ABRAINC: Sul tem déficit habitacional de 918 mil moradias

Estudo inédito encomendado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) à Ecconit Consultoria Econômica, mostra que o déficit habitacional da região Sul é de 918.098 moradias. Desse total, 92,7% estão concentrados na parcela da população com renda familiar de até 5 salários mínimos (851.568 mil residências).

O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, observa que o déficit seria maior caso o país não tivesse programas de habitação para atender a população de baixa renda. “É preciso reforçar e ampliar essas políticas para zerar o déficit habitacional brasileiro, bem como focar na redução dos juros do financiamento imobiliário para permitir que os mais pobres realizem o sonho da casa própria”, afirma.

O estudo foi elaborado com base em dados do IBGE reunidos e analisados pela equipe da Ecconit, que é formadas pelos economistas Robson Gonçalves, Marco Capraro Brancher e Ana Maria Castelo.

Ônus excessivo

Em 2019, a dimensão absoluta do déficit alcançou 7,797 milhões de unidades. Isso corresponde a 9,6% do total de domicílios existentes no país no ano. Desse universo, 3.345.809 unidades compõem o chamado ônus excessivo com aluguel (pelo menos 30% da renda familiar comprometida com locação).

O ônus excessivo no país saltou de 18,9% do total do déficit em 2004 para 42,9%, em 2019, puxado pela perda de renda pelo brasileiro – especialmente a partir de 2014.

O Sul tem 403.458 moradias na categoria do ônus. Esse montante supera o total de unidades do déficit restrito (habitação precária, coabitação familiar e adensamento excessivo), que é de 514.641 residências faltantes na região.

Ranking regional

O estado de Rio Grande do Sul lidera o déficit de habitação na região, com 331.920 moradias faltantes para atender a população, quando se observa o déficit ampliado, sendo que 98,1% concentram-se na parcela da população com renda familiar de até 5 salários mínimos.

O Paraná é o segundo no ranking regional, com déficit ampliado total de 324.522 moradias. O estado apresenta a maior proporção na faixa de renda familiar de até 5 salários: 93,7% do total do déficit está concentrado nesse extrato econômico.

Santa Catarina tem déficit de 261.656 morarias em todo o estado. Entre os mato-grossenses, 84,8% desse universo de excluídos da casa própria têm renda familiar de até 5 salários mínimos (221 mil unidades habitacionais faltantes).

Veja o ranking completo do ranking do déficit habitacional do Sul por faixa de renda:

Fonte: Abrainc-Ecconit

Demanda futura

O estudo da Abrainc-Ecconit faz uma projeção sobre a formação de novas famílias – incluindo “famílias unitárias”, representada pela crescente parcela de brasileiros vivendo sozinhos. Entre 2020 e 2030, calcula-se que 11,4 milhões de famílias surgirão.

Se cada uma delas demandar um imóvel está será a demanda por moradias em todo o país. Familiar com renda de até 5 salários mínimos deve responder por 81% das que precisarão de uma nova residência até 2030.

O Sul deve demandar 11,6% das moradias necessárias para atender novas famílias, totalizando 1,327 milhão de unidades na próxima década.

O Paraná deve ser o estado com maior demanda: 509 mil moradias do total regional. Seguido por Rio Grande do Sul (482 mil) e Santa Catarina (336 mil)