Selic a 2% traz oportunidade histórica para financiar e investir em imóveis

Por Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty

Com a economia prejudicada devido à crise provocada pelo novo coronavírus, houve uma série de incentivos para tentar alavancá-la. Um dos principais está no movimento do Comitê de Política Monetária do Banco Central que fez algo histórico: baixou a taxa Selic para 2%, atingindo, novamente, seu menor patamar.

O número, que é a taxa básica de juros da nossa economia, representa significantes mudanças no mercado imobiliário. Toda vez que a Selic é reajustada para baixo o custo do crédito fica mais barato.

Para quem está pensando em comprar um imóvel a longo prazo, o valor do financiamento imobiliário tende a seguir a taxa de juros, uma vez que os bancos que oferecem esse tipo de crédito costumam reduzir os valores cobrados ao consumidor final nesse cenário. Sendo assim, as taxas exigidas por essas instituições também são as menores da história.

Isso favorece não só quem está planejando comprar uma residência como incentiva pessoas que estão buscando diversificar seu portfólio a investir nesse mercado. Principalmente porque o valor baixo da Selic também significa que o retorno dos investimentos em renda fixa (como Tesouro Direto) também serão menores.

Vale pontuar que, atualmente, a valorização dos imóveis, principalmente de alto padrão, já tem sido superior ao CDI. E a aplicação nesse mercado ainda traz muito menos riscos se comparada à instabilidade da Bolsa de Valores.

Além disso, o investimento no mercado imobiliário também se torna uma opção mais vantajosa frente à poupança, já que, com a inflação baixa e em reação a um mercado que começa a se recuperar, os rendimentos perdem valor.

Esse cenário, porém, deve ser aproveitado rapidamente. Com a retomada do número de venda de imóveis nos últimos meses e as vacinas que vêm mostrando resultados de forma veloz e promissora, a população está voltando a se sentir mais segura para consumir e fechar contratos. Isso significa que o preço das propriedades deve aumentar rapidamente.

Clínica Pitanguy vai virar residencial com preservação da casa histórica

Detalhe da fachada do novo empreendimento, ao lado da Casa Histórica preservada. Lançamento será em setembro

Uma das ruas mais charmosas e valorizadas de Botafogo, a Dona Mariana vai ganhar um sofisticado empreendimento residencial da Bait Incorporadora: o IVO. O nome é uma homenagem a Ivo Pitanguy, antigo proprietário do terreno e da icônica casa onde funcionou sua clínica. Referência mundial em cirurgia plástica, o médico teve a vida atrelada ao endereço de Botafogo, que funcionava também como local de formação de estudantes de Medicina. E essa história será preservada. Pertencente ao patrimônio histórico da cidade, a construção será restaurada e incorporada como área de lazer do residencial. Antes escondida por um muro, a casa ganhará visibilidade para a rua, devolvendo à cidade a beleza icônica de sua arquitetura. O lançamento está previsto para o final de setembro.

Com apenas dois blocos de seis pavimentos, o empreendimento terá 39 apartamentos de 2 a 4 quartos, e coberturas duplex. O IVO foi concebido para quem busca praticidade e, ao mesmo tempo, um lugar especial para viver. Está na melhor quadra de uma rua famosa pela arborização densa, tranquilidade, silêncio, condomínios de alto padrão e ao mesmo tempo próxima dos melhores pontos de compras, lazer, educação, saúde e transporte, entre as principais ruas do bairro: São Clemente e Voluntários da Pátria.

“A Bait Incorporadora é apaixonada pelo Rio de Janeiro, pela cultura, arquitetura e memória da cidade. Justamente por isso, todos os projetos desenvolvidos pela empresa valorizam sua história, além de atuar para os desenvolvimentos econômico, cultural, urbanístico futuro da cidade”, destaca Henrique Blecher, sócio e CEO da Bait.

Além do primor da arquitetura, que prioriza uma estética pura, naturalidade e plantas arquitetônicas inteligentes, o IVO se destaca pela exuberância do paisagismo nativo tropical, em total consonância com o verde da Dona Mariana. O projeto de arquitetura tem a assinatura de Frederico Paione, da Insite Arquitetura, em parceria com a Bassan Arquitetura, de Flavio Bassan.

