

“É uma honra contar com marcas tão relevantes dentro do contexto imobiliário e do mercado em geral como a Refúgios Urbanos. Vamos inaugurar o projeto com uma masterclass ministrada pelo Octavio Pontedura, falando sobre o Jeito Refúgios Urbanos de prosperar neste mercado, dando o pontapé inicial nessa edição especial. Os homens proprietários também podem e devem ser incentivadores dessas iniciativas, equidade vai além do discurso”, destaca Rosenthal.

Para Camila Raghi, sócia da Refúgios Urbanos, é urgente que as empresas do setor tenham um papel ativo na transformação do mercado imobiliário, principalmente quando o assunto passa pela discussão de gênero e diversidade. “Vemos uma presença cada vez maior de mulheres atuando neste segmento, como engrenagem profissional e também por mulheres que investem, mas temos pouquíssima diversidade. Quantas mulheres poderiam ter chegado e já estar atuando se tivessem a oportunidade? Ainda estamos anos luz nessa caminhada, mas precisamos usar nosso potencial para interferir neste cenário, trabalhando mais com a inclusão de gênero, principalmente pelo recorte social”, diz.

E completa: “O mercado imobiliário é uma porta agregadora por alguns motivos, e um deles é porque é uma área profissional que garante uma flexibilidade totalmente necessária à mulher contemporânea. A maternidade e outras funções conversam e só se encaixam em profissões flexíveis, e atuar no mercado imobiliário pode ser atraente e interessante às mulheres também por esse motivo”.

PROGRAMAÇÃO:

Fevereiro – 28/02 às 18h30

MASTERCLASS Capacita com Octavio Pontedura, sócio proprietário da Refúgios Urbanos

Acompanhe: Link

Março – 07/03

Lançamento Oficial do Programa Edição especial Capacita e Refúgios Urbanos

Inscrições: Link

O impacto das emissões de carbono na construção civil

Save the world ecology environmental conservation perforated paper leaf

Por Jean Ferrari, CEO da FastBuilt

O fenômeno de liberação de gases que causam o efeito estufa no planeta é natural e esperado, já que esses gases são produzidos também por animais e plantas. O problema é o aumento exacerbado do volume de emissões, provocado pela interferência do ser humano no meio ambiente. Portanto, o aumento da temperatura da Terra tem se tornado preocupante.

Na construção civil, essas ações acontecem, principalmente, em dois momentos: na edificação de um empreendimento e ao longo dos anos de uso. O momento em que se inicia a construção de um prédio ou uma casa é quando acontece a maior parte da emissão.

A origem dos componentes de uma obra é um dos pontos críticos quando se considera pegadas de carbono. A indústria do aço, por exemplo, produz mais de 30% das emissões, ao longo que o cimento gera 20% das emissões totais.

O próprio processo construtivo, especialmente o mais tradicional, tem um impacto muito grande na natureza. Há alterações no solo, geração de grande quantidade de resíduos e o transporte de materiais ao canteiro, além do uso de equipamentos emissores de poluentes.

Cenário global

A previsão para este ano é de emissão de cerca de 36,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) pelos países, devido à queima de carvão, gás natural e petróleo para geração de energia, conforme dados do Global Carbon Project. O valor é 1% maior do que o que o mundo emitiu em 2021.

Porém, a quantidade anual de CO2 liberada pelo desmatamento e mudanças no uso da terra dá sinais de ter diminuído nas últimas duas décadas, para cerca de 4 bilhões de toneladas em 2022. Contudo as emissões totais de carbono pela humanidade permanecem praticamente estáveis desde 2015.

Pesquisadores explicam que a expansão ou recuperação de florestas em algumas regiões ao redor do globo ajudam a compensar uma fração das emissões produzidas pelo desmatamento, que permanece alto em alguns países como o Brasil, Indonésia e Congo.

Como diminuir os impactos

A tecnologia na construção civil fornece maneiras de evoluir os processos, tornando-os mais eficientes e melhores para a sociedade. Atualmente diversos sistemas de reutilização de água e materiais, por exemplo, já estão disponíveis e são introduzidos em muitos canteiros de obras.

Algumas formas de garantir a diminuição destes impactos incluem o investimento em energia renovável, como placas de energia solar, por exemplo. Também é necessário contar com um plano consistente de produção sustentável e pensar na possibilidade de criação de veículos de carga elétricos.

