Desorganização da produção e a alta das matérias-primas repercutem no setor da Construção

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, variou 0,1 ponto em dezembro para 93,9 pontos, acomodando em níveis próximos aos observados antes da pandemia. A média do índice no quarto trimestre de 2020 (94,3 pontos) é 6,6 pontos maior do que a média do terceiro trimestre de 2020 (87,7 pontos).

“A confiança do setor da construção acomodou em dezembro em um nível superior ao de dezembro de 2019, o que considerando todas as dificuldades do ano é um aspecto positivo. Vale destacar o aumento do Indicador de Evolução Recente de Atividade, apesar do maior percentual das assinalações relativas à escassez e ao custo das matérias primas. Por outro lado, as expectativas continuam se deteriorando e os empresários estão mais pessimistas do que estavam no ano passado. Além das incertezas do cenário econômico, esse pessimismo parece estar relacionado às dificuldades recentes das empresas”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

A confiança em dezembro ficou estável, pois a melhora na avaliação sobre o momento presente compensou a deterioração das expectativas dos empresários para os próximos seis meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) aumentou 0,9 ponto para 92,4 pontos, o maior valor desde agosto de 2014 (93,0 pontos). Os indicadores de situação atual dos negócios e carteira de contratos avançaram respectivamente 1,2 ponto e 0,6 ponto, para 94,8 pontos e 90,1 pontos.

Entretanto, Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo segundo mês consecutivo, de 96,2 pontos para 95,5 pontos 2,9 pontos. A queda de 2,6 pontos do indicador de tendência dos negócios compensou o avanço de 1,3 ponto do indicador de demanda prevista.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) variou 0,2 ponto percentual (p.p.), para 72,9%. O resultado ligeiramente positivo foi influenciado pelo aumento de 0,2 p.p. do NUCI de Mão de Obra (de 73,9% para 74,1%), já que houve recuo de 0,3 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,9% para 65,6%).

Escassez e elevação de preço dos materiais

A desorganização da produção e a alta das matérias-primas têm repercutido fortemente no setor da construção. Em dezembro, entre os fatores limitativos, a escassez de material de construção alcançou 20,0% das assinalações do mês, um recorde histórico da Sondagem. Por sua vez, a elevação de preços foi assinalada por 21,6% das empresas. “Essas questões atingem todos os segmentos do setor da construção e se apresentam uma limitação adicional e com potencial crescente no processo de retomada”, avaliou Ana Castelo.

MRV e SENAI lançam desafio para startups da construção civil

A MRV, plataforma de soluções habitacionais com mais de 40 anos de mercado, se uniu ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para lançar um desafio para startups e empresas de base tecnológica em busca de soluções inovadoras para a indústria da construção civil. A categoria será Empreendedorismo Industrial, que contará com dois desafios: Gestão de inventário e romaneio de fôrmas e Inteligência aplicada ao processo de modulação de peças e kits de fôrmas. Serão aprovados até quatro projetos que terão acesso a recursos de, no mínimo, R$ 250 mil para o desenvolvimento das propostas. As inscrições e o edital completo podem sem acessados no endereço www.plataformainovacao.com.br. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de janeiro de 2021.

A MRV vislumbra grande potencial de escala para as soluções a serem desenvolvidas, com aplicação em centenas de canteiros de obras espalhados por 22 estados do território nacional. O SENAI, parceiro da iniciativa, além de ajudar na seleção dos projetos, vai ofertar a infraestrutura laboratorial e especialistas necessários para o desenvolvimento das propostas e disponibilizar, junto à MRV, os recursos financeiros para o desenvolvimento dos projetos. “Vamos selecionar as startups com as melhores propostas, ajudá-las a fazer o planejamento e a execução dos projetos adequados ao tempo e do recurso disponibilizado pela chamada”, afirma André Zanatta, gerente de Inovação e Tecnologia do CIT SENAI, explicando que o projeto será executado no CIT. Zanatta reforça ainda que a iniciativa traz a possibilidade de novos e bons negócios para toda a cadeia produtiva da construção civil. “Queremos proporcionar a geração de negócios entre as empresas, fortalecer serviços e produtos a partir da resolução destes desafios. Quem sabe, possibilitar que novas empresas trabalhem com a MRV, deixando o setor mais produtivo e também, mais seguro” reforça o executivo.