Interiores e áreas comuns são do badalado Studio Ro+Ca, de Rodrigo Béze e dos irmãos Carlos Carvalho e Caio Carvalho, e se destacam pelo estilo despojado-sofisticado, em ambientes como bar, espaço petlounge, espaço gourmet, adega, espaço teen e kids e academia. O Ivo conta ainda com piscinas adulto, infantil e meia-raia. No subsolo, ficam as vagas de garagem e lockers para delivery center.

Empreendimentos da incorporadora Bait vêm se destacando no mercado carioca pelos mínimos detalhes nos mais variados aspectos, desde beleza e modernidade à durabilidade dos materiais. Outra forte característica dos empreendimentos da incorporadora é o uso de tecnologias tanto nas áreas comuns, quanto nos apartamentos. Levam a assinatura da Bait o Bossa 107, primeiro residencial com studios da Zona Sul do Rio; o Vinicius, também em Ipanema; o Meet, na Rua da Passagem em Botafogo; e, considerado o lançamento do ano, o Atlantico Bait, que ocupará o último terreno livre na Praia de Copacabana, onde não havia um lançamento há quase 40 anos.

Modelo de negócio – A Bait é o resultado de um ecossistema variado. A origem está na experiência dos executivos na economia real, mercados financeiro e imobiliário. Há quase três anos, os sócios enxergaram no cenário macroeconômico a oportunidade de investimentos e diversificação patrimonial com visão de longo prazo. Surge a Bait com uma forte cultura empresarial, sólida, permitindo maior competitividade na aquisição de terrenos em áreas nobres da cidade. Atuando na estruturação de produtos diversos. A Bait desenvolve e administra projetos, e atua como consultora no mercado imobiliário financeiro.

Interiores e áreas comuns são do badalado Studio Ro+Ca, de Rodrigo Béze e dos irmãos Carlos Carvalho e Caio Carvalho

Aumenta em 158% busca por imóveis com tours virtuais após pandemia

Desde o início da pandemia, o Grupo ZAP , que possui os dois maiores portais imobiliário do país, ZAP Viva Real , teve um aumento de 158% nas buscas por imóveis com tours virtuais. Os números de anúncios de tours virtuais vem crescendo, de maio a julho, o aumento foi de 51%.

Os dados mostram que, cada vez mais, as pessoas querem facilidades para busca de um imóvel. A pesquisa “A Influência do coronavírus no mercado imobiliário”, realizada recentemente pelo Grupo ZAP, com 3.469 entrevistados perguntou sobre quais medidas corretores e imobiliárias poderiam adotar para auxiliar na busca na busca por um imóvel durante esse período de pandemia do Coronavírus. A pesquisa revelou que a tour virtual é uma das medidas mais solicitadas por quem busca um imóvel. Além disso, endereço completo do imóvel e transmissão de visitas via ferramentas de vídeos estão nas medidas mais solicitadas.

“Tivemos um grande aumento nas buscas de imóveis com tours virtuais. A ferramenta consegue trazer uma experiência imersiva e bastante intuitiva para quem busca um imóvel para compra ou locação. Com ela, a pessoa consegue observar mais detalhes do imóvel que está procurando”, afirma Suene Souza, Diretora de Produto do Grupo ZAP.

De acordo com os dados, São Paulo é o estado que possui mais buscas por tour virtuais, seguido de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em São Paulo, os bairros que as pessoas mais utilizam tours virtuais são: Indianópolis, Perdizes, Jardim Paulista, Vila Mariana e Itaim Bibi.

Empresa de soluções Light Steel Framing ganha 40% em produtividade usando a metodologia BIM

Há 10 anos no mercado brasileiro, a Smart Sistemas Construtivos é especializada em projetos estruturais para construção a seco utilizando o sistema Light Steel Framing (LSF): estruturas feitas em aço galvanizado. A empresa do Grupo Águia é referência no Brasil, com mais de 300 mil m² projetos elaborados. Além de ser uma das pioneiras no país em maquinários para produção destas estruturas, conta ainda com um catálogo próprio de casas, o Smart Catálogo, que tem venda por sites e totem digital nas lojas Espaço Smart.