De qualquer forma, é preciso pensar em estratégias ainda na etapa de idealização das obras, já adicionando soluções de projeto mais sustentáveis. É necessário, portanto, a escolha de materiais com menor impacto ambiental ao longo de seu ciclo de vida, ou que possibilitem a reutilização ou reciclagem dos resíduos nas obras.

Outras opções interessantes são priorizar fornecedores das proximidades do local da obra, utilizar sistemas construtivos industrializados, buscar certificações ambientais e instalar mecanismos para compensação das emissões. 

Isso pode se dar, por exemplo, por meio do emprego de fontes de energias renováveis ou pelo estímulo à fixação do CO₂ via plantio de vegetação nativa.

Contexto da sustentabilidade no Brasil

Em 2021 o Brasil se comprometeu a colaborar com uma meta mundial de redução de 30% nas emissões de gás metano até 2030. Porém o cenário atual é de uma possível alta de 7% nas emissões deste gás, a segunda substância que mais contribui com o aquecimento do planeta e é proveniente, principalmente, da agropecuária.

Os dados são de uma análise divulgada pelo Observatório do Clima utilizando informações do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Uma série de medidas já disponíveis no país, se adotadas hoje, amplamente, levariam a uma redução de 36% dos danos.

Revitalização da orla do litoral paranaense valoriza imóveis na cidade de Matinhos

Foto: Alessandro Vieira

Mercado imobiliário fica otimista com a valorização de até 17% nos imóveis no último ano

As obras para revitalização da orla nas cidades litorâneas do Paraná estão em andamento e já apresentam grandes mudanças para turistas e moradores. Para quem está buscando um imóvel no litoral para descanso ou locação, esta pode ser uma boa hora. Com a melhora na qualidade das praias, os empreendimentos começaram a valorizar, e as expectativas são que, com a alta procura, os imóveis disponíveis fiquem mais escassos.

Desde o mês de março de 2022, os moradores do litoral do Paraná convivem com as obras de alargamento da faixa de areia da praia. Também estão previstas melhorias para evitar enchentes e construção de áreas de lazer nos balneários paranaenses.

No balneário de Caiobá, localizado no município de Matinhos, as obras de alargamento foram finalizadas e os turistas já conseguiram aproveitar a praia nas festas de final de ano. Mas, a melhoria não foi apenas para os turistas. O mercado imobiliário notou um aumento na procura de imóveis no litoral do estado, além da valorização dos empreendimentos no último ano.

De acordo com o Portal Agente Imóvel, que realiza pesquisas de mercado periodicamente, a valorização anual na cidade de Matinhos em 2022 foi de 17,82% para imóveis com dois quartos. A pesquisa foi realizada em novembro e a amostra média contempla mil residências do município.

Para a corretora Andressa Crefta Vidal, da imobiliária V3, localizada em Caiobá, os preços aumentaram antes mesmo do início das obras. “Os imóveis começaram a aumentar de preço assim que foram aprovadas as licitações”, lembra. Além disso, no início deste ano houve uma alta na procura. “A busca está frenética, logo no início do ano, sentimos o mercado aquecendo muito”, explica Andressa.

Empreendimentos valorizados

Um dos empreendimentos que tiveram essa valorização no litoral é o Safir Beach Home, empreendimento da Construtora Pride com apartamentos de dois quartos e sacada com churrasqueira. No seu lançamento, em janeiro de 2022, cada apartamento foi avaliado em R$299 mil. Um ano depois, os mesmos apartamentos custam mais de R$360 mil. “A valorização é normal conforme as obras do empreendimento avançam, mesmo assim, vimos um aumento maior por conta das melhorias na cidade. E o Safir apresenta diferenciais, como as áreas de lazer, que deixam o imóvel ainda mais distinto em preço e estrutura na região ”, explica Vevianne Jacques, gerente comercial da construtora.

O Safir Beach Home, possui estrutura com áreas comuns internas de um clube de lazer. Piscina, academia, quadra esportiva, churrasqueiras, salões gourmet e festas, são alguns destaques do local, e que ganham um charme a mais por estar próximo ao mar e de uma área verde da Mata Atlântica.