Flávio Vidal Cambraia, Gestor Executivo de Inovação e P&D da MRV, reforça a importância da chamada: “essa iniciativa é de grande relevância para a companhia, que está aberta ao desenvolvimento de tecnologias em colaboração com o ecossistema de inovação. Será uma excelente oportunidade de unir inteligência interna e externa para criar soluções relevantes para os nossos empreendimentos e, consequentemente, nossos clientes e o setor de habitação no Brasil. Contar com mentes pensantes, pessoas engajadas e a estrutura do SENAI nos faz ter ótimas perspectivas”, ressalta Vidal.

Parceria em Pesquisa e Desenvolvimento

Tendo como um de seus pilares a inovação, a MRV, anunciou, em junho de 2020, a criação do seu próprio Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, que está instalado no CIT SENAI, em Belo Horizonte. A iniciativa, inédita no setor de construção civil, tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias, novos processos e métodos construtivos, desenvolvimentos e testes de materiais, entre outros pontos, com o intuito de entregar aos brasileiros habitações com cada vez mais qualidade e tecnologia.

APSA traz vacância e preços médios dos aluguéis no Rio de Janeiro em novembro

Leblon se destaca com aumento da quantidade de imóveis para alugar e Recreio pelo crescimento dos aluguéis. Já Botafogo, Copacabana, Leme e Centro enfrentam baixa nos valores

A APSA – empresa líder em gestão de propriedade urbanas – realizou um estudo que mostra o cenário de imóveis para aluguel na cidade do Rio de Janeiro começando a melhorar. A taxa de vacância média foi de 16,9%, percentual mais abaixo do que a dos meses anteriores. Em setembro, o percentual era de 17,8%, em outubro 17,2%. A taxa de vacância mostra a quantidade de imóveis residenciais vagos, disponíveis para aluguel. Ou seja, a cada cem imóveis do mercado de locação, 17 estariam vagos, à espera do inquilino.

Como impacto da pandemia, pelo sexto mês seguido, a taxa se manteve na faixa de 17%. O nível ideal é de 8% e 10%, ou seja, os estoques ainda estão 80% maiores do que o nível esperado pelo mercado para se manter os valores de alugueis nos patamares mais altos.

Porém, cada bairro tem uma vacância diferente do outro. E resultado médio tem sido impactado fortemente pela alta vacância de bairros da Zona Norte e Centro. Na Zona Sul do Rio, por exemplo, há vários bairros com redução de taxa de vacância.

No Flamengo, com uma redução frente ao mês anterior de 13,33%, está com desocupação de 11,7%. O resultado já traz até leve aumento de 2,94% nos valores anunciados para os aluguéis no bairro, que passaram de R﹩ 34,03 para 35,03, por metro quadrado.

Outro bom desempenho na vacância está em Laranjeiras, com uma redução frente ao mês anterior de 13,7%, chegando a taxa de 6,3%. Em seis meses, a vacância do bairro diminuiu em 31,52%. O que explica maior ocupação em Laranjeiras é o valor do metro quadrado do imóvel para aluguel, mais baixo do que o Flamengo, de R﹩ 32,93.

O Leblon continua com aumento no número de imóveis disponíveis frente ao mês anterior de 7,39%, chegando à taxa de 18,9%. Em seis meses, a disponibilidade dos imóveis aumentou 85,29%. O valor médio do aluguel está em R﹩ 59,10, valor 0,30% menor do que o verificado em outubro e 1,73% abaixo do que estava há seis meses.

Ipanema, teve leve aumento de 2,26%, ficando com taxa de vacância em 13,6%. Mas no acumulado dos últimos seis meses, a redução da vacância no bairro é de 43,80%.

Já o Leme, tem aumento frente ao mês anterior de 3,38%, chegando a taxa de vacância de 15,3%. Aumento de 21,43% nos últimos seis meses. O valor médio do aluguel está em R﹩ 37,36, valor 4,25% menor do que o verificado em outubro. Copacabana também tem queda de 3,25%, com o metro quadrado caindo de R﹩ 36,61 para R﹩ 35,42. A vacância ficou em 19,1%, com leve queda de -3,05%. No acumulado dos últimos seis meses, o aluguel no bairro já caiu 8,26%.

Botafogo tem vacância de 16,0%, após reduzir 3,03%. Nos últimos 6 meses, o aumento da taxa é de 30,08%. E o valor do metro quadrado está em R﹩37,62, 0,27% maior que o mês passado, mas 7% menor do que há seis meses.