Com soluções modernas e práticas, que entregam melhor custo-benefício e rápida implantação, atende clientes que buscam por agilidade, sustentabilidade e inovação. No que diz respeito a elaboração de projetos estruturais, desde 2019, ganhou ainda mais produtividade ao implementar o software BIM Revit da Autodesk para o desenvolvimento dos projetos estruturais.

A empresa passou a usar a tecnologia que, entre outras vantagens, permite maior compatibilidade com outras ferramentas, conectando soluções, a fim de desenvolver a melhor concepção para os seus projetos. Com o Revit foi possível aumentar a produtividade média nas etapas de projeto ao pós-projeto.

“Em relação a 2018, já tivemos um ganho em produtividade dos projetos na média de 30% a 40%. Além de uma comunicação melhor com os clientes, já que a ferramenta tem conectividade com outras utilizadas por eles. Hoje 100% dos projetos da Smart são desenvolvidos em Revit, que garante menor custo para elaboração, assertividade no orçamento e agilidade, gerando uma evolução ao projeto estrutural”, conta Gileade Oliveira, Coordenador de Engenharia da Smart Sistemas Construtivos.

O software ajuda a reduzir o desperdício de recursos, pois permite calcular com maior precisão os materiais a serem usados na obra e o valor do investimento; permite a visualização da estrutura em 3D e modelos inteligentes que ajudam as equipes a antecipar e solucionar problemas ainda na fase do projeto, o que acaba por acelerar a construção; melhora o fluxo de trabalho, possibilitando que todos os colaboradores acompanhem as etapas desde o projeto conceitual à construção e atualizem os dados da obra em tempo real.

Atualmente, a Smart está alisando novos produtos com a Autodesk para aprimorar o uso das soluções de forma completa e cada vez mais integrada. “Para nós, essa parceria reforça a importância da transformação digital como processo primordial para alavancar o desempenho das empresas no ramo da construção civil”, afirma Ricardo Bianca, especialista técnico senior da Autodesk.

ANBIMA: Contas de fundos imobiliários crescem 28% no primeiro semestre de 2020

O número de contas de fundos imobiliários subiu 28% de janeiro a junho de 2020, totalizando mais de 2,9 milhões. Segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a categoria cresceu acima da média da indústria de fundos, que registrou aumento de 6% no número total de contas no período. Ao todo, o setor tem hoje 23 milhões de contas – considerando todos os tipos de fundos e que cada investidor pode ter mais de uma conta – e os fundos imobiliários representam 12% deste total. No primeiro semestre de 2019, correspondiam a 6%.

A evolução destes fundos está relacionada à queda da taxa de juros, que passou de 6,5% no começo do ano passado para os atuais 2%. Os cortes levaram os investidores a tomarem mais risco em busca de alternativas para obter maiores retornos.

“Os resultados do mercado como um todo refletem a busca por diversificação e rentabilidade. Com a indústria de fundos não foi diferente”, explica Carlos André, vice-presidente da ANBIMA. “Sem o tripé liquidez, segurança e rentabilidade, os investidores buscam produtos estratégias mais arrojadas, como é o caso dos fundos imobiliários, que mesclam renda fixa e variável”, comenta.

No mesmo período, o número de contas de multimercados cresceu 9%, de fundos de ações subiram 2%, enquanto a renda fixa registrou aumento de 0,7% .”A menor abertura de contas de renda fixa, na comparação com as demais classes, está atrelada a dois fatores. Um deles é o cenário de crise e de volatilidade que atravessamos. Tivemos uma alta nas taxas de desemprego e as pessoas precisaram acessar suas reservas de emergência, que estão guardadas, geralmente, na renda fixa. O outro fator é a educação financeira: o brasileiro está aprendendo a diversificar seus investimentos, usando outras estratégias para compor um portfólio mais sofisticado”, afirma o vice-presidente.

Outras categorias de fundos tiveram crescimento superior aos fundos imobiliários em 2020, mas todas com participação inferior no total de contas da indústria. É o caso dos FIPs (Fundos de Investimento em Participação) que subiram 112%, mas representam apenas 5,6% do setor. Na sequência, aparecem os fundos cambiais com alta de 86% e os ETFs com 63% – juntos correspondem a 1% de participação no total do número de contas.