Plaenge fecha 2022 com VGV de R$ 2,8 bilhões

Rogério Fabian, diretor da Plaenge

A Plaenge, maior construtora de capital fechado do Brasil é referência no segmento imobiliário de alto padrão e supera desde 2017 o seu recorde de VGV (Valor Geral de Vendas). No ano passado, a companhia fechou o ano com R$ 2,8 bilhões, 5% superior ao VGV de R$ 2,6 bilhões em 2021. A empresa lançou 21 empreendimentos, alcançando R$ 1,9 bilhão de venda líquida, crescimento de 4% no comparativo com o ano anterior.

Os fortes resultados financeiros e operacionais também estão relacionados à velocidade de venda dos empreendimentos Plaenge. O Lieu Unique, projeto lançado em Campo Grande (MS), foi 100% comercializado em menos de uma semana após o lançamento. O empreendimento registrou um VGV de R$ 390 milhões, valor expressivo para região do Centro-Oeste do Brasil.

“Nossa estratégia segue bastante assertiva ao longo dos anos. Focamos em projetos que são concebidos para um público de média e alta renda, garantindo uma alta receptividade dos empreendimentos. Os recordes consecutivos, ano após ano, também são resultados do excelente trabalho do nosso time, da qualidade das entregas e da tecnologia envolvida em todos os processos”, afirma o diretor da Plaenge, Rogério Fabian. O executivo ainda destaca que outro diferencial da empresa no mercado é o modelo de operação verticalizada, com equipes próprias que atuam em todas as etapas do desenvolvimento imobiliário, desde a aquisição das áreas, definição dos produtos e coordenação dos projetos, vendas, construção e assistência pós-entrega.

Focada em uma visão de longo prazo, a Plaenge investe em terrenos estrategicamente localizados nas regiões em que atua. Por isso, hoje a companhia já soma quase R$ 17 bilhões de landbank, distribuídos em 131 áreas para futuras incorporações.

A empresa ainda está expandindo sua presença no Brasil. “Nós tivemos a chegada da Plaenge no mercado de Porto Alegre, anunciada em setembro de 2022. Investimos R$ 16 milhões na construção da Central de Decorados e temos projeções ambiciosas para região”, diz Fabian. O primeiro projeto da Plaenge na capital gaúcha terá um VGV (Valor Geral de Venda) de R 120 milhões e um investimento em obras e terrenos de R 70 milhões.

O próximo passo é lançar o primeiro empreendimento na cidade de São Paulo. A marca trará a fórmula de sucesso já aplicada em outras localidades para maior capital do País. “A estreia será em Moema, um bairro consolidado de médio e alto padrão. O lançamento já está em fase de aprovação e a previsão é iniciarmos a comercialização em meados deste ano”, explica Fabian. O executivo também destaca que esse movimento é importante para o crescimento da empresa no longo prazo. “O potencial de São Paulo é enorme e estamos preparados para atender o exigente público paulistano com as soluções imobiliárias residenciais que irão proporcionar projetos arquitetônicos únicos e com qualidade”.

Com operação imobiliária em nove cidades (Curitiba, Londrina, Maringá, Cuiabá, Campo Grande, São Paulo, Campinas, Porto Alegre e Joinville) de seis estados brasileiros e também no Chile, o Grupo Plaenge, que integra as marcas Plaenge e Vanguard, já entregou mais de 450 empreendimentos, nos quais mais de 100 mil pessoas vivem. Emprega cerca de três mil colaboradores diretos e três mil indiretos. Atualmente, a Plaenge tem 73 obras em execução simultânea no Brasil e no Chile, o que equivale a uma carteira de mais de R$ 8,7 bilhões em VGV total a ser entregue nos próximos anos.

RE/MAX Brasil renova direção da área de Marketing e Comunicação

Paity Piemonte tem o desafio de ampliar a relevância das ações da empresa no mercado imobiliário

A contratação de Paity Piemonte para o cargo de diretora de Marketing e Comunicação da RE/MAX Brasil traz novas perspectivas para as ações que estão no planejamento de 2023 da empresa que mais vende imóveis no mundo. Ao longo de sua trajetória profissional de mais de 20 anos, a executiva participou de importantes projetos em empresas como Credicard, Telefônica, Software AG e gA Globant.


“O que me motivou a vir para a RE/MAX foi o desafio de posicionar a empresa, até 2025, na liderança do mercado imobiliário brasileiro, um mercado forte indutor da roda econômica no país, com projeções muito positivas para 2023, e transformado a partir da pandemia, com a migração de algumas empresas para o formato de trabalho híbrido ou home office”, afirma Piemonte.