Na Zona Norte, a Tijuca e o Méier também apresentam reduções na vacância. No primeiro, a redução em relação ao mês anterior é de 5,8%, chegando a taxa de 13%. O metro quadrado na Tijuca está na faixa de R﹩ 22,96, 0,43% menor que o mês passado.

No Méier, a diminuição foi de 14,69%, chegando a taxa de vacância de 12,2%. O metro quadrado está em R﹩ 18,20, 0,66% maior que o mês passado.

Já Vila Isabel enfrenta aumento frente ao mês anterior de 16,98%, chegando a taxa de 12,4%. Com isso, o aluguel sofre redução 2,57% frente ao mês anterior, passando de R﹩ 21,79 para 21,23 o metro quadrado.

E o Maracanã se destaca pelo forte aumento em relação a outubro, de 29,24%, chegando a taxa de 22,1% e o metro quadrado a R﹩24,01, 1,82% maior. Em seis meses, a vacância cresceu 90,52%.

O Rio Comprido, também sofre aumento de 16,8%, chegando a taxa de 14,6%. É um incremento de 75,90% nos últimos seis meses. O aluguel também caiu 2,68%, de R﹩ 20,49 para R﹩ 19,94, em média, por metro quadrado.

O Centro é um dos bairros mais impactados com os funcionários em home-office e segue aumentando sua taxa de desocupação. Com 8,88 % a mais, alcança a vacância de 28,2%. O metro quadrado está em R﹩ 28,02 – valor 0,14% menor.

O Recreio teve aumento de 5,47% nos preços em novembro, com o metro quadrado passando de R﹩ 25,78 para R﹩ 27,19. O bairro tem o maior aumento médio dos últimos seis meses, entre os bairros pesquisados, de 15,11%.

Redução de unidades alugadas chega a 31,7%
Outro importante indicador feito pela APSA em sua carteira é o Índice de Velocidade de Locação (IVL), que mostra o percentual de crescimento ou redução de unidades alugadas, dentro de um determinado período. No mês de novembro, houve redução de 22% na quantidade de imóveis alugados com relação ao mês de outubro e também de 22% com relação a novembro de 2019. No acumulado do ano, a média do IVL é de -31,7%. Em maio, devido ao isolamento obrigatório, chegou-se a uma redução de -82,8% frente ao mês anterior, no volume de locações.

Tempo desocupado varia por bairro
Já o indicador Indice Médio de Vacância (IMV), que mostra o tempo que as unidades ficam, em média, desocupadas, vem melhorando em alguns bairros, outros não. Em Botafogo, por exemplo, em 2017, no período de janeiro a novembro, um imóvel residencial de 1 a 3 dormitórios levava em média 42 dias para ser locado. Hoje leva 51 dias, em média. Na Barra da Tijuca, levava 99 dias e hoje leva 110. Ao contrário, Copacabana levava 93 e hoje leva 61 e Tijuca também passou de 93 para 74 dias.

A pesquisa sobre valores de metro quadrado da APSA é feita com base em cerca de 16 mil ofertas de apartamentos de 1 a 3 dormitórios.

Lar.app anuncia mudança em seu modelo de negócio

No início de dezembro, a LAR.app, até então uma administradora digital de condomínios, resolveu pivotar o seu campo de atuação, como dizem as startups ao mudarem seu modelo de negócio. A partir do ano que vem, a empresa vai adaptar o produto que construiu e levará ao mercado como SaaS (Software como serviço) e os clientes serão migrados para outras administradoras.

“Não encerramos as operações da LAR.app. estamos mais ativos do que nunca e com muita vontade de resolver novas questões. Viemos da tecnologia e para ela retornaremos”, conta Leonardo Boz, fundador da LAR.app ao lado de Rafael Lauand.

Nos primeiros meses de atuação, a LAR.app revolucionou o mercado ao proporcionar aos clientes um novo formato de administração de condomínios. A empresa surgiu com o objetivo de trazer mais transparência, usar mais tecnologia e realizar uma prestação de contas mais simplificadas, feita em até três dias após a virada do mês.