Comparação com 2019

Por conta da crise, os resultados do primeiro semestre de 2020 são inferiores ao mesmo período de 2019 para os fundos imobiliários. Enquanto o número de contas subiu 28% em 2020, no ano anterior o resultado foi 58%. “Era de se esperar um desempenho inferior, uma vez que estamos em meio a uma pandemia. Em 2019, o setor imobiliário estava aquecido. Com a crise, alguns segmentos, como os shoppings, tiveram impactos na receita, o que segurou um pouco o interesse dos cotistas. Ainda assim, o resultado é positivo e mostra que a indústria permanece em evolução e, o mais importante, a confiança dos investidores não foi abalada”, afirma Carlos André.

Programa Casa Verde Amarela

Por João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci

Na Live semanal da última quinta-feira, 9 de julho, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Nacional, Rogério Marinho, fizeram importantes declarações para a nossa economia. O Governo Federal lançará, nos próximos dias, o Programa Casa Verde Amarela, em substituição ao Minha Casa Minha Vida (MCMV). Com esta nova proposta virão novidades interessantes, como a regularização fundiária.

O problema fundiário no Brasil é de imensurável dimensão. Não há cidade de médio ou grande porte que não o compartilhe. O Executivo Federal, em parceria com as prefeituras, promete regularizar de 10 a 12 milhões de unidades habitacionais que não têm escritura pública. Esses imóveis, em tese, não podem ser comercializados por falta de documentação legal. Com a regularização, eles passarão a alimentar o mercado imobiliário, com uma valorização imediata da ordem de 40% a 60%, segundo o ministro Rogério Marinho.

As faixas classificadas como 1,5 e 2, no programa MCMV terão redução de meio por cento na taxa de juros. Na primeira, os juros cairão de 5% para 4,5% ao ano; na segunda, de 5,5% para 5% ao ano. Haverá também redução, ainda não anunciada, na taxa de administração do financiamento da Caixa, que também passará a ser cobrada ao longo de todo o tempo do financiamento, e não à vista, como hoje acontece.

O governo levará infraestrutura urbana para 500 mil unidades habitacionais construídas em locais ermos, distantes dos centros urbanos, que não oferecem condições mínimas de habitabilidade. Segundo o ministro, esses conjuntos habitacionais, sem infraestrutura, forçaram o isolamento de seus moradores, e se tornaram verdadeiros “guetos”. A ideia é provê-los de tudo que seja necessário para a promoção de vida digna.

Foi sancionada a Lei nº 14.020, de 6 de julho, que ratificou a MP 936 e manteve a possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho por até 60 dias. Garantiu também a redução proporcional da jornada e do salário por até 90 dias. A diferença de salário será paga pelo Governo, que fica autorizado a prorrogar estas medidas, mediante Decreto, se necessário, por mais 60 e 90 dias, respectivamente. O programa de que trata a nova lei já preservou 11 milhões de empregos, evitando, por outro lado, o pagamento de seguro desemprego.

A má notícia é a eliminação da desoneração da folha de salários, que beneficia também a construção civil até dezembro de 2020. Sua continuidade, aprovada pelo Congresso, foi vetada pelo Presidente. O ministro Guedes argumentou que não há estimativa do impacto financeiro da medida para os cofres públicos e não há receita alternativa para cobri-lo. Os empresários afirmam que o veto poderá causar desemprego. Ambos têm razão.

No geral, os anúncios são mais positivos que negativos. A FGV informa que o indicador de emprego subiu 14% em maio em relação a abril. Isso representa diminuição do pessimismo. A capacidade operacional da indústria subiu de 50 para 53%. Segundo o Secovi-SP, as vendas de imóveis em São Paulo aumentaram 25% no mesmo período. O mercado imobiliário comemora a queda da SELIC. Os investimentos em imóveis têm crescido, mesmo com a pandemia.

FGV: Confiança dos empresários da construção está próxima do patamar pré-covid

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, avançou 4,1 pontos, alcançando 87,8 pontos em agosto. Após quatro meses consecutivos de alta, o índice recuperou 82% dos pontos perdidos em março e abril desse ano.

“A Sondagem mostra que a confiança dos empresários da construção está próxima do patamar pré-covid, refletindo a evolução favorável de seus dois componentes. Contudo, mesmo com a retomada a um cenário anterior de atividades, o ciclo produtivo foi afetado, uma vez que durante a pandemia muitos negócios foram adiados ou cancelados. Para 35,6% das empresas, os negócios continuam fracos, contra 29% em fevereiro, o que significa que a retomada está sendo mais difícil para algumas empresas. “, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

Neste mês, o resultado positivo do ICST foi influenciado por perspectivas menos pessismitas para os próximos meses e principalmente pela melhora da situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-ST) aumentou 5,8 pontos, para 81,8 pontos, ficando 4,9 pontos abaixo de fevereiro (86,7 pontos), o maior valor desse ano. O indicador de situação atual dos negócios subiu pelo terceiro mês consecutivo e foi o quesito que mais contribuiu para a recuperação do ISA-CST em agosto ao variar 6,8 pontos para 84,0 pontos. Além disso, o indicador de carteira de contratos avançou 4,9 pontos para 79,8 pontos. Apesar da melhora, ambos permanecem abaixo do nível pré pandemia.

O Índice de Expectativas (IE-CST) aumentou 2,4 pontos, para 94,1 pontos, recuperando 87,5% das perdas sofridas no bimestre março e abril. Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios avançaram 1,9 ponto e 2,7 pontos, para 94,0 pontos e 94,1 pontos, respectivamente.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) subiu 3,6 pontos percentuais (p.p.), para 73,5%. Pelo terceiro mês consecutivo, a maior contribuição veio do NUCI de Mão de Obra, que avançou 3,8 p.p., para 75,2%. Já o NUCI de Máquinas e Equipamentos aumentou 2,6 p.p. para 64,5%.Fatores limitativos

Um aspecto importante a ser destacado nessa sondagem é a queda expressiva de assinalações no quesito Demanda Insuficiente como fator de limitação – depois de alcançar 60,3% em abril, caiu para 44,4% em agosto. Esse é o menor percentual desde fevereiro de 2015 (44,1%) e está, em grande parte, relacionado ao bom desempenho recente das vendas no mercado imobiliário residencial. Vale registrar também o aumento de assinalações em Escassez de Material e/ou Equipamentos, que alcançou 7,8%, o maior percentual desde setembro de 2010 (9,8%). É provável que essa dificuldade esteja relacionada ao crescimento expressivo da demanda de materiais por parte das famílias, que vem sendo registrado pelo comércio varejista, avaliou Ana Castelo.

Retomada do setor imobiliário: Bossa Nova Sotheby’s tem crescimento de 50% em vendas

Desde o mês de junho, a Bossa Nova Sotheby’s International Realty (BNSIR), principal imobiliária de alto padrão, teve crescimento de 50% em vendas na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a demanda por imóveis de praia e campo superou aumento de 600% . Preço de lotes e casas nessas localidades também tiveram alta.

No primeiro trimestre, a companhia registrou aumento de 35% no volume de vendas. Em abril e maio, mesmo nos meses mais críticos devido à pandemia, a queda foi de apenas 18%. Em junho e julho, a BNSIR viu a rápida retomada do mercado quando ultrapassou o VGV (Valor Geral de Vendas) de 2019 em 50% e 53%, respectivamente. No consolidado, os sete meses registraram uma elevação de 28%.

A recente alta nos números veio pela demanda reprimida das pessoas que se sentiam inseguras em realizar investimentos no início da pandemia e também, principalmente, pelo aumento na procura por imóveis de praia e campo. A histórica Selic a 2% e as facilidades dos bancos nas taxas de financiamentos também encorajaram essa demanda.

A maior busca tem sido por condomínios de alto padrão a um raio de até 100 quilômetros da cidade de São Paulo, como Fazenda da Grama, Fazenda Boa Vista, Quinta da Baronesa e Terra de São José. Em segundo lugar, estão os imóveis da Serra Fluminense, especialmente em Itaipava.

Com isso, veio também a elevação do valor dessas propriedades. Desde o início da pandemia, o preço de lotes e residências de campo aumentaram cerca de 35%. Em alguns casos, chegaram a 50%.

No último ano, a BNSIR obteve mais de R﹩ 700 milhões em VGV, 25% a mais que em 2018. Para 2020, a meta era R﹩ 1,1 bilhão. Devido à pandemia, as expectativas foram revisadas. Ainda assim, a empresa deve ultrapassar os números de 2019, com a previsão de um VGV entre R﹩750 milhões e R﹩800 milhões. Desde 2015, a Bossa Nova Sotheby’s cresceu sete vezes.

Venda e aluguel de imóveis usados em julho tem crescimento de 44% comparado a pré-pandemia

Em meio a crise do coronavírus, o mercado imobiliário aponta sinais de retomada com aumento de venda e aluguel de usados, com dados, inclusive, superiores ao período pré-pandemia. De acordo com o levantamento do Painel Mercado Imobiliário, da proptech inGaia, a venda e aluguel de imóveis usados em julho teve crescimento de 44% comparado a fevereiro – quando não havia casos confirmados de Covid-19 no país. A plataforma acompanha o impacto da pandemia no mercado imobiliário por meio de sua base de dados, que atualmente possui mais de 7,2 mil imobiliárias e administradoras de locação e 40 mil usuários.

Em julho, o número de propostas realizadas também teve um aumento de 22% comparado a junho e os sites das imobiliárias receberam 1,3 milhão de acessos a mais no mesmo período, um crescimento de 17%. Além disso, o número de visitas também teve um aumento de 20% comparado ao mês anterior. “O aumento gradual nos negócios ao longo dos últimos meses mostra não só uma recuperação, mas também o crescimento do setor imobiliário de usados. As imobiliárias e administradoras de locação também estão reconhecendo a importância da digitalização para que os negócios avancem durante o isolamento social, o que ajuda neste impulsionamento”, destaca José Eduardo de Andrade Junior, CEO da inGaia.

Demanda reprimida no setor

O levantamento da inGaia mostra ainda que a venda e aluguel de imóveis usados em julho cresceram 60% (2,6 mil contra 4,1 mil) se comparado ao mesmo período do ano passado. Para o presidente da proptech, o crescimento está relacionado a fatores como juros baixos e uma demanda reprimida no setor.

“A pandemia do coronavírus vai ter um impacto enorme na economia do país, no entanto, nós temos uma demanda reprimida pelos cinco anos de recessão que enfrentamos no Brasil, juros de 2% e redução das taxas para financiamento de imóveis. Esses fatores colaboram para o aquecimento do setor, que irá crescer muito nos próximos anos”, explica Mickael Malka.

Com três milhões de imóveis listados em sua plataforma e base de dados que representa 25% do mercado secundário imobiliário, de janeiro a dezembro de 2019, a inGaia acompanhou o valor geral de R﹩ 13,5 bilhões nas transações de compra e venda e R﹩ 1,2 bilhão no valor geral das operações de locação.

inGaia PMI

O Painel do Mercado Imobiliário (PMI) mostra os impactos da pandemia nas quatro etapas que compõem o funil de vendas de imóveis: o acesso aos sites de imobiliárias, visitas concluídas, propostas e o fechamento de transações, em comparativos semanais, mensais, anuais e, também, de acordo com a evolução da pandemia no Brasil. Os panoramas regionais de 13 estados também são apresentados.

Casa Verde e Amarela: novo programa atenderá cerca de 1,6 milhão de famílias de baixa renda

Governo Federal lançou, nesta terça-feira (25), o Programa Casa Verde e Amarela que vai atender cerca de 1,6 milhão de famílias de baixa renda com financiamento habitacional até 2024. O programa conta com taxas de juros mais baixas e ampliação da regularização fundiária no País para garantir moradia digna à população.

“Esse programa leva em consideração a criatividade, a eficiência do serviço público, a necessidade de utilizar os recursos com proficiência, com cuidado, e aplicar, de tal maneira, que faremos muito mais, com muito menos”, disse o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho durante cerimônia no Palácio no Planalto em que Presidente Jair Bolsonaro assinou Medida Provisão de criação do Casa Verde e Amarela.

“Nós estamos lançando, hoje, um programa que vai permitir que o Brasil tenha a menor taxa de juros da história em um programa habitacional”, ressaltou Marinho. “Vamos permitir que mais de um milhão de famílias no Brasil possam participar do sistema habitacional”, disse Marinho.

O programa prevê, ainda, a retomada e continuidade de obras e melhoria habitacional. A previsão é que, ainda neste ano, sejam publicados os primeiros editais para a contratação de regularização fundiária e melhorias habitacionais. O ministro Rogério Marinho informou que ainda deverá ser viabilizada a renegociação de dívidas do financiamento habitacional para as famílias de baixa renda.

A ideia é disponibilizar, até o fim do ano, mais R$ 25 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 500 milhões do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) para o programa. Os empreendimentos devem gerar, até 2024, mais de 2,3 milhões de novos postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Norte e Nordeste

As regiões Norte e Nordeste, que concentram os maiores déficits habitacionais do País, terão redução na taxa de juros para financiamento habitacional e outros benefícios. “Teremos um tratamento diferenciado para as regiões que, historicamente, têm uma condição menor em relação aos seus índices de desenvolvimento humano, que são o Norte e Nordeste”, explicou Rogério Marinho.

O Norte e o Nordeste terão taxas de juros reduzidas em até meio ponto percentual para famílias com renda até R$ 2 mil por mês e 0,25 para quem ganha entre R$ 2 mil e R$ 2,6 mil. Os juros poderão chegar a 4,25% ao ano para cotistas do FGTS enquanto nas demais regiões até 4,5%.

Além disso, as regiões ainda terão uma parcela mais abrangente de famílias beneficiadas, com rendimento de até R$ 2,6 mil ao mês. E ampliação no limite de valor dos imóveis financiados.

Regularização fundiária e melhoria habitacional

O objetivo é dar o título que garante o direito real sobre o lote das famílias. A medida dá segurança jurídica, reduz conflitos fundiários e amplia o acesso ao crédito. A meta é regularizar 2 milhões de moradias até 2024.

Serão contempladas, principalmente, áreas ocupadas por famílias com renda de até R$ 5 mil mensais que vivam em núcleos urbanos informais. Não poderão ser incluídas casas localizadas em áreas não passíveis de regularização ou de risco.

Segundo o ministro Rogério Marinho, a regularização fundiária vem enfrentar um problema histórico no País. “Entendemos que o deficit habitacional é uma realidade. Não ficamos omissos, vamos apoiar os municípios para que possam fazer seu trabalho. Pela primeira vez em 20 anos o Governo Federal se incomoda em fazer um programa de âmbito federal dessa magnitude para apoiar a ação dos municípios brasileiros nesse esforço de regularização e de entregar ao cidadão mais humilde a escritura pública de sua residência que acresce, de imediato, de 40% a 50% o valor do seu imóvel. Isso é transferência de renda na veia”, disse.

Para melhoria habitacional, serão atendidos proprietários de imóveis nos núcleos urbanos selecionados para regularização fundiária, com renda mensal de até R$ 2 mil. Esse eixo do programa prevê reformas e ampliação do imóvel para tornar a moradia mais digna, como construção de banheiros, quartos e instalação elétrica. A expectativa é que sejam feitas melhorias em 400 mil moradias até 2024.

Para participar, é necessário estar no CadÚnico do Governo Federal, não ter outros imóveis no território nacional e o proprietário deve ser maior de 18 anos ou emancipado.

Com as estratégias de regularização fundiária e melhoria habitacional, o Governo Federal espera atender um número maior de pessoas já que o investimento gira em torno R$ 500 a R$ 20 mil, enquanto o custo para construção de uma unidade habitacional é de, em média, R$ 80 mil.

Retomada de Obras

Para garantir a continuidade das obras de 185 mil unidades habitacionais contratadas, a retomada de 100 mil residências e os empreendimentos de urbanização em andamento, há a previsão de R$ 2,4 bilhões do Orçamento Geral da União (OGU) para o próximo ano.

Desde 2019, o Governo Federal investiu R$ 5,78 bilhões na continuidade das unidades habitacionais contratadas e retomada das obras paralisadas. Desse total, R$ 5 bilhões foram para as moradias destinadas às famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

Fonte: Agência Brasil