Em quatro anos, o faturamento da RE/MAX Brasil aumentou em dez vezes – o Valor Geral de Vendas (VGV), em 2021, ficou em R$ 6,297 bilhões, o maior de sua história, graças ao modelo de negócio totalmente diferenciado, colocando o cliente efetivamente no centro da estratégia e com pilares sólidos focados no atendimento e no máximo serviço. “Por isso, a companhia é hoje a detentora da maior rede de imobiliárias do mundo e capilaridade nacional, com mais de 600 unidades, distribuídas por todos os estados brasileiros, e 8 mil corretores empreendedores”.

 Em Curitiba, aluguel de microapartamento custa, em média, 20% menos que o de imóvel maior de um quarto, revela pesquisa

Uma pesquisa inédita feita pelo QuintoAndar mostra que o preço de aluguel de um microapartamento em Curitiba é 20% menor, em média, que o registrado para imóveis de um quarto maiores.

Os dados revelam que um microapartamento (ou seja, um imóvel de até 30 m²) tem um valor anunciado para aluguel de R$ 1.308 na capital paranaense, contra R$ 1.625 de um apartamento de apenas um quarto com uma metragem maior.

“Os microapartamentos são um fenômeno global. Nas cidades europeias e asiáticas, esse movimento não é novo e é resultado de mudanças culturais e sociodemográficas. As pessoas estão vivendo mais, demorando mais para casar e ter filhos e morando mais sozinhas. Além disso, há aspectos urbanísticos e ecológicos, como a falta de espaço, a verticalização como norte e o uso consciente do solo”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do QuintoAndar.

O estudo exclusivo, feito com base em dados do QuintoAndar, Imovelweb e Wimóveis, do grupo QuintoAndar, revela o preço e a acessibilidade desse tipo de imóvel em outras sete grandes capitais do Brasil, além de Curitiba.

Na capital do Paraná, de acordo com a pesquisa, o percentual de comprometimento de renda com o aluguel de um studio fica em 18%, ante 23% de um imóvel de 1 quarto maior, 25% de um imóvel de 2 quartos e 41% de um imóvel de 3 quartos – este já acima do limite recomendado por especialistas em finanças.

“Além dos preços mais baixos, esses imóveis têm se tornado cada vez mais atrativos por conta da atual conjuntura econômica do país. No segundo trimestre de 2022, o rendimento médio habitual dos brasileiros registrou queda de 5,1% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Com o preço subindo mais que a renda, muitos brasileiros têm optado por imóveis mais acessíveis e os microapartamentos são uma ótima opção”, afirma Vinicius Oike, economista do QuintoAndar.

Rentabilidade e liquidez

Dados do estudo também mostram que esses imóveis têm a maior rentabilidade entre todas as tipologias (0,54% ao mês). Os imóveis de um quarto, com área maior que 30 metros quadrados, por exemplo, possuem um potencial de rentabilidade de 0,47% ao mês.

A liquidez (ou seja, a rapidez no tempo de negociação) dos microapartamentos também é maior que a de todas as outras tipologias, revela o levantamento.

“O sucesso futuro dos microapartamentos vai depender agora da versatilidade destas unidades em atender as necessidades de públicos diversos. A localização desses empreendimentos, como mostra a pesquisa, é fundamental para manter essa demanda aquecida. O mercado está atento a isso”, afirma Thiago Reis.

Metodologia

No estudo, convencionou-se chamar de microapartamentos as unidades com um dormitório e com menos de 30 metros quadrados. A base de dados analisada é composta por diferentes fontes de informações: dados governamentais, como o IBGE, de entidades da sociedade civil organizada, como o Secovi-SP, instituições de ensino, como a USP, e de empresas privadas, incluindo o QuintoAndar.

No caso dos dados de Navent, empresa integrante do Grupo QuintoAndar, foram analisados todos os anúncios imobiliários dos portais Wimóveis e Imovelweb, publicados entre abril e setembro de 2022. Para padronizar a comparação dos preços, foram selecionados apenas os anúncios de aluguel de apartamentos.

A rotina de processamento e armazenamento dos dados já exclui diversos problemas de ruídos e erros. Foi feita também uma limpeza adicional nos dados para remover valores discrepantes, que inevitavelmente aparecem em bases com volumes desta monta. Foram estabelecidos critérios mínimos de preço e área para remover anúncios com valores extremos. Após esta limpeza, procedeu-se uma criteriosa avaliação estatística para remover outliers com base no preço do metro quadrado, na região/bairro do imóvel e no ano de publicação de cada anúncio.

Para comparação de acessibilidade financeira, utilizou-se dados da Pnad Contínua (IBGE), referente ao segundo trimestre de 2022. O estudo optou por analisar a renda média mensal das famílias, calculada a partir do rendimento médio real, habitualmente recebido por mês e efetivamente recebido no mês de referência, do trabalho principal e de todos os trabalhos.

Construtechs e proptechs: aliadas essenciais para evolução do mercado de construção

Por Patrícia Zanlorenci, CEO da Vellore Ventures  

Em uma sociedade cada vez mais permeada pelo universo digital, o setor de construção – um dos mais robustos do mundo – não poderia ficar de fora. O mercado é bastante tradicional e reluta em acompanhar as tendências de inovação mundiais, enquanto outras indústrias avançam a passos rápidos com o uso da tecnologia. Porém, chegou a vez da revolução acontecer no segmento de construção civil e imobiliário, com a consolidação das chamadas construtechs.

Nas últimas décadas, o Brasil e o mundo viram surgir uma série de novas empresas que buscam resolver problemas por meio de um modelo de negócios repetível e escalável, principalmente envolvendo tecnologia. Atualmente existem startups especializadas nas mais diversas áreas, como pet techs, healttechs, fintechs, govtechs, entre outras.

Levado em conta o tamanho do setor de matcon, as possibilidades são muitas. De acordo com uma pesquisa da plataforma PitchBook, empresas de capital de risco investiram US$ 538 milhões em 2017 e no ano seguinte o número quase dobrou, chegando a US$ 900 milhões de aporte em construtechs. O investimento na tecnologia promete resultados: o setor de construção global atingiu um crescimento de quase 6% em 2022, segundo projeção da Construction Intelligence Center. Com esse resultado, o PIB do setor deve superar o nível pré-pandemia (2019) em quase 9% e vai diminuindo a distância para o pico registrado em 2013 (-21,7%).

Um mapeamento da Terracotta Ventures e do MitHub identificou 500 startups do setor no Brasil em 2019. Um dos destaques no setor de Proptechs é a Quinto Andar. A marca foi a primeira empresa a se tornar um unicórnio e ficou conhecida por desburocratizar o processo de aluguéis.

Mas os braços da inovação na construção vão muito além. Hoje, existem empresas empenhadas em desenvolver soluções nas mais diversas esferas do mercado, como compra e venda de imóveis, oferta de orçamentos, prospecção de terrenos, manutenção predial, investimento e crowdfunding, reformas, segurança do trabalho, gestão de materiais, entre outros.

As construtechs e proptechs ainda têm uma longa trajetória a se trilhar, mas muitos benefícios da inovação já começam a ser observados pelo mercado, como a diminuição dos custos operacionais, aumento na produtividade, redução de acidentes causados por falhas nos sistemas, entre outras vantagens operacionais impulsionadas pela TI.

A inteligência artificial, pode, por exemplo, corrigir erros de projeto que levam a acidentes e defeitos técnicos, e sistemas mais tecnológicos de segurança podem ser a saída para prevenir acidentes que sensores tradicionais não conseguem captar previamente.

Futuro

Na era da tecnologia, onde até mesmo o metaverso já é uma realidade – projetado para se popularizar dentro dos próximos cinco anos – o setor de construção deve ser marcado por outra tendência: as smart cities. As construtechs, além de necessárias para o mercado de construção e imobiliário, fazem parte desse futuro cada vez mais próximo.

As cidades inteligentes utilizam a internet das coisas, machine learning e data science para transformar a qualidade de vida dos cidadãos, com diagnósticos mais precisos dos problemas enfrentados pela população local e com soluções inovadoras para os desafios da rotina urbana de forma sempre permeada pela sustentabilidade.

O fato é que as construtechs e proptechs não devem mais sair de cena e quem não entrar nessa tendência, vai ficar para trás. O modelo se torna cada vez mais protagonista do mercado e vai garantir que o setor não desperdice mais tempo.