Para a nova fase da empresa, os fundadores explicam que vão adaptar o produto que construíram e levarão ao mercado como SaaS (Software como serviço). “Desde quando iniciamos nossas operações, em meados de 2018, tínhamos bem claro que nosso objetivo final era, através da tecnologia, trazer eficiência e transparência para condomínios residenciais. Num primeiro momento, a maneira que encontramos de realizar isso foi prestando serviço e integrando múltiplas tecnologias de mercado. Assim, poderíamos levar uma proposta de transformação digital aos clientes sem desenvolver tecnologia no dia zero”, explica Leonardo Boz, co-fundador da LAR.app.

O empresário ainda complementa que a experiência adquirida nestes quase três anos fez com que startup ensinasse tudo o que ele e seu sócio sabiam de condomínio até hoje. “Vamos lembrar que todos nós tivemos experiências bem sucedidas em outras empresas de tecnologia, como no iFood e Easy Táxi, mas até o final de 2017 nossa única relação com condomínios era como moradores.”

Boz acrescenta que estar na ponta o fez entender as dores e a carência de soluções no mercado e a solidão dos síndicos na tomada de decisões. “Trouxemos para o mercado condominial pessoas que estavam até então acostumadas a trabalhar nas melhores startups de tecnologia, e que viram um mercado cheio de problemas para serem resolvidos. E, só pra deixar claro, nós adoramos um problema pra resolver. Isso nos mantém vivos e pensando em soluções melhores todos os dias”, encerra.

13,4 milhões de famílias brasileiras pretendem comprar um imóvel nos próximos 24 meses

Propulsor da economia brasileira durante a pandemia do coronavírus, o mercado imobiliário registrou a maior alta na intenção de compras de imóveis por famílias brasileiras do século 21. Segundo o Datastore Series – estudo realizado pela Datastore – em dezembro de 2020, 13,4 milhões de famílias brasileiras pretendem comprar um imóvel nos próximos 24 meses. Esse número é grandioso e o maior patamar registrado no século 21.

“Já com 212 milhões de habitantes (segundo o IBGE), o Brasil atinge o maior patamar do século 21 em famílias interessadas em adquirir imóveis, são 13,4 milhões e o grande impulsionador, agora, é a retomada da atividade econômica e a geração consistente dos empregos desde o mês de setembro até o fim do ano”, afirma Marcus Araujo, CEO e fundador da Datastore.

Motivos não faltam para este cenário: as famílias se mantiveram em casa, gastando menos e acumulando poupança. Além disso, a geração de empregos no último trimestre de 2020 e o sucesso de vendas dos imóveis ao longo do ano também contribuíram para gerar a maior demanda dos últimos 20 anos em quantidade de famílias interessadas em adquirir imóveis em 2021 e 2022.

A pandemia trouxe as pessoas para dentro do imóvel, a superexperiência trouxe novas necessidades, as despesas das famílias baixaram, gerando reservas e muitas compras de imóveis. “Os compradores de imóveis imediatos – aqueles que tomam a decisão em até 12 meses – onde predominam investidores e compradores de imóveis na planta (lançamentos), agora são 7,65 milhões de famílias e, também, o maior número do século 21, prometendo muitas vendas já para o primeiro trimestre do próximo ano”, conclui Araujo.

Eternit instala os primeiros projetos-pilotos com telhas fotovoltaicas de concreto

A Eternit – líder de mercado no segmento de coberturas – acaba de implementar a instalação das telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 em residências de São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão, no interior paulista. Os projetos foram aprovados pela Elektro – Neo Energia.

Os telhados vão gerar energia, que será consumida pelos usuários dos imóveis. Na instalação da residência em São Bento de Sapucaí, foram utilizadas 400 telhas fotovoltaicas de 9,16 kWp, uma parte do telhado de aproximadamente 1.000 telhas. Com isso, a capacidade produtiva será em média de 400 kWh/mês. A instalação contou com a parceria da integradora SIMEPE, empresa especialista em sistemas fotovoltaicos, e da WEG para o fornecimento do inversor.

Para a residência em Campos do Jordão, foram instaladas 467 telhas fotovoltaicas, com capacidade produtiva média de 590 kWh/mês. Neste projeto, a Eco Brasil Solar é a integradora parceira, e a Deye a responsável pelo fornecimento dos microinversores.

“Depois de cerca de dois anos trabalhando intensamente neste projeto inovador, demos hoje um passo importante em um mercado de consumo cada vez mais consciente”, avalia Luís Augusto Barbosa, presidente do Grupo Eternit.

De acordo com Luiz Antonio Lopes, gerente de desenvolvimento de negócios da Eternit responsável por todo o projeto das telhas fotovoltaicas, “a partir da captura de energia solar durante o dia, considerando a irradiação solar da região e a orientação do telhado leste oeste, será possível economizar até R﹩ 300,00 na conta de energia. Se houver, o excedente é injetado na rede para consumo à noite, por exemplo.”

As telhas fotovoltaicas de concreto estão sendo produzidas pela Tégula Solar, empresa que pertence ao grupo Eternit, instalada em Atibaia – SP, em uma fábrica dedicada à tecnologia fotovoltaica e que permitirá a execução de projetos residenciais, comerciais e de agronegócio entre outros. Novas instalações estão previstas para janeiro de 2021.

“Escolhemos a telha de concreto como produto inicial por questões técnicas. Em paralelo, também fizemos o desenvolvimento da versão fotovoltaica da tradicional telha de fibrocimento, a Eternit Solar, que aguarda homologação do Inmetro. Por ser o tipo de telha de maior utilização nos estabelecimentos do país e com o custo mais acessível, poderemos oferecer a possibilidade de adesão à energia solar a uma grande parcela da população brasileira, popularizando esse acesso”, explica Barbosa. Segundo ele, outra vantagem é para o consumidor que já possui o telhado com o produto Eternit. A telha solar será intercambiável com a telha tradicional da marca, podendo ser substituída nos pontos necessários sem precisar mudar a estrutura inteira da cobertura. “Feito isso, a ligação elétrica e a conexão com a rede de transmissão seguem os mesmos padrões e exigências dos sistemas tradicionais de placas fotovoltaicas”, diz.

A telha fotovoltaica é uma inovação, mas dentro do core business da companhia. Esse novo produto será fabricado em larga escala em uma unidade já existente, gerando um maior valor agregado. A Eternit vem cumprindo as etapas do plano de desenvolvimento com sucesso, e a previsão é iniciar a comercialização no final do primeiro semestre de 2021.

Preço de imóveis comerciais à venda cai 0,55% em novembro

Com os últimos resultados, valores médios de venda e locação do segmento ampliaram queda para 1,08% nos últimos 12 meses
■ Análise do último mês: O preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² recuou 0,55% em novembro, enquanto o preço médio de locação desse segmento apresentou queda de 0,19% no mesmo período. Comparativamente, esses resultados foram inferiores à variação do IPCA/IBGE (+0,89%) e do IGPM/FGV (+3,28%) no mês. No caso do preço médio de venda, a variação negativa foi impulsionada pelo comportamento do preço médio em: Porto Alegre (-1,10%), Florianópolis (-0,86%), Salvador (-0,77%), Belo Horizonte (-0,72%) e Curitiba (-0,64%), ao passo que a variação do preço médio de locação foi influenciada pelo declínio do valor dos imóveis nas cidades: Rio de Janeiro (-0,74%), Belo Horizonte (-0,58%), Curitiba (-0,30%), Campinas (+0,27%) e Niterói (-0,12%)). Com esses resultados, o preço médio de venda do segmento comercial ampliou a queda para 0,75% em 2020, enquanto o preço médio do aluguel passou a recuar 0,94% no acumulado do ano.

■ Análise dos últimos 12 meses: O preço médio de venda de imóveis comerciais ampliou a queda nominal para 1,08% nos últimos 12 meses, variação equivalente à registrada para o preço médio de locação comercial no mesmo horizonte temporal. Para fins de comparação, a inflação acumulada nos últimos 12 meses supera as variações citadas, tanto no caso do IPCA/IBGE (+4,31%) quanto IGP-M/FGV (+24,52%). A queda nominal no preço médio de venda de imóveis comerciais é influenciada, nesse intervalo, pelo recuo do preço médio observado em cidades como: Brasília (-3,93%), Belo Horizonte (-3,64%), Porto Alegre (-3,26%), Rio de Janeiro (-3,07%), Niterói (-3,03%), Curitiba (-0,31%) e Campinas (-0,31%). Já com respeito ao preço de locação, os maiores recuos nos últimos 12 meses foram registrados no Rio de Janeiro (-5,41%), em Salvador (-4,35%), Curitiba (-3,57%), Florianópolis (-1,45%), Porto Alegre (-0,95%), Brasília (-0,63%) e Belo Horizonte (-0,25%).

■ Preço médio de venda e locação: Em novembro de 2020, o valor médio do m2 de imóveis comerciais nas cidades monitoradas pelo Índice FipeZap foi de R$ 8.430/m2 , no caso de imóveis comerciais anunciados para venda, e de R$ 37,09/m2, entre aqueles destinados para locação. Entre todas as 10 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap Comercial, São Paulo se destacou com o maior valor médio tanto para venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² (R$ 9.615/m2), quanto para locação de imóveis do mesmo segmento (R$ 43,93/m2). Comparativamente, no Rio de Janeiro, os preços médios de venda e de locação de salas e conjuntos comerciais anunciados foram de R$ 9.341/m² e R$ 37,86/m², respectivamente.

■ Rentabilidade do aluguel comercial*: pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis comerciais, é possível obter uma medida da rentabilidade para o investidor que opta por investir no imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel (rental yield). O indicador pode ser utilizado para avaliar a atratividade de salas e conjuntos comerciais em relação a outras opções de investimento disponíveis (incluindo, por exemplo, investimento em imóveis residenciais para obtenção de aluguel e aplicações financeiras). Em novembro de 2020, o retorno médio do aluguel comercial (anualizado) foi calculado em 5,43% ao ano, superando a rentabilidade do aluguel calculada para imóveis residenciais (4,70% ao ano), bem como o retorno médio real de aplicações financeiras de referência.

Nota (*): : Os preços considerados no indicador incluem apenas aqueles veiculados em anúncios para novos aluguéis. O Índice FipeZap não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Como resultado, capta-se de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda pelo aluguel de espaços comerciais ao longo do tempo.

Construtechs contribuem com eficiência e redução de custos de projetos e obras

Como todo o processo produtivo no país, a construção civil sofre um impacto direto dos efeitos da crise econômica agravada pela pandemia do coronavírus. Com isso, empresas tradicionais recorrem a serviços e suportes oferecidos pelas chamadas construtechs, startups do setor baseadas na inovação e na tecnologia, que contribuem significativamente para o estudo e execução de projetos e obras, com uso de tecnologia e um banco de informações mais precisas e ajustáveis ao novo cenário, tanto do ponto de vista do consumidor como do empreendedor imobiliário.

Para aumentar a eficiência e reduzir custos de projetos e obras, a construtech de destaque nacional Celere desenvolveu a “Budget Analitycs”, uma metodologia de geração e estruturação de dados de orçamento de obras. A solução facilita a geração de centenas de milhares de dados sobre custos e os transforma em inteligência de forma simples, rápida e precisa. Utilizando o Budget Analytics é possível reduzir até R$ 100 do custo por metro quadrado de uma obra, sem perder qualidade. 

Budget Analitycs é fruto de cinco anos de trabalho e participação em mais de 130 projetos, revela a engenheira civil Bruna Bérgamo, uma das sócias da Celere. “A experiência adquirida com eles nos fez democratizar o acesso à análise de dados. A Budget Analytics permite que projetos em qualquer formato, seja modelo 2D ou 3D, tenham este nível de análises, que não é possível através de orçamentos realizados pelas metodologias tradicionais”

A tecnologia, segundo a engenheira, torna real e viável o mapeamento de centenas de milhares de dados por trás dos projetos e abre caminhos para otimizar o produto e melhorar a margem do negócio. “Com um legado de dados criados, as construtoras e incorporadoras têm ainda mais vantagem para pensar em futuros empreendimentos”, diz.

A Huma Engenharia é uma das empresas que apostaram na tecnologia da Celere como forma de aliviar o budget, conta a gerente de engenharia Fernanda Bernardi. “Com o dashboard que eles oferecem, que eu acredito que é a cereja do bolo do trabalho, foi muito bacana. A gente pode elencar os itens da curva ABC de forma mais didática e suprimir itens não relevantesque estavam onerando o orçamento, agregar matérias melhores no produto e se encaixar no valor da obra,para conseguir um bom resultado final no empreendimento.”

Análise do mercado

O setor de construção civil concentra diversas atividades que são essenciais para o movimento da economia brasileira. O Sebrae aponta que o setor é responsável por 6,2% do PIB brasileiro, e também movimenta mais de 480 mil negócios no país. Com a pandemia, vieram à tona desafios para manter o setor na evidência do processo econômico e manter o papel social, avalia Bruna. “Apesar dos reflexos negativos em diversos setores, o fato ser classificado como um serviço essencial minimizou os impactos no mercado de construção, porém abalou o otimismo e confiança dos investimentos, que estavam fazendo o segmento aquecer no início de 2020.”

A queda da taxa de juros, diz a engenheira, fomenta o investimento fora do mercado financeiro e o acesso ao crédito com taxas mais atrativas. “Acredito que esta seja uma excelente oportunidade para as incorporadoras estudarem seus produtos e projetos. Os preços dos insumos da construção abalam consideravelmente a sintonia entre vendedores e consumidores e, além da paralização de obras e todos os seus reflexos, torna o momento bastante delicado para planejar vendas na hora de ir para o mercado”, diz a engenheira.

Bruna destaca a demanda reprimida do mercado, que apresenta estoque mais baixos nesse período da pandemia, como justificativa para o reajuste de preços. Além disso, o incentivo à exportação com a alta do dólar e também a questão de oferta e demanda “Hoje estamos com variações bem atípicas e, inclusive, até prazos de entrega bastante altos em relação ao convencional do mercado.  Acredito que é uma questão peculiar do momento e que não será sustentado por um período tão longo.”

InstaCasa comercializa mais de 2 mil lotes na pandemia e registra crescimento de 70%

A crise causada pela COVID-19 abalou o mercado em inúmeros aspectos, mas muitas empresas tiveram a oportunidade de provar o quão efetivo são seus modelos de negócio e crescer. No setor imobiliário, por exemplo, a digitalização dos processos permitiu que as empresas otimizassem suas operações e transformassem o modelo tradicional de vendas. A InstaCasa, startup que auxilia loteadores na venda de empreendimentos por meio de uma solução digital que une arquitetura e tecnologia, registrou crescimento de 250% no segundo semestre de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado.

Presente em quatro das cinco regiões brasileiras, a empresa digitalizou mais de 24 empreendimentos só esse ano e movimentou R$200 milhões de reais entre março e novembro, ultrapassando 2 mil lotes vendidos. “Estamos inovando a forma como consumidores se relacionam com a compra de lotes, pois ajudamos eles a visualizarem, por meio de realidade aumentada, diversos projetos de arquitetura em cada área. Além disso, queremos facilitar a escolha dos lotes e a construção do imóvel, por isso, estamos desenvolvendo novos serviços como financiamento e consultoria” revela Mauricio Carrer, cofundador e CEO da InstaCasa.

Desde o ano da sua fundação, em 2018, a startup já comercializou mais de 4 mil lotes. “Com a baixa histórica para o financiamento imobiliário que resulta em taxas mais baratas, percebemos um incentivo de compra maior dos consumidores em 2020. Além disso, o isolamento social fez as pessoas refletirem sobre seus espaços e incentivou a busca por imóveis maiores e em regiões mais distantes das áreas metropolitanas”, explica Mauricio.

Outro crescimento registrado pela startup durante a pandemia foram as novas contratações. Antes da crise, a InstaCasa atuava com uma equipe de 12 pessoas. Hoje, a empresa conta com 25 profissionais, entre eles, arquitetos, profissionais de comunicação e TI, e espera fechar o ano com 30. “Esperamos iniciar 2021 com mais de 50 novas loteadoras, isso representa o dobro do que conquistamos neste ano de pandemia e queremos contratar cada vez mais pessoas para fazer parte do time”, destaca Carrer.

Emgea realiza primeira venda de imóveis do Governo via blockchain

A Empresa Gestora de Ativos do Governo (EMGEA), realiza a gestão de bens e direitos provenientes da União e das demais entidades integrantes da Administração Pública Federal. Agora, será a primeira empresa do Governo a utilizar a tecnologia blockchain para venda dos seus imóveis graças à parceria com a Resale, outlet de imóveis que desenvolve soluções para gestão e venda de ativos que retornam ao mercado provenientes das instituições financeiras.

A tecnologia da startup permite que todas as propostas comerciais recebidas sejam 100% criptografadas e imunes a interferências humanas, um fator sempre sensível em modelos de venda em licitações. Parte dos imóveis a serem disponibilizados para venda são aqueles que precisam passar pelo método de disputa, de acordo com a Lei 13.303 e que, no modelo a ser lançado pela EMGEA, terá o nome de concorrência pública.

A iniciativa faz parte de uma série de medidas estratégicas que a empresa vem adotando para a venda dos seus ativos imobiliários. Em outubro, a EMGEA lançou o seu próprio portal de imóveis em parceria com a startup, para levar essas ofertas diretamente para o cliente final, e agora lança essa nova modalidade de venda. “O foco dessa gestão é cumprir as diretrizes traçadas pelo Governo Federal, que visam a redução do tamanho do Estado. Mesmo já sendo atrativa para o mercado, esta é uma das muitas iniciativas que a EMGEA vem adotando com o objetivo de melhorar a gestão dos seus processos, aperfeiçoando-a cada vez mais, e consequentemente, potencializando o seu valor e retorno para União, seja na liquidação de ativos, seja na sua desestatização”, afirma Diogo Mac Cord de Faria, Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia.

A tecnologia blockchain já é conhecida do mercado, especialmente no setor financeiro por ser a utilizada para a emissão das criptomoedas, como o bitcoin. No setor público algumas iniciativas já vêm sendo testadas em licitações para compra de produtos, mas é a primeira vez que é aplicada na venda de imóveis públicos. Paulo Nascimento, sócio e diretor de tecnologia da Resale diz: “estamos aplicando tecnologia para melhorar o processo de venda de bens públicos. Tecnologia de ponta não pode ser ‘modinha’, tem que ser aplicada para gerar benefícios reais para quem a utiliza”, conclui o CTO.

O lançamento dessa nova solução acontece em um momento importante na Emgea, onde o presidente Fábio Rito Barbosa acelera o processo de desestatização dos atuais ativos da empresa, assim como de alavancar os resultados operacionais e financeiros, além de avaliar formas para oportunizar via Emgea mais desestatizações de diversos ativos atualmente estagnados. “Nosso objetivo é que a base de imóveis seja vendida com muito mais agilidade, gerando maior eficiência operacional, ao reduzir nossos custos com as despesas de manutenção desses ativos. A iniciativa de fazer isso utilizando novas tecnologias está em linha com esse objetivo, ao passo que damos muito mais segurança à venda dos ativos públicos. Sendo importante enfatizar que o principal benefício mútuo é que esses ativos estagnados, como casas, apartamentos e salas comerciais saiam das mãos da União e cheguem aos brasileiros com valores muito mais acessíveis”, enfatiza Rito.

Segundo Alexandre Mota, diretor executivo da EMGEA, a logística presente na solução da startup casa perfeitamente com as necessidades da instituição. “Até pouco tempo atrás nós esperávamos os interessados nos procurarem. Agora, mudamos completamente nosso posicionamento buscando tornar esses ativos mais fáceis de comprar em uma vitrine online 24 horas por dia, 7 dias por semana”, enfatiza.

“Entendemos que podíamos ser ainda mais ativos na oferta. Para isso, conseguimos nos tornar ainda mais agressivos na venda junto ao nosso cliente final”, esclarece Mota.

Como exemplos: um apartamento em Juiz de Fora (MG) avaliado em R﹩120mil é vendido por R﹩53.903, (55% de desconto) ou então, um apartamento na Praia de Itaparica em Vila Velha (ES), avaliado em R﹩181.400 é vendido por R﹩ 94.328 (48% de desconto), entre outros imóveis que chegam até 66% de desconto. Nesse tipo de venda, chamada de “venda direta” não existe leilão, ou seja, basta se cadastrar na plataforma e enviar toda a documentação para que a pessoa possa se tornar elegível para compra do imóvel.

Vendas na prática

Qualquer pessoa interessada em comprar um imóvel que esteja em concorrência pública, poderá acessar o site da Emgea e realizar sua proposta online. A partir desse momento, a solução então cria dois “envelopes”, um chamado de comercial que contém as informações de valores e condições de pagamento e outro de documental que, como o nome já diz, contém os documentos obrigatórios para habilitação na compra. O valor proposto (envelope comercial) é 100% criptografado, inviolável e identificado por meio de um token cujos dados somente serão liberados após o término da concorrência, quando então é conhecido o ranking de participantes.

A primeira concorrência da Emgea contará com 50 imóveis que estarão disponíveis para receberem propostas até o dia 13/01. Para participar basta acessar o portal de imóveis https://www.emgeaimoveis.com.br e filtrar os imóveis pelo tipo de venda “concorrência pública